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Impossível não falar nisto

28.01.14

[Desculpem os que acham esta coisa de perder peso a maior chatice à face da Terra. Eu entendo-vos, a sério que sim! Já houve alturas em que revirei muito os olhos perante posts sobre este tema. Foi na altura em que estava noutra e não queria saber de quem perdia peso. Portanto, se quiserem seguir adiante não vos levo a mal - na verdade nem chego a saber, não é? Bom, falemos...]

 

Já aqui disse que entrei em 2014 com 68kg. Tenho um objectivo final, mas vou tendo objectivos pequeninos pelo meio, assim numa de não ir com muita sede ao pote e de não me desmotivar. Um desses objectivo é este: chegar ao meu aniversário com 63kg. É assim um semi-objectivo: dava-me um mês e meio para me pôr a mexer, 5kg num mês e meio não é nada do outro mund, é exequível sem ser preciso ser radical. 

 

Hoje de manhã vesti-me e não me senti bem. Peguei numas calças de ganga que uso muitas vezes e que andaram muito tempo "a gritar" (ou seja, justas de meter impressão!). Vesti-as e senti-me estranha. Calças largas na cintura, ok nas pernas, mas largas-a-cair na cintura. Há bocado pesei-me. Não estava em jejum nem nada disso, mas pesei-me na mesma. 63,5kg. Fiquei ali, a olhar para o espelho e para a balança, incrédula. Eu sinto, eu sei que perdi peso, noto na roupa e fora da roupa. Mas ver os números ali foi um baque.

 

Ainda assim, mantenho o objectivo (oficialmente, porque, por dentro, passei a querer os 62 no dia do meu aniversário). E mantenho o objectivo final, que foi mudado entretanto, mas que agora está fixado. Quando lá chegar falo nisso. Até lá... passem à frente ou comemorem comigo os pequenos degraus que vou conquistando...

 

 

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A conversa que fez o meu click acontecer

24.01.14

29 de Dezembro, eu dentro da banheira para um banho de imersão, telemóvel na mão e toca de conversar com a Erica, que foi o meu anjinho salvador. Falávamos de pesos e do meu desânimo. E dos porquês de eu não resistir a doces.

Dizia-me ela que também tinha sido assim, a maior gulosa à face da Terra, que tinha que comer doces todos os dias. Depois deixou de ser. E eu perguntei o que mudou. A resposta dela foi esta: "Tive uma epifania, um dia. Pensei: bolas, então uma tigela de leite creme vale q eu fique aborrecida, discuta c meio mundo? Mas eu vou a uma festa pelo bolo, ou pela companhia das pessoas? E disse: não, eu sou perfeitamente capaz de viver sem comer doces. E meti na cabeça que doces são PARA OCASIÕES MTO ESPECIAIS. E durante 10 meses comi uns 8 ou 9 doces."

Eu disse que era disso que eu precisava: uma epifania igual. E ela disse-me que aprendeu o seguinte: "a) sobrevivo mto bem sem doces; b) quando podes e sentes MESMO que podes comer tudo, o teu cérebro não pede nada.". Verdade.

 

"Se mudares o discurso para: não, eu como um doce MESMO quando me apetece MUITO, vai-te acontecer uma coisa espantosa que é passares por um doce, teres a possibilidade de o comer e dizeres: Hum, hoje nem me apetece muito.", disse ela. E eu respondi que me aconteceu precisamente isso... nas minhas gravidezes. "Sabes porquê? Porque se calhar nessa altura o teu inconsciente estava descansado e podias comer o que quisesse. Quem mandava eras tu e não a tua gula por doces."

 

Depois ela aconselhou-me: "Faz um exercicio: passa por todas as pastelarias e analisa o bolo que queres comer, pq sabes que HOJE vais comer um bolo, ou dois, ou três, os que quiseres. O mais provável é dares meia volta e não te apetecer nenhum." - Verdade: isso foi o que me aconteceu no Natal do ano passado: autorizei-me a estar à vontade porque decidi que lidaria com o problema em Janeiro... e a verdade é que não comi quase nada doce.

