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Intervenção

07.02.13

Vocês que me lêem há mais tempo já sabem: não gosto de falar de roupa.

Portanto, hoje vamos falar de... roupa.

Aqui há dias, quando me fui violentamente abaixo e decidi assumir que não gosto do que vejo quando me olho ao espelho e que não me sinto bem comigo e que precisava de ajuda profissional para dar uma volta ao meu armário, a Rita Varela mandou-me um mail super querido e ofereceu-se para me ajudar. Aceitei (e agradeci muito!!) e fomos combinando as coisas. Estou à beira dos 34 (mesmo ali à beirinha!) e queria entrar no meu ano com um ânimo novo. Combinámos para ontem.

E o que se passou ontem foi uma volta gigantesca ao meu roupeiro e às minhas gavetas e ao meu outro roupeiro e à minha prateleira do camiseiro e às minhas caixas de sapatos (isto para terem uma noção da alarvidade de roupa que por aqui andava estacionada). Tirámos tudo, vimos peça a peça, deitámos fora o que não serve (nem vai servir), o que não gosto de ver em mim, o que não me fica bem, o que estava estragado e o que era muito giro em 1994 mas não é giro agora.

A Rita, cheia de paciência, ensinou-me os truques todos para o meu corpo (que, fiquei a saber, é uma ampulheta). E disse-me uma coisa que me deixou surpreendida: o meu rabo não é assim tão grande. É maior do que era há seis anos, mas não é um rabo gigantesco (juro que não sabia!). Aquilo que quero mesmo disfarçar nem sequer é o rabo. É a barriga... e a Rita ensinou-me a fazer isto sem stresses.

Segundo ela, nem sequer preciso de comprar muita coisa. Dava jeito arranjar uma camisa de ganga, umas sabrinas leopardo e um colar colorido e não muito comprido (fashion-word-alert: na verdade, preciso de um statement necklace...). O resto faz-se perfeitamente com o que já tenho. E tenho roupa versátil que se adapta bem ao meu dia-a-dia (que, convenhamos, não precisa de um guarda-roupa digno da princesa das Astúrias).

A Rita foi fazendo conjuntos com o que tenho, foi-me mostrando opções e a coisa parou num conjunto que eu achei muito "Zé Cabral" (ou seja, o tipo de "descombinação" de roupa que se costuma ver pelos blogs de street-fashion - ou lá como se chama a categoria daquilo). Avisei que não era capaz de sair assim à rua, aquilo era demasiado arriscado ("edgy" é a palavra que me surge, depois de ver muitos programinhas da Tyra Banks - sim, são óptimos para entreter!). Ela mudou uma coisa ou outra e, com a mesma base, criou uma opção muito menos "Zé Cabral", coisa imediatamente aprovada por mim, que vou ser cabide desta coisa toda.

No fim fiquei com o roupeiro todo arrumadinho, separado por peças, organizado por cores. E fiquei com as gavetas arrumadas. E com os sapatos arrumados. Enfim, ficou tudo no sítio, pronto a usar.

 

Lá pelo meio expliquei à Rita que nunca me acontece aquilo de ficar horas a olhar para o roupeiro sem saber o que vestir porque visto sempre a primeira coisa que me aparece, sem pensar mais no assunto. Calha que hoje aconteceu. Porquê? Porque aprendi tanto, fiquei com tantas ideias que me custou saber por qual começar. Mas lá escolhi uma opção que, pasmem-se, é um bocado... "Zé Cabral"!

 

Bom, resultado: cabeça muito mais limpa, muita vontade de melhorar o que há a melhorar (e é taaaanto, senhores!), auto-estima assim uns pontos acima. Há melhor maneira de começar um novo ano?

 

Sobre a Rita: adorei conhecê-la pessoalmente, é super querida, muito divertida e sabe muito bem o que está a fazer. Não é uma daquelas fashion victims afectadas, não fala linguagem de moda, não me fez revirar os olhos, deu-me vontade de saber mais, de conhecer mais, de aprender mais. Para quem liga zero a moda é um progresso, não é? Aconselho MESMO o trabalho dela, que é coisa para ajudar a poupar uma pipa de massa: em vez de irmos a correr comprar roupa porque achamos que o que temos não combina com nada, se aprendermos a combinar o que temos e percebermos o que nos favorece e o que nos atira ao charco, não precisamos de comprar (quase) nada!

