08.03.12
Está um calor que mal se aguenta, para quem saiu de casa no final do inverno e se deparou, uma hora depois, com o meio da primavera. Está um calor bom, com um cheiro que não é desta cidade (juro que aqui, onde estou, não sinto cheiro a fumo nem a stress nem a assuntos por resolver). Está um sol que, malgrado ser o meu combustível, bate na janela atrás de mim e faz com que este monitor não seja a coisa mais fácil de ver. Tenho na boca o gosto do cappuccino sem natas, a saber a tempo para gastar com as teclas de um computador - não para divagar mas para escrever. Eu devia fazer isto mais vezes: pegar em mim e no meu material de trabalho, sentar-me com vista para a vida, e escrever tudo o que se me arrasta no peito. Há sempre um começo. Ou um recomeço. Hoje, um dia que começou pesado, sinto nas mãos o prazer de concretizar histórias. A alavanca: um almoço entre amigas (algumas só virtuais, outras bem mais do que isso). E este sol. É impossível não estar em paz com um sol destes a bater na janela e a transformar este monitor numa coisa difícil de gerir.
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