 

E foi aqui que se deu o click: no momento em que decidi que eu posso comer doces, quando EU quero. Não quando me apetece, quando tem que ser, quando estou triste ou contente, quando estou ansiosa, quando mereço, quando que se lixe é só hoje. E a verdade é que, desde dia 1, que foi o dia em que me comprometi, não voltei a tocar em doces, nem em nada que eu sei à partida que não é bom para mim. Já estive perto das tentações só que... já não são tentações. Já não tenho que lidar com a ansiedade associada a querer comer e saber que não posso. Já não tenho que fazer esforços sobreumanos para não enfiar a cara em bolos e porcarias afins. Passo ao lado do que antes gritava por mim e nem um sussurro ouço. Sinceramente, nunca acreditei que um dia isto fosse acontecer comigo. Mas aconteceu. Tem sido assim.

 

E o melhor? É libertador. Eu é que mando. Não é a comida que manda em mim, a gula passou a ser apenas uma palavra no dicionário. Se eu quiser, eu posso comer. Acontece que não tenho querido. Hei-de querer comer um bolo, claro que sim. E hei-de comê-lo, sabendo que isso não me fará refém do açúcar outra vez. Mas, por enquanto, ainda não quero comer. Não preciso. Estou bem assim. E a verdade é que estou há 24 dias sem açúcar. Aí há tempos li num dos meus blogs preferidos que a autora estava a fazer um detox de 21 dias sem açúcar. E a dar em maluca pelo caminho. Eu li aquilo e pensei "nunca na vida! Sou incapaz de estar 21 dias sem açúcar!". Surpresa: 24 dias. E é para continuar, porque me sinto bem assim, porque não me faz falta, porque não é disso que preciso para viver. E, na verdade, vivo muito melhor sem açúcar. Desapareceu a ansiedade e o sentimento de culpa quando mitigava a dita ansiedade. Desapareceu o pensamento constante em bolos e chocolates e doces. Desapareceu a vontade. Apareci eu, a mandar em mim, a decidir o que quero para mim, a escolher o que me faz bem. E isso não significa que deixei de ter prazer no que como, bem pelo contrário. Não como nada de que não goste, só que nada do que como me faz sentir culpada e ficar com peso na consciência. Repito: é libertador.

 

Portanto, bottom line: tu é que mandas. Tu é que decides. A comida, seja ela qual for, não manda em ti. E quando perceberes que tens este poder todo e que não és escrava do que comes, deixas de estar presa ao que nos faz mal e passas a escolher o que é saudável e bom para ti, com o mesmo prazer com que antes te afundavas em baldes de gelado. De novo: é libertador. O desafio? Experimenta!

 

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Mecogate

24.01.14

Tudo o que se possa dizer, além do que já se sabe, parece-me pura especulação. Só, mais nada.

 

Sou mãe, a coisa que mais pânico me provoca é pensar que posso vir a perder os meus filhos - seja de que forma for - mas o Dux também é filho de alguém. Não consigo olhar para o que se vai dizendo na comunicação social e "culpar" o sobrevivente. Teve sorte - ou talvez não, pode nem sequer ter estado em risco. Mas não sei, perante o que se vai dizendo (especulando) sobre ele, se ele a esta altura não pensará que preferia ter morrido também. Está a ser julgado em praça pública. Está a ser apedrejado porque não fala, não conta o que se passou. Não sei se está capaz ou não. Sei que, no lugar dele, eu não teria coragem nem vontade de falar à comunicação social. Aos pais dos que morreram? Talvez. Mas já pensaram que tudo o que ele possa dizer pode vir a trazer ainda mais sofrimento àqueles pais? Os pais dos que morreram precisam que haja um culpado, precisam de mitigar a angústia de alguma maneira e, dada a crueldade das mortes dos filhos (não consigo imaginar coisa mais aflitiva do que um afogamento), um culpado talvez ajudasse. Talvez precisem de saber que os seus filhos foram obrigados a entrar no mar. Talvez precisem de saber que houve dolo. Talvez precisem disso para deixar seguir em paz os seus filhos, perdidos numa morte certamente injusta, com certeza prematura, inequivocamente estúpida. Eram miúdos com muito por viver. Mas não matemos quem está vivo. Não retiremos ao sobrevivente, ao João, o direito a viver. Não o julguemos sem factos, sem saber o que se passou. O João, como o Tiago, o Pedro, a Joana, a Carina, a Catarina e a Andreia, é filho de alguém. Merece viver. Merece respeito. Também os pais dos que morreram merecem respeito. Certo. Só que nada, explicação nenhuma, justificação nenhuma, lhes trará de volta os filhos. E o João, parece-me, está a ser "morto" aos bocadinhos. E eu não quereria ter um dia que explicar aos pais do João que ele "morreu" porque foi julgado em praça pública, por treinadores de bancada que só sabem o que os jornais contam. Não atiremos pedras. Não julguemos. Deixemos viver quem está vivo.

