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Há um ano, quando fui levada a esta "escolha" de trabalhar em casa (por força de uma mudança de emprego que não podia ter corrido pior), mudou tudo. Tem sido um ano de adaptações e afinações. Ainda não está perfeito. Há dias em que acordo com saudades de me vestir de executiva, correr para o comboio e ir trabalhar fora de casa. Há outros em que bendigo (MUITO!) a sorte que tenho em poder estar aqui, no meu canto, a fazer as minhas coisas, ao meu ritmo. Há muito que sei para onde quero ir, mas só há pouco tempo comecei a trilhar este caminho. E ainda não é nada certo, falta-me afinar muitas coisas, falta-me aprender muito, falta-me trabalhar muito. Mas sei para onde quero ir.
Só que há dias em que as dúvidas são mais que muitas. Em que tenho medo de estar a fazer a escolha errada (embora o meu coração me diga que não). Há dias em que me sinto triste e penso que, se morresse agora, não deixava marca nenhuma no mundo (além dos meus filhos, que são umas pegadas de dinossauro enormes!). Há dias em que penso que o dinheiro que os meus pais gastaram no meu curso superior foi o dinheiro mais mal gasto da história da humanidade (tirando os submarinos do Paulo Portas). No fundo sei que não, mas o que é facto é que já pouco trabalho faço relacionado com o curso que tirei (e, sinceramente, não lamento muito esta parte - até porque, no fundo, sei que não devia ter tirado aquele curso). Depois lembro-me de que foi na faculdade que conheci o meu marido e se calhar foi só mesmo para isso que lá andei.
Gostava de poder ver-me daqui a cinco anos. Dar só uma espreitadela para ver onde vou estar, só para ver se valerá a pena este caminho que estou a fazer. Claro que perdia metade da piada, mas eu sou curiosa e ansiosa por natureza, quero tudo para ontem e era perfeito isto de poder olhar e pensar "ok, escolhi bem, agora é continuar". Quero acreditar que o meu coração é que sabe. E é para lá que vou, para onde ele me manda. Mas há dias, como hoje, em que as dúvidas são mais que as certezas e isso... é uma gaita, é o que é!