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23 comentários

De Nicole a 07.02.2013 às 11:52

Fico muito feliz que tenhas dado esse passo. Ainda que as modas nos passem ao lado (e falo no plural porque me incluo nesse grupo alienígena de mulheres que não ligam a roupa), é muito importante sentirmo-nos bonitas, minimamente arranjadas e de gostarmos do que vemos ao espelho, esteja na moda ou não.
Perceber o que nos fica bem e o que não nos favorece é imprescindível, nem que seja para dar a tal volta ao armário.
Eu trabalho em casa e nem por isso deixo de me arranjar todos os dias, meter o creme de cor, o corretor de olheiras e um pózinho nas bochechas, de modo a disfarçar a zombie que há em mim.
Não estou à espere de encontrar o príncipe encantado (até porque já o achei) mas preciso de gostar minimamente do que vejo ao espelho.

Por isso acho que este foi um passo importantíssimo para ti, porque és uma mulher excecional e mulheres assim têm de se sentir confiantes e orgulhosas de si próprias.
Ainda bem que pudeste contar com um apoio assim, deve ter sido realmente útil e mais fácil.

Quanto ao colar colorido e não muito comprido, acho que te posso ajudar... ;)

Beijos

De Lénia Rufino a 07.02.2013 às 12:02

Ó Nic, tu tens TUDO para estar sempre bem: és linda, magrinha (quer se queira, quer não, tudo assenta muito melhor às magras!), tens pinta!
Sobre o colar, havemos de falar... ;)

De Nicole a 07.02.2013 às 12:15

Linda e magrinha? Estarás a falar com a Nicole certa? lol
A parte do magra, nem me posso queixar muito, é verdade que depois de ter colocado o aparelho nos dentes emagreci um bom bocado, mas a que preço, não é? Tenho uma armadura na boca, ainda mais evidenciada pelo facto de estar com o rosto estupida e desproporcionalmente magro relativamente ao resto (leia-se ancas).
Sou baxinha, a maioria das roupas bonitas quando adaptadas à minha estutura já perdeu o corte e a graça.
Mas há sempre formas de tentar tirar partido, acho. Eu não sei se estou lá, mas também não devo estar muito longe (apenas limitada, lol).

Tu és linda e não és nenhuma lontra, que eu já te vi. Tens formas femininas bonitas que apenas precisam da roupa certa para evidenciar o que tens de melhor (por exemplo, tens umas belas pernas) e neutralizar o que não gostas tanto (a tal barriguina).
Mas isto depois dos filhos, ou tens uma genética espetacular, bué tempo e dedicação ao fitness ou então é lixado abater a dita cuja. Também pertenço ao clube.

Se gostares de algum dos colares diz-me. My treat! ;)

De A. a 07.02.2013 às 12:04

http://www.adeb.pt/saude_mental/bipolar/o_que_e_bipolar.htm

A sério, lê isto. Acho que precisas de ajuda.

De Lénia Rufino a 07.02.2013 às 12:14

Já li. Não tenho NENHUM dos sintomas de mania. Tenho vários de depressão. E então? Não é nada que eu não saiba já... Já aqui falei nisso, já expliquei os quês e os porquês. Quando não estou tão no fundo do poço estou normal, não estou eufórica. Aliás, nunca estou eufórica. E acho que é legítimo procurar pequenas coisas que me tirem o tal sentimento depressivo e que me puxem para o meu ponto zero, que é este em que me sinto bem comigo, em que sorrio e tenho razões para estar feliz. Não ando aos pulos, não tenho mudanças de humor a cada três segundos, não me irrito quando as coisas não correm como eu quero. Acredito que tenha uma depressão. Não acredito que seja bipolar... (mas obrigada pelo link...)