 

[Todos são inocentes, até prova em contrário. Uma sociedade em que se pense que todos são culpados, até prova de inocência não é uma sociedade livre nem justa.]

 

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O melhor do meu dia, hoje

23.01.14

Ter feito as pazes com o meu corpo em frente ao espelho. Sentir uma espécie de amor a despontar: as coisas de que menos gostava já começo a apreciar. Começo a sentir-me bem na minha pele. Começo a estar bem com a imagem que o espelho me devolve. E isto não tem nada a ver com os outros, tem só a ver comigo. O meu marido está sempre a dizer-me que estou bem, que gosta de mim assim, que adora o meu corpo, mas eu não podia dizer o mesmo. Hoje dei tréguas e fizemos as pazes, o meu rabo e eu.

 

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Frente & Verso - Happy Birthday

23.01.14

Verso - o aniversário da Margarida

 

Acho que nasci numa quinta-feira. A minha mãe estava em casa de uns amigos, entrou em trabalho de parto e em cerca de duas horas eu já tinha nascido. Sempre fui assim, despachada. Demasiado despachada, às vezes. Nasci na Primavera, demasiado perto da Quaresma, mas demasiado longe do Domingo de Páscoa: já passei uns quantos aniversários à quinta ou sexta-feiras santas [e para quem, como eu, é católico e vive o tríduo Pascal a sério, isto é uma seca] mas nunca consegui fazer anos no Domingo de Páscoa. O que é uma seca.

 

Isto faz com que eu ache que o meu dia de aniversário é maaaais ou menos igual aos outros todos, com a vantagem de que somos o centro das atenções – perdoem-me, mas eu sou carneirinha. Ser o centro das atenções é algo que me importa mesmo quando tento que não importe. Sempre fui às aulas, e acho que só houve um ano em que não trabalhei no meu dia de aniversário. Gosto de chegar e de receber abraços e beijinhos e parabéns. Gosto que o meu telefone toque durante todo o dia e de receber mensagens de pessoa que achava que nunca se lembrariam de mim [é certo que o Facebook ajuda, mas ainda assim…]. Gosto de ter mimos durante o dia, seja em forma de email, de visitas inesperadas ou de simples telefonemas. Gosto. Gosto de fazer aniversário.

 

Há anos que me lembro de celebrar esse dia com os meus amigos. Os mais próximos, mas muitos, ainda assim. Há dois anos, estando em viagem, decidi celebrar no regresso, com duas festas: um jantar com os amigos de infância e um lanche com os outros todos. No ano passado enchi a casa com mais de vinte pessoas e fiz uma festarola com pratos e copos de plástico, comida caseira simples feita por mim e um bolo com o selo da irmã mais velha. Não me interessa ter uma festa muita elaborada. Interessa-me ter por perto as pessoas que me são importantes.

 

Este ano vai ser exactamente a mesma coisa: virei trabalhar no meu dia de aniversário, tentarei sair mais cedo e depois vou passar o final de semana fora, com a pessoa com quem construi uma nova família. Vai ser um bocadinho diferente, mas vai ser o meu aniversário como gosto dele: com pessoas, com aqueles de quem gosto, com trabalho, com normalidade. Mas não duvido de que vou sentir saudades de juntar toda a gente para celebrar comigo mais um ano. Aliás, tenho a certeza de que vou voltar e pensar se não deveria organizar um jantar tardio de aniversário para poder agradecer às pessoas estarem sempre na minha vida…

 

[E as minhas celebrações aqui.]

 

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E o fabuloso voucher de 50€ da Brasserie de L'Entrecôte vai para...

22.01.14
 
 
Rui Amador chamado à recepção! Parabéns!

