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Conheci a Catarina por causa dos blogs. Não sei precisar quem chegou primeiro a que blog, se eu ao dela, se ela ao meu. Não importa. Foi em 2005. Conversávamos, trocávamos opiniões e um dia passámos à tangência e fomos, com outra amiga comum e o seu bebé de 10 meses na altura (quase 9 anos agora... ouch!), almoçar sushi na Baixa. Selou-se a amizade. A Catarina é doce. Se eu só pudesse dizer uma coisa acerca dela seria isto: ela é doce. Apesar da vida, apesar das perdas, apesar dos insucessos, apesar do que correu menos bem, apesar de tudo. Doce. Não deixa que o lado negro se apodere da luz e brilha. É daquelas pessoas que, no caos, é o espelho da serenidade. Ao pé da Catarina nada corre mal. A vida é sempre um regato manso e morno, onde gastamos horas sem pensar em mais nada.
A Catarina, mulher de palavras, escreveu um livro onde reune crónicas do seu blog (e não só). E se eu sou um bocado avessa a isto de editar blogs em livro, com o livro da Catarina deixei de lado esta minha mariquice. Na sexta-feira foi o lançamento. Peguei na minha filha ("nora" dela, embora o filho dela não saiba nem queira saber) e fomos ver a Catarina brilhar. Ri, emocionei-me, abracei-a, matei saudades, revi caras conhecidas, e no fim, já na rua, chorei. Chorei quando vi a dedicatória que escreveu no meu exemplar. Porque o livro é dela, o dia era dela, mas ela escreveu para mim. E eu chorei.
[À noite, senhor marido - que não lê um livro há anos, nem sente falta nem liga nenhuma - pegou no livro dela e leu-o. Todo. E riu e emocionou-se e ficou feliz, como eu também fiquei, por ver ali materializado um bocadinho da nossa Catarina. Um bocadinho que, como ela, só podia ser assim. Doce.]