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Verso (da Margarida)
Eu cozinho. Não cozinho todos os dias, mas tento cozinhar frequência. Cresci numa casa onde éramos cinco e onde todos os dias a minha mãe se esforçava por inventar receitas novas para cada uma das refeições. Adoro comer em casa e só tenho pena de não ter herdado da mãe o gosto pelo fogão e pelos novos sabores. Aliás, na verdade eu adoro comer. Ponto final. Cozinhar é que me custa mais.
Não é que não goste, quando estou a cozinhar, mas de alguma forma, sabe-me sempre um pouco a obrigação: ter comida feita para haver o que comer. De qualquer forma, não me safo mal: cozinho relativamente bem, até experimento receitas novas, não tenho dificuldades de maior em apurar sabores com bons temperos e pouco sal… não sei fazer sopa (assumo!) e também não tenho o jeito maior do mundo para doces.
Mas o meu arroz branco é impecável – e juro-vos que é difícil fazer um bom arroz branco – e até já fui capaz de cozinhar quatro receitas novas para amigos num dia em que estava particularmente inspirada: saíram todas bem à primeira.
Mas o que eu queria mesmo era poder ter uma Bimby – estamos no caminho para isso – que me fizesse a comida toda sem eu ter que me ralar muito. Adoro a Bimby e as vantagens que aquilo dá: ora carrega no botão e enfia para lá esta quantidade de isto e daquilo, a velocidade é esta e durante este tempo. Sou muito feliz quando uso a dos meus pais e percebo que até sou capaz de fazer leite creme perfeito – sem ter que me esforçar coisa alguma.
Eu sou a cliente ideal de uma Bimby: não tenho gosto em cozinhar mas gosto de comer comida feita em casa. É o bicho perfeito para mim. E não me levem a mal as cozinheiras de mão cheia que adoram ir para a cozinha: dou todo o valor a quem gosta e consegue fazer comida maravilhosa (a minha irmã do meio ficou com toda a nossa herança genética nesse quesito, creio), mas realmente não é a minha onda.
Para além do mais tive uma sorte dos diabos e arranjei um marido que até come Chocapic ao jantar se eu lhe disser que não me apetece cozinhar e não houver nada no frigorífico. Ou seja: nem por obrigação consigo apurar o gosto para a cozinha. Mas tenho pena. Muita pena!
Mas ainda tenho esperança de que um dia, quando for grande, tenha pela cozinha o mesmo gosto que a Lénia tem.
[A minha versão dos factos, aqui.]