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3

21.01.14
[Há 3 anos não estava este temporal. Há 3 anos saí de casa a saber que, quando regressasse, seria contigo aninhado no colo. Há 3 anos almocei sushi e comi até as dores me deixarem comer. Há 3 anos rebentaram-me as águas em cima de uma lomba, em Carnaxide, entre o shopping e a casa dos nossos amigos, o barulho de uma tampa a ser arrancada, garrafa aberta, um osso a partir. E a dor, uma dor aguda e Rebentaram-me as águas, Ai, caraças, vais-me sujar o carro todo, Não vou nada, vais ver. Não sujei. Nem uma gota sequer. Há 3 anos entrei no hospital, disse ao que ia, fui à casa de banho antes de ser internada. Ninguém me mexeu para confirmar a ruptura da bolsa, Sim senhora, vai ficar internada, vou dar-lhe as coisas para mudar de roupa, pode tomar um duche se quiser. Quis, claro que sim. Um duche e contracções. Soube-me tão bem, sabia lá eu quantas horas até poder tomar um duche como deve ser. Três e meia, três dedos de dilatação, Sala de Partos 1, a mesma onde nasceu ela, 3 anos e 1 mês antes. Quatro horas. Dr. Miguel, anestesista, a primeira pessoa que conseguiu anestesiar-me sem que eu me sentisse a morrer. Epidural que não pegou. Que se lixe, já o parto dela tinha sido com epidural-sem epidural, aquilo não há maneira de pegar em mim - achava eu; um ano e meio depois, no aborto, pegou e foi a coisa mais fácil de sempre. Quatro e meia, dilatação completa (sim, numa hora - é o que me faz a epidural), Mãe, vai fazer força mas ainda não é para ele nascer, ele está muito subido, primeiro vamos ajudá-lo a descer, não se preocupe, isto pode demorar, mas nós estamos aqui. Se ao menos me tivessem explicado isto no parto dela, talvez eu não tivesse panicado e não tivesse berrado por um médico e implorado por uma ventosa que foi mesmo a solução final. Cinco e trinta e oito, é lindo - não era nada, era muito moreno, cheio de sangue, mas era meu e estava ali, no meu peito, um parto fácil, um parto curto, um parto com dores que acabaram ali, no segundo em que ele nasceu.
21 de Janeiro de 2011, 17:38. Parabéns, filho. Parabéns, André.]
 

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O dia em que eu mudei

17.01.14

Ando há anos a dizer que é desta, que agora é que é, agora é que vou entrar na linha e comer como deve ser e mexer-me e perder o peso que me chateia. Anos disto representam um desgaste imenso. Ninguém me cobra isto, mas eu cobro. Ninguém me exige que eu perca os tais quilos, mas eu exijo. Foram seis anos de uma luta diária, de muita angústia, de muita vontade e de vontade nenhuma, de muitos falhanços e de um sentimento de culpa enorme e constante. Seis anos é muita coisa. São muitos dias com um peso maior do que consigo carregar em cima de mim. Muitos dias a sentir-me a maior fraude, a maior falhada do mundo. Eu sei: sou eu que sou exigente. Sou, sempre fui, não quero deixar de ser. Não era por aí que ia resolver o problema: baixar a fasquia para me sentir melhor nunca foi opção.

 

Cansei-me muito durante estes seis anos. Foram seis anos a gostar menos de mim do que mereço. Seis anos a cuidar mal de mim. Fartei-me de mim e da minha conversa, quis mandar tudo à real puta que pariu, quis desistir muitas vezes, quis formatar o disco e deixar de pensar. Nunca fui capaz. Lá no fundo esteve sempre aquela vontade de mudar e de chegar onde quero. Sabia há muito tempo o que precisava de fazer para conseguir mas, de caminho, fui sempre a minha pior inimiga. Boicotei-me. Usei os clássicos das desculpas, não sou capaz, é só hoje, apetece-me mesmo, eu mereço, não consegui resistir e fui-me boicotando. Durante seis anos, que são mais ou menos 2190 dias. São demasiados dias para não se ser feliz consigo mesma.

 

A Catarina disse-me muitas vezes que um dia eu havia de ter o click e só aí ia conseguir mesmo mudar. Fui sorrindo e acenando, a achar que já tinha tido mil clicks e nem por isso estava no bom caminho. Depois, no dia 29 de Dezembro, numa conversa com a Erica, o inesperado aconteceu. Um click. O click. Ali, finalmente.

 

Não vou contar o teor da conversa (hei-de contar, mas não hoje, não agora). Digo apenas que tudo, mas mesmo tudo mudou. Olhei para mim e soube que, depois daquilo, eu era capaz. Resolvi deixar passar o fim de ano e começar em força dia 1. Mesmo sabendo que ia passar o dia de ano novo à mesa, em casa dos meus pais, rodeada de coisas que adoro. Mesmo sabendo que ia ter que começar logo com uma resistência hercúlea. Mesmo assim, comprometi-me: dia 1.

