24.11.10
Sete meses e tal. Acabou escorpião. Não podes nascer porque és pequeno (ratito, pá!). Podes nascer porque acabou escorpião (e se há coisa que eu não queria era um filho escorpião - não por causa dele, mas por minha causa, que sou aquário e uma e outra coisa são, vá, difíceis de gerir. E sim, isto é só uma parvoíce colateral). Não podes nascer porque ainda me falta lavar imensa roupa para ti (viva a nossa senhora do empréstimo, que fez com que tivesses um enxoval fabuloso disponível). Não podes nascer porque ando a adiar a ida à farmácia e ainda não comprei o que falta nesse departamento. Não podes nascer porque o berço (mais uma vez powered by nossa senhora do empréstimo) ainda não está montado. Nem a tua cama, no teu quarto, onde vais dormir as sestas desde que nasças. Não podes nascer porque ainda não passou o Natal e o teu tempo é só depois disso. Não podes nascer porque ainda não fomos onde queremos ir contigo na barriga (mas vamos no sábado, se não chover este mundo e o outro). Não podes nascer porque não é suposto que nasças antes das 38 semanas. E isso deixa-nos mais 6 semanas para passarmos juntos.
Serão as minhas últimas semanas grávida (supostamente). A nostalgia começa a aproximar-se. Não sou a maior fã de estar grávida, mas adoro a sensação de ter vida dentro de mim, dois corações a bater, em vez de apenas um. Gosto da ideia. Não gosto de tudo o que, na prática, a ideia traz. As dores nas costas, os pontapés que me tiram o ar, o cansaço, a falta de mobilidade, a inércia, o acordar a meio da noite para ir beber leite ou comer cereais, a sensibilidade ao extremo. Tudo coisas que não sou lá grande espingarda a gerir. Mas ser mãe não é estar grávida. Ser mãe é o que vem a seguir e disso sim, gosto. Gosto muito.
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