De A. a 07.02.2013 às 12:21

A questão é essa coisa da moda: "odeio moda", "não gosto de roupa", "estou-me a borrifar para a moda" e depois constantemente o assunto vem à baila e agora isto. Parece, mesmo, sintoma de bipolaridade. E esta é uma situação grave com que não se deve brincar.
Mas vejo que estás atenta aos sintomas. Óptimo. Não deixes as coisas sairem de controlo. Depois é muito pior.

De Lénia Rufino a 07.02.2013 às 12:28

Confesso que não consigo acompanhar o teu raciocínio... Não é por ter dado uma volta ao armário que vou passar a ser viciada em roupa, seguidora de tendências e fashion victim. Não mesmo. Não gosto de moda, como não gosto de motas, por exemplo. Não é assunto que me interesse, não é tema de que fale. Claro que não vivo num buraco e o assunto é recorrente aqui, como na vida. Aquilo que acho que ainda não percebeste é que digo muitas vezes que odeio moda porque é uma forma de marcar uma posição. Apenas isso. Claro que gosto de fazer compras, claro que gosto de roupa bonita e que fique bem. Mas não faço disso o ponto central da minha vida, como parece ser "norma" nos dias que correm. É uma espécie de ódiozinho de estimação, se quiseres. Há quem implique com outras coisas, eu implico com esta...

Sobre o resto, está controlado. Tenho à minha volta gente que não me deixa pôr o pé em ramo verde. Marido, amigas, etc., são pessoas atentas ao que se passa comigo. Eu sei que não estou a 100% e, se sentir a coisa a resvalar, serei a primeira a pedir ajuda. Se assim não fosse, nunca teria falado do assunto aqui, publicamente. Tentaria ao máximo esconder a situação e passar de fininho. Mas não é o caso.

De A. a 07.02.2013 às 12:37

Acho que percebi. E até percebo. Acho que sou igual, aliás, normalmente quando algo nos irrita particularmente em alguém, devemos olhar para nós próprios. Regra geral estamos a reconhecer nessa pessoa algo que nós também temos. Deve ser isso. Assunto esclarecido :) Sorry...

De Ana Matias a 07.02.2013 às 12:22

Mesmo que não se ligue muito a roupa, a verdade é que se gostarmos de nos ver sentimo-nos bem connosco próprias. Dá-nos confiança!

A questão nem é o estar "na moda" ou não, é tão só e apenas gostar do que se vê quando nos olhamos ao espelho.

De na primeira pessoa do singular a 07.02.2013 às 12:25

Não tendo uma ajudante dessas, recorro às irmãs, mas nunca dentro de casa.
Sonho com um WHAT NOT TO WEAR, mas é espantoso o diminuto número de roupas que possuo, acho que até iam chorar com pena de mim!!!

Já pude dispender algum dinheiro em roupas. Já fui muito elegante. Hoje, nem uma coisa nem outra.

Os jeans são um misto de agridoce no meu corpo, mas ainda assim, os meus fieis aliados. Tudo o que deixa de servir, é automáticamente doado. Coisas que sirvam, entram lá em casa a um ritmo muito menor do que as que saiem. O saldo é, obviamente, negativo.
Afogam-me os colares, magoam-me as pulseiras, irritam-me as echarpes, não me servem os cintos. Não tenho orelhas furadas.
Finjo calor porque não me servem os casacos.
Tenho alguns bons sapatos, em especial de verão, algumas malas, não muito fashion e quase todas baratuxas
Se houver salvação para uma XXL na zona de Leiria, digam-me...pode ser que me atreva, já que se aproxima o meu aniversário...

De Rita Varela a 07.02.2013 às 22:39

Todas conseguimos melhorar a nossa imagem, não importa o tamanho :)

Se quiser falar comigo envie-me um email ou uma mensagem pelo facebook. Todos os meus contactos estão aqui http://www.ritavarela.com/p/contactos.html

Beijos

De A. a 07.02.2013 às 12:32

Há uma coisa na Marianne que simplesmente acho maravilhoso, único e especial. Tem uma capacidade de encaixe para as críticas invulgar. E sem dúvida que isso é sinal de maturidade e autoconfiança. Quando deixei o link sobre a bipolaridade foi com a melhor das intenções, mas era mais do que natural que ela ficasse ofendida e reagisse negativamente. Mas não...como sempre reagiu como uma grande mulher!