 

E dia 1 cumpri à risca o que prometi. Não cedi a nada. Não foi só um bocadinho, eu mereço, eu não sou capaz de resistir, é só hoje, apetece-me mesmo. Nada. Desde dia 1 que não como carne. Nem farinhas brancas. Nem nada que tenha trigo. Nem doces. Nada com açúcar adicionado. Deixei de ver comida e passei a ver alimentos. Um bife não é um bife; é proteína. Uns cajus não são um snack; são gordura. Arroz não é arroz, é carboidrato. Deixei de comer pelo prazer que isso me dá e passei a comer para me alimentar. Não reduzi quantidades, nada disso. Também não ando a comer peixe cozido com brócolos. Ando a comer bem, a fazer refeições super saborosas, que me deixam com as papilas gustativas a bater palmas. Só que deixei de comer por gozo e passei a comer por necessidade de alimentar o corpo. Deixei de comer com o coração e passei a comer com a cabeça.

 

Voltei ao ginásio, sabendo que nisto de perder peso 70% é alimentação e 30% é desporto. Desde dia 2 acho que só não fui ao ginásio um dia. Mudei o plano de treino entretanto e esta semana estou a fazer só a parte de cardio, para secar. Mato-me ali, a correr, a subir degraus, a remar. Suo e canso-me mas nunca tive vontade de desistir, nem nunca pensei que devia ter ficado em casa. E não é depois que penso isto, é durante.

 

Desde dia 1 que não cometo nenhum deslize. Nenhum. Sem esforço - e é esta a diferença, porque antes eu até podia andar uns dias a portar-me bem, mas estava sempre em esforço. Agora não. É assim porque sim. Não penso em bolos - e já fiz vários desde dia 1, mas nunca me apeteceu sequer rapar uma taça de massa. Não sonho com chocolates. Não me apetece massa nem arroz nem batatas. Batatas fritas, essa perdição, é coisa que não me apetece. Passo em frente ao McDonald's e não brigo comigo para não entrar.

 

Se vai ser sempre assim? Não. Vai haver um dia em que me vai apetecer um bolo e eu vou comê-lo. Porque eu quero, porque eu posso e não porque não consigo resistir, é só hoje, apeteceu-me mesmo, eu mereço. Vai haver um dia em que volto ao McDonald's para comer um McRoyal Deluxe. Porque quero, porque posso. Mas ainda não. Ainda é cedo. Ainda tenho um longo caminho a percorrer. Tenho perfeita consciência de que sou uma adicta em recuperação e que, tal como os drogados a largar a droga, não posso ceder a uma dose, porque corro o risco de precisar de outra logo a seguir.

 

Não tenho feito isto sozinha. A Catarina motiva-me todos os dias, sem saber. À Erica devo a permanência nesta guerra, sinto-me em dívida para com ela e tenciono pagar essa dívida todos os dias, agradecendo e honrando o click que ela me deu. A Teresa, do blog OuiOui Saudável tem estado sempre lá, a esclarecer-me as dúvidas de nutrição. Tenho tido as minhas amigas comigo, a apoiar de uma forma ou de outra (quanto mais não seja porque não me convidam para nada que envolva calorias maradas). O meu marido compreende a mudança e acredita em mim e respeita o facto de eu não os acompanhar nas refeições deles, para comer sopas e saladas e coisas "esquisitas" como quinoa e amaranto.

 

Dizem por aí que são precisos 21 dias para quebrar um hábito mau e mais sete para instaurar outro hábito. Estou a quatro dias de quebrar o meu mau hábito e a 11 de instaurar o hábito novo. Sei que sim. Sei, finalmente, que sou capaz. Sei que estou no caminho certo. Sei que agora vou ser capaz.

 

Dia 1 pesava 68kg. Hoje peso 65kg.

 

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Frente & Verso - Tatuagens

16.01.14

Verso - da Margarida

 

Não gosto de tatuagens. Nem pequenas, nem grandes, nem médias. Coloridas ou a preto-e-branco. Não gosto. Não digo que não haja pessoas que não fiquem engraçadas com algumas – dispenso tudo o que tenha a ver com proximidade do rabo ou que ocupe as costas inteiras – mas raramente me passou pela cabeça fazer uma.

