Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Nos idos anos em que eu era uma miúda desprovida de filhos passava dias a fio na praia. Grelhava de um lado, grelhava do outro, lia, ouvia música, dormia... vidinha produtiva, portanto.
Desde que tenho miúdos passei a ter respeito ao sol e só lagarto às horas permitidas a crianças (mais ou menos, vá). Hoje, por exemplo, chegámos às 9h30. Altercação verbal com a condutora da viatura à nossa frente, que tirou o dia de férias para pensar calmamente para que lado ir, parando e não indo para lado nenhum. Empatando o trânsito, portanto. Tirar a tralha do carro, descer para a areia com mamãe a levar o neto ao colo e eu a levar ao colo as coisas. Praia semi vazia, óptima para se estar. Zero vento, calorzinho bom, bandeira verde. Água gelada, mas isso é um pormenor.
Entre brincadeiras com areia e com água, duas páginas lidas, zero minutos dormidos (e o que eu gosto de dormir na praia, caraças...), onze e meia, hora de regressar. Três viagens à água para lavar baldes e formas e tralhas. Despir miúdos, vestir miúdos, lavar pés, secar pés, alancar com as coisas... e mundo a começar a girar sobre a minha cabeça. Subimos para o estacionamento e à primeira sombra que apanho, eis que me sento no chão, cabeça entre as pernas e uma quebra de tensão a pairar. Como é deus é meu amigo através das pessoas que cruza no meu caminho, tive a sorte de ir a passar um médico. Não fez nada além de me mandar deitar e de me puxar as pernas para cima, enquanto eu comia uma bolacha de chocolate a ver se a coisa se dava. Entretanto chegaram os donos do carro cuja sombra eu estava a aproveitar... Esperaram, lá me recompus, fomos para o carro e siga para casa.
Lesson learned: não voltar a ir para a praia sem um chapéu na cabeça. Estive a manhã toda debaixo do chapéu de sol, mas preciso de mais do que isso.