Parabéns, Marianne. Admiro-te.

De Lénia Rufino a 07.02.2013 às 12:39

Mas porque é que havia de ficar ofendida? Se tu quisesses atacar não terias posto o link. Terias usado de outra forma de discurso, mais violenta... certo? Se tivesses feito isso nem sequer tinha respondido. Acho - e posso estar errada - que puseste o link mesmo numa de achar que poderia ajudar. Claro que não levo isso a mal, nem poderia.

Com as críticas aprendi a lidar há uns aninhos. Há coisas que não merecem resposta. E tudo o que sejam críticas construtivas devem ser ouvidas e levadas em conta, para se poder melhorar e evoluir. Tento fazer isso sempre. Por vezes não é fácil assumir os nossos erros, as nossas falhas. Mas só assumindo se pode seguir em frente. Há uma coisa que sempre tive: ninguém goza mais comigo do que eu própria. Sou a primeira a reconhecer as minhas fragilidades, sou a primeira a apontar-me o dedo. Sou muito exigente comigo e isso nem sempre é bom. Sei o que valho, sei que não sou a última coca-cola do deserto (nem a penúltima... nem nada que se pareça), mas tento fazer melhor e sentir-me melhor a cada dia. O desafio é complicado e se calhar devia deixar andar e não me preocupar tanto mas... não consigo, não faz parte da minha personalidade.

Só não concordo contigo ali na parte do "grande mulher". Estou longe disso... muito longe mesmo. De resto, só posso mesmo é agradecer-te o link, a preocupação e os comentários. ;)

De amora a 07.02.2013 às 13:04

Maravilha! :) Obrigada por partilhares esta tua fase menos boa de uma forma tão genuína.

De uba a 07.02.2013 às 15:19

Bela solução. ADORAVA fazer algo do género. Se calhar vou pedir orçamento à Rita. Hum....
Ela vem aos Algarves?! lol

De Rita Varela a 07.02.2013 às 22:36

uba envie-me um email ou uma mensagem para o facebook que falamos sobre uma ida aos Algarves.

todos os contactos em http://www.ritavarela.com/p/contactos.html

De Queen of Hearts a 07.02.2013 às 15:40

Tanto que eu precisava de uma intervenção dessas. Tanto, tanto. Especialmente porque já fui uma mulher (que se considerava) bem vestida, com um estilo próprio, fora das fashion-victimices, com um aspecto jovem e put together. Hoje em dia sou uma sombra disso. Com o peso que ganhei, preocupo-me em tapar as evidências. Não tenho tido orçamento para compras e self-pampering. Resultado: um aspecto descuidado, vestir sempre as mesmas coisas (as que me servem), um estilo envelhecido. Odeio. Odeio. Odeio.
Pode ser que em breve consiga uma intervenção dessas, ou fazê-la eu sozinha, se me voltar o equilíbrio e a clarividência.
E por fim: parabéns, é muito bom sentir-te mais animada. :) E estavas muito bonita esta manhã, pelo que vi no FB!

De Lénia Rufino a 07.02.2013 às 16:00

Manda-me um mail ou uma mensagem por FB para eu te mostrar uma coisa que acho que vais gostar de ver... Beijinho!

De Isa a 07.02.2013 às 16:02

Acho que fizeste lindamente em pedir ajuda visto que é um assunto que quando não se gosta particularmente, e se está em baixo, é difícil mudar e remodelar! Feliz ou infelizmente a roupa é uma forma de marcar uma posição, ou pelo menos dar um primeira impressão. Quer queiramos, quer não! Podemos não concordar, mas é isso que acontece. Para além que nos sentirmos bem com o nosso aspecto exterior ajuda um pouco ao interior animar-se para andar em frente! ;)

És uma mulher cheia de força, isso dá para perceber a léguas..

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