Das raras vezes que isso aconteceu, foi porque passei por alguém que tinha uma especialmente bonita e que lhe assentava especialmente bem.

 

Na verdade, não percebo muito bem o que se tenta fazer quando se faz uma tatuagem – e isto não é uma crítica, é uma confissão. Gravar poemas na pele? Nomes de pessoas? Homenagens aos filhos? É preciso escrevinhar isso na pele? Estrelinhas nos pulsos ou nos tornozelos não podem ser substituídos por acessórios que se tiram?

Juro que não percebo. E talvez por isso tenha tanta aversão a tatuagens. Por isso e por o meu querido pai ter feito uma tatuagem pavorosa quando estava na Guerra, em África. Uma tatuagem que o envergonha tanto que anda sempre escondida e que até se vê o olhar de sofrimento do senhor quando vai à praia e tem que tirar a t-shirt.

 

Não entendo – verdadeiramente – o que leva alguém a escrever ou desenhar algo na pele. Para sempre. E depois penso sempre no que será daquela pele daqui a 50 anos: é que uma tatuagem numa pele esticadinha é uma coisa. Mas quando vejo pessoas de setenta anos com borboletas derretidas e estrelas que mais parecem cometas confesso que volto a não entender por que não se lembraram de que a velhice também afecta o que temos gravado na pele.

 

E o sentido? Não se perde o sentido daquilo que se desenha? Conheço tão boa rapariga que achou lindo tatuar golfinhos nas costas – lembram-se da época dos golfinhos? – e agora morre de vergonha. A minha prima, por exemplo, fez uma tatuagem enorme há uns anos. No ano passado, para além de a tatuagem já estar a esmorecer, aquele desenho não lhe fazia já lá muito sentido. E portanto, toca de fazer outra por cima. Ela gosta. Mas what’s the point, se afinal ao fim de uns anos deixamos de gostar de uma coisa que nos está marcada na pele para sempre?

Também conheci uma miúda que tatuou nas costas o nome do namorado. Querem que vos diga como a história acabou? Pois. Ela ficou com a tatuagem e ele foi à vida dele…e portanto agora, a menos que arranje um namorado com o mesmo nome, não estou a ver como se vai safar desta.

 

Eu sei que nem toda a gente desenha nomes ou golfinhos e afins. Mas são estes casos que me fazem pensar que dificilmente eu quereria alguma vez ter uma tatuagem. Porque não me estou a ver, aos 70 anos, a achar graça nenhuma a ter o que seja escrito na minha pele. Vai ficar ridículo. Na verdade aos 40 já vou achar ridículo. O que dá um tempo muito limitado de sucesso às pequenotas que poderiam ser gravadas na minha pele.

 

[A minha tatuagem, explicada aqui.]

 

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Frente & Verso - Os Saldos

14.01.14

[A Margarida nos saldos...]

 

Os básicos.

 

É para isso que aproveito os saldos – quando os posso aproveitar. Para comprar básicos. Casacos de Inverno. Botas de pele. Boas malas. Camisas brancas. Calças de tecido daquelas de que precisamos todo o ano, para trabalhar.

Gasto, nos saldos, mais dinheiro do que no resto do ano. Tenho quase a certeza disso. Mas também tenho a certeza de que faço as melhores compras. Um casaco de 100 euros que compro a 50 euros é uma mega compra. O mesmo para os sapatos. Raramente compro coisas que não tenham descontos de, no mínimo, 40%. Acho que só assim vale a pena. E também já aprendi que lojas fazem que tipo de descontos e quando.

Por exemplo: a Massimo Dutti faz sempre 50% de desconto a seguir ao Natal. Mas se esperarem duas semanas os descontos passam a ser de 60%. A Mango e a Zara começam com 20% e 40% mas com atenção – sobretudo aos sites – rapidamente vêem que vão para os 50% em cerca de duas ou três semanas.

 

“Ah!, mas nunca há o meu tamanho”. Online, minhas queridas (e meus queridos!). É raro entrar numa loja em época de saldos, actualmente. A menos que esteja vazia! Os sites são os meus melhores amigos: para além de terem a maior parte dos números e dos modelos, os descontos são os mesmos e posso ir buscar toda a embalagem à loja, sem ter que andar no meio da confusão, e sem pagar portes [tendo em conta que trabalho em frente a um centro comercial, ir buscar à loja não é um problema].

