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Frente & Verso - Tatuagens

16.01.14

Verso - da Margarida

 

Não gosto de tatuagens. Nem pequenas, nem grandes, nem médias. Coloridas ou a preto-e-branco. Não gosto. Não digo que não haja pessoas que não fiquem engraçadas com algumas – dispenso tudo o que tenha a ver com proximidade do rabo ou que ocupe as costas inteiras – mas raramente me passou pela cabeça fazer uma.

Das raras vezes que isso aconteceu, foi porque passei por alguém que tinha uma especialmente bonita e que lhe assentava especialmente bem.

 

Na verdade, não percebo muito bem o que se tenta fazer quando se faz uma tatuagem – e isto não é uma crítica, é uma confissão. Gravar poemas na pele? Nomes de pessoas? Homenagens aos filhos? É preciso escrevinhar isso na pele? Estrelinhas nos pulsos ou nos tornozelos não podem ser substituídos por acessórios que se tiram?

Juro que não percebo. E talvez por isso tenha tanta aversão a tatuagens. Por isso e por o meu querido pai ter feito uma tatuagem pavorosa quando estava na Guerra, em África. Uma tatuagem que o envergonha tanto que anda sempre escondida e que até se vê o olhar de sofrimento do senhor quando vai à praia e tem que tirar a t-shirt.

 

Não entendo – verdadeiramente – o que leva alguém a escrever ou desenhar algo na pele. Para sempre. E depois penso sempre no que será daquela pele daqui a 50 anos: é que uma tatuagem numa pele esticadinha é uma coisa. Mas quando vejo pessoas de setenta anos com borboletas derretidas e estrelas que mais parecem cometas confesso que volto a não entender por que não se lembraram de que a velhice também afecta o que temos gravado na pele.

 

E o sentido? Não se perde o sentido daquilo que se desenha? Conheço tão boa rapariga que achou lindo tatuar golfinhos nas costas – lembram-se da época dos golfinhos? – e agora morre de vergonha. A minha prima, por exemplo, fez uma tatuagem enorme há uns anos. No ano passado, para além de a tatuagem já estar a esmorecer, aquele desenho não lhe fazia já lá muito sentido. E portanto, toca de fazer outra por cima. Ela gosta. Mas what’s the point, se afinal ao fim de uns anos deixamos de gostar de uma coisa que nos está marcada na pele para sempre?

Também conheci uma miúda que tatuou nas costas o nome do namorado. Querem que vos diga como a história acabou? Pois. Ela ficou com a tatuagem e ele foi à vida dele…e portanto agora, a menos que arranje um namorado com o mesmo nome, não estou a ver como se vai safar desta.

 

Eu sei que nem toda a gente desenha nomes ou golfinhos e afins. Mas são estes casos que me fazem pensar que dificilmente eu quereria alguma vez ter uma tatuagem. Porque não me estou a ver, aos 70 anos, a achar graça nenhuma a ter o que seja escrito na minha pele. Vai ficar ridículo. Na verdade aos 40 já vou achar ridículo. O que dá um tempo muito limitado de sucesso às pequenotas que poderiam ser gravadas na minha pele.

 

[A minha tatuagem, explicada aqui.]

 

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4 comentários

De Blog Profissão Mãe a 17.01.2014 às 04:38

uiuiu
Que belo tema...
Adoro tatuagens :)
Nada excessivo n gosta de palhaçadas...tipo o corpo todo....tenho 2...e queria fazer mais duas...


Falta-me dinheiro?

Locais decentes? Impact Tattoo Almada, existe outra em Sintra boa e claro no Fontinha no bairro alto

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