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Quando eu chego ao ponto do "não aguento mais" é grave. Eu queixo-me do cansaço, mas é raro bater na exaustão total, aquela exaustão que nos faz não confiar no nosso discernimento para coisas básicas (no meu caso, se hoje me pedissem para verificar textos, dizia que não conseguia). Esta noite cheguei lá. Às quatro da manhã bati na trave. Não aguentei mais. Quer dizer, aguentava, se tivesse mesmo que ser, mas estava a funcionar aí a 30% - ou seja, o meu cérebro estava a desempenhar funções de sobrevivência e pouco mais. Quando é assim, paro. Não faço mais nada, sob pena de fazer asneira e de depois, já com a cabeça fresca, ter que fazer tudo de novo.
Dormi quatro horas. Mal, cheia de frio, sempre a acordar com medo de me deixar dormir de manhã. Logo à tarde, depois de entregar o bolo de hoje e de fazer o que me compete, regresso a casa, preparo um jantar simples para eles e enfio-me na cama. Preciso de fazer reboot, de recuperar, de acalmar a cabeça. Porque na quinta-feira começam os preparativos para a festinha da minha miúda e vão ser mais dois dias de muitas horas de pé, muito esforço físico (sim, parte da minha exaustão está concentrada nos braços, que me doem mais do que quando fiz o primeiro treino com pesos: amassar e esticar pasta de açúcar não é fácil. E se for para fazer um "lençol" que cubra um bolo que tem 40x30cm (mais a altura), a coisa ainda piora. E, ao contrário do que acontece nos treinos, aqui não há alongamentos (mas devia haver!).
Fica a antevisão do que aí vem (e que vou agora terminar, porque se me encosto adormeço...)
Não consigo agradecer pessoalmente a todas as pessoas que se manifestaram acerca do bolo da Maria. Mas quero muito agradecer porque, para quem está a começar, não há melhor incentivo do que este que vocês me dão aqui, no Facebook e no Instagram, quando vos mostro o que ando a fazer (bom, isso e as encomendas a chegar! Também são um incentivo bom!).
Portanto aqui fica o meu gigantesco agradecimento a todos vocês que comentaram, que fizeram "like", que me deram força.
Muito, muito obrigada. De coração!
Entre sexta e sábado estive em maratona de bolo. A Maria fez dois anos e coube-me a honra de fazer o bolo de aniversário dela. Missão assustadora, digo-vos já! Porque era um bolo grande, porque era para a Maria e porque a mãe da Maria é aquela pessoa que tem bom gosto até sei lá onde e que não queria mesmo desiludir.
Mas depois deste bolo, ouçam: venham de lá os bolos de casamento! Estou pronta! Este foi o bolo em que perdi os medos. Aquilo tinha tudo para correr mal: era um bolo grande, de dois andares, coberto com uma pasta de açúcar de uma cor que não existe (e que tive que fazer à mão - treino de braços? Check!). Pois não correu nada mal. Nada! Nem sequer o transporte que é assim a cereja no topo do bolo - mas, para assegurar mesmo a coisa, levei a minha mãe comigo, a fazer de cakesitter, para ver se aquilo não descambava mesmo. Não descambou e chegou intacto.
Este bolo devia dar-me equivalência a Engenharia Civil, no Técnico. Tinha tubos de plástico, paus de bambu e cabo de aço. E bolo, óbvio. Mas às vezes, para manter tudo no sítio, é preciso recorrer a materiais que não são assim o cúmulo do comestível...
Quem me segue no Instagram pôde acompanhar a produção da coisa. Entre começar e acabar passaram cerca de 22 horas, das quais umas 15 ou 16 foram em pé, à volta do bolo. Cansativo? Sim. Compensador? Muito! Quando se ama o que se faz, o cansaço pode ser gigante mas a vontade é ainda maior.
Deixo-vos as fotos da "obra". Espero que gostem!
É preciso ir à loja de cake design. Vou. É preciso controlar a veia consumista e trazer mesmo só o que preciso e não tudo de que gosto (comprava a loja toda, na hora!). Olho para os acessórios e penso: o que é que eu vou fazer com isto, e encontro sempre respostas. Várias. E controlo a tal veia. Saio da loja com o que tinha planeado comprar, nem um produtozinho a mais. Chego a casa. Concluo que me esqueci de comprar duas coisas imprescindíveis para o super-bolo que vou fazer entre hoje e amanhã. Tenho que ir à loja novamente. E lá vou eu ter que controlar a veia outra vez.
É difícil, juro. Para mim, é muito difícil controlar-me perante coisas que são visualmente atractivas (seja no campo do cake design seja no campo da decoração, por exemplo; com roupa já é mais fácil - anos a virar frangos, vá). Portanto, ir ali também é um exercício de auto-controle que não me faz mal nenhum. Mas fico sempre com pena de não ser abastada e de não poder investir a sério. Paciência. Quem sabe, um dia!
[A propósito: Dezembro avizinha-se um mês em cheio! Bolos todas as semanas, um baptizado, uma festa de anos, um natal e um ano novo. E este ano, no que toca a eventos caseiros, vou esmerar-me... "mi aguardem"!!]
... o segundo bolo do dia. Hoje vai ser assim: um bolo de aniversário para uma menina que faz 12 anos, outro para um menino que faz 6 e uma Pavlova para um grupo de amigos saborear ao jantar. Acho que ainda não vos disse: adoro isto de fazer bolos!