 

Nos últimos dois anos, sobretudo, aproveitei imenso os saldos. Tanto de Inverno como de Verão. Comprei boas camisas brancas, boas calças de tecido, sapatos e botas de pele, trench-coats, sobretudos, malas novas, casacos de boa malha…

Coisas que no dia-a-dia fazem toda a diferença, mesmo que sejam misturados com peças mais baratas, como as da Primark que abundam no meu roupeiro. Mas sou, assumidamente, uma aproveitadora total dos saldos. Em todas as estações do ano!

 

[E eu, também nos saldos!]

 

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Abandonadooooooooooooo

14.01.14

Parece, não é? Mas não. O que acontece é que nem sequer tenho ligado o computador... E sinto falta! Tenho muito para vos contar - mas isso implica quebrar uma promessa que fiz aqui há bem pouco tempo e não me tem apetecido ceder a isto. Mas sei que devia... Oh well, eu prometo que conto tudo. Envolve comida e suor (não ao mesmo tempo, obviamente!).

 

Resumo a coisa rapidamente: 2014 está a ser um ano de mudança para mim. E está a ser maravilhoso!

 

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Um almoço improvável

09.01.14

Fiquei de contar a hstória deste almoço e depois meteu-se o Natal e o ano novo e o trabalho e a coisa foi ficando para trás. Mas não pode - até porque este post traz brinde.

 

Bom, então... algures a meio de Dezembro fui convidada para um almoço de bloggers. De fashion bloggers. Isso: eu, num almoço de fashion bloggers (já vos caiu o queixo? A mim, na altura, sim!). O almoço teve como pretexto a inauguração do restaurante La Brasserie de L'Entrecôte das Amoreiras. Eu só sabia que ia estar com a Catarina e com uma ex-colega de faculdade portanto foi uma surpresa partilhar um almoço com bloggers de moda. Peixe fora de água, eu? Ná...

 

Bom, para começar, eu já conhecia o conceito da Brasserie: já tinha ido à da Rua do Alecrim uma ou duas vezes e já sabia ao que ia, no que toca a comida. E não se recusa um convite para almoçar na Brasserie, acreditem! Bom, se fosse hoje, teria ficado pela salada e por bife de seitan e teria que ter dito que não ao molho que faz magia acontecer mas, felizmente, o almoço aconteceu antes de eu me fixar na dieta e portanto não houve stress.

 

Sobre as minhas parceiras de mesa: conheci gente bem porreira, na verdade! A Ana, do A Melhor Amiga da Barbie, a Sofia do Diário de um Batom, a Marta do Marcas por Amor. Na outra mesa estava a Ana do A Pipoca Mais Doce e o Ricardo d'O Arrumadinho - mas com elest não tive oportunidade de trocar mais do que um olá. Ah e tal, então e a conversa?? Moda?? Não! Vidas, blogs, publicidade nos blogs, coisas avulsas, tudo muito bem disposto e animado como se quer! Acreditem, surpreendi-me! Eu já assumi aqui o meu preconceito, mas nada como levar com uns banhos de realidade de vez em quando para afundar preconceitos, não é?

 

Resumindo: gostei muito da conversa, gostei daquele almoço que se prolongou até meio da tarde e gostei mesmo muito de ter desfrutado mais uma vez da especialidade da Brasserie.

 

Eu disse que o post tinha brinde? Pois disse! Então, a Brasserie quer oferecer a um dos meus leitores um voucher de €50 para uma refeição (válido para qualquer um dos restaurantes: Chiado, Campo Pequeno, Parque das Nações, Marina de Cascais, Foz do Douro e Amoreiras Shopping Center). Portanto, para se habilitarem a um jantarinho bem catita, é só preencher o formulário e esperar. O Passatempo é válido até às 23h59 de dia 17 de Janeiro (sexta da semana que vem) e só vale participar uma vez. O vencedor vai ser escolhido via Random.org. Entretanto, sejam queridos e vão lá fazer like na página da Brasserie no Facebook, sim?

 

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Silêncio

08.01.14

Ando calada, eu sei. Não é por mal. Não se passa nada. Ando só em arrumações e organizações e coiso. Eu volto. ASAP. Prometo!!

 

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Frente & Verso - Ano Novo

03.01.14

Verso - O (re) início da Margarida

 

Eu não faço resoluções de Ano Novo. Nunca tive por hábito fazê-lo e, sinceramente, não me faz muito sentido. Aliás, este ano, o primeiro que passámos casados, quando passei no escritório, dei por mim a sorrir ao ver a folha das resoluções do João. A sorrir de compreensão mas a pensar, na hora, “realmente isto não é para mim”.

Eu não sou uma pessoa de planos a longo prazo. Nem a médio, na verdade. É-me muito difícil fazê-los, embora gostasse de ser capaz. Mas sou demasiado impaciente para isso. Demasiado enérgica. Quando faço uma resolução começo a cumpri-la e ela tem que estar terminada entretanto. O que é uma pena, porque acho que fixar objectivos a longo prazo nos ajuda a focar no que realmente queremos. Mas comigo não dá…Eu funciono, por norma, da seguinte forma: sei o que quero. Sei mais ou menos de que preciso para as conseguir. E depois faço por isso. Sem grandes resoluções. Sem grande pressão. Porque fui aprendendo que a pressão não me ajuda.


E vou fazendo isso ao longo do ano, quando vou sentindo necessidade, e não no dia 31 de Dezembro. Geralmente essa é a altura em que aproveito para pensar sobre tudo o que aconteceu e para agradecer o que a vida me trouxe. Claro que, como em qualquer aniversário ou ocasião
especial, tenho desejos que gostaria de ver realizados. Mas nos últimos anos têm sido sempre os mesmos: serenidade, sorrisos e força. O resto vem por acréscimo. Com trabalho e com dedicação. E isso não são resoluções que se possam fazer no ano novo. São resoluções que tenho de cumprir todos os dias, no matter what.

Acho curioso que as pessoas façam listas. Que se comprometam com algo. Que acreditem que o dia 1 de Janeiro vai mudar algo nas suas vidas e que vão conseguir fazer coisas que até ali não foram capazes de fazer. Acho mesmo. Mas eu não sou assim. Comigo não funciona. Mas fico verdadeiramente feliz com quem as consegue cumprir. Porque eu não conseguiria. Por isso peço apenas força para que consiga ir fazendo e cumprindo as pequenas resoluções do meu ano. Até agora tem resultado. Mas sabe Deus o que me traz este 2014!

 

[As minhas resoluções de Ano Novo, aqui.]

 

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A lição que a minha filha me deu na noite de ano novo

03.01.14

Nota prévia: a minha filha é a criatura mais maricas que conheço. Vide este exemplo, para atestar a coisa.

 

Noite de passagem de ano, virar da meia-noite. Miúda com as 12 passas na mão, a pedir desejos. Pediu que lhe caísse, naquela noite, o dente que andava a abanar há uns tempos. A coisa passou. Hora de dormir. Mandei-os lavar os dentes e fui atrás inspeccionar. Cheguei lá e estava a miúda a sangrar da boca, agarrada ao dente. E porquê? Porque resolveu puxá-lo e torcê-lo para ele sair. E o dente saiu. E o desejo que ela pediu realizou-se, embora, na verdade, tenha sido ela a dar conta do recado.

 

Olhei para aquilo e pensei na brutal lição que ela tinha acabado de me ensinar: queres muito uma coisa? Vai lá e faz acontecer! Não fiques à espera que a coisa se dê por obra e graça do Espírito Santo.

 

[Obrigada, filhoca!]

 

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03.01.14

As férias escolares ditam as minhas férias "obrigatórias" (porque não dá para manter rotinas iguais com os dois miúdos em casa). Estão a ser uns dias bons. Muito bons mesmo.

O Natal foi como sempre: na terra, com os meus pais, tios e primos, o grupo do costume, a alegria de sempre, muita comida, muita bebida, muito convívio e um frio desgraçado.

Depois houve meia semana na terra dos sogros, tempo ideal para recarregar baterias para os oito (geeeeezzz...) meses que faltam até termos novamente uma pausa.

A passagem de ano foi em casa, com os meus pais e, de novo, muita comida, muita bebida mas, vá lá, menos frio.

Este ano guardo para mim os desejos e resoluções, numa tentativa de não chegar a Dezembro com menos de metade das coisas cumpridas. Falarei à medida que for conquistando o que quero alcançar. Prometo!

 

A vocês, feliz 2014!!

 

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