Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Não entendo a necessidade de postar fotos dos filhos a cada dez minutos, olha aqui a rir, aqui a chorar, aqui a subir ao escorrega, aqui a descer, aqui a comer a sopa, aqui a comer a bolacha, aqui a não querer comer. Não percebo e, talvez por não perceber, não concordo com esta exposição. Há coisas que só interessam à família, eventualmente a amigos chegados e pouco mais. Falo por mim: não tenho interesse nenhum em vez dez mil fotografias dos filhos dos outros, com as suas conquistas e bravuras. São miúdos, iguais aos outros todos, não são seres extraterrestres. São giros, que são, fazem graças, claro que sim. Mas não me interessa ver. Não aprendo mais por isso. Mal não me faz, é certo. Mas preferia não ver. Preferia que lhes deixassem a eles a decisão de aparecer ou não. Preferia que não se explorasse a imagem destes miúdos, iguais aos outros todos, omnipresentes em tudo quanto é rede social. A partir do momento em que se faz "publicar" aquela fotografia - que devia ser nossa, da nossa história - passa a ser do mundo e perdemos o controlo sobre ela. Deixamos de saber onde vai parar - sim, é possível sacar tudo e guardar e fazer circular.
É por não entender e não querer seguir este caminho que, há quase 6 anos, pedi a amigos e familiares que não pusessem nenhuma foto dos meus filhos online. Houve algumas publicadas e imediatamente retiradas, porque não quero mesmo que circulem por aí fotografias deles. Na rua andam de cara coberta? Não. Mas na rua passam e seguem caminho, não ficam cristalizados. Pode dar-se o caso de eu ser demasiado extremista nisto - até porque sou das poucas pessoas, de entre as que conheço, que faz isto. Mas prefiro isto. Prefiro resguardá-los até que tenham idade para decidir se querem aparecer a subir e a descer escorregas, a fazer xixis em arbustos ou a molhar os pés na praia. Sou vaidosa dos meus filhos, são giros, são espertos e são nossos, sendo do mundo. Mas não me parece que tenha qualquer interesse partilhar a vida deles em imagens que ficam para sempre neste espaço enorme e incontrolável. Ah e tal, então não mostras fotos dos teus filhos a ninguém? Mostro. Quando nos lembramos, mandamos um email aos amigos próximos e à família, com duas ou três fotos deles. Porque sabemos que estas pessoas têm interesse em vê-los, sabemos que gostam de saber como andam. Mas, para lhes mostrarmos a eles, não precisamos de mostrar ao mundo. Temos também uma pastinha na Dropbox, partilhada com a família, onde vamos pondo as fotos. Estão ali, resguardadas, só acessíveis a meia dúzia de pessoas, como gostamos. Chamem a isto parvoíce. Nós chamamos privacidade. E enquanto a vaidade que temos nos miúdos não for superior aos nossos instintos de defesa, será assim.
... pelo dia "just girls" que estás a dar-me. Acordar à hora de sempre, despachar miúdos, não me lembrar sequer de que era dia de greve, sair de casa à hora normal, não me lembrar sequer de que era dia de greve, chegar à porta da escola e estranhar ver um molho de miúdos no parque do ATL, mas nem sequer me lembrar de que era dia de greve, tocar à campainha e ouvir a pergunta "ela é do ATL?", não, não é, então tem que a levar, as professoras estão de greve, e nem sequer me lembrar de que era dia de greve. Rumar a casa da avó, deixar o pimpolho e voltar para casa, com a princesa, para um dia de miúdas. Entrar no café para beber uma bica e sentir-me num sábado de manhã, café à pinha, deve ser da greve. Daqui a pouco vou ao cycling e ela vem também - fica lá, quieta (ou mais ou menos quieta, vá), enquanto pedalamos - isto partindo do princípio de que a malta do ginásio não fez uma debandada geral e pelo menos as portas estarão abertas para a professora (que não vai fazer greve de certeza) dar as aulas como é costume. Depois vamos almoçar as duas, trocar uma calças do pai, fazer a segunda peça do bolo de baptizado do miúdo e, por fim, manter a rotina da natação da miúda. Ao fim da tarde, imaginando que magico aqui um jantar qualquer rapidamente, repetimos a brincadeira de ontem e vamos um bocadinho ao parque. Life's good. Mesmo em dias em que o país pára.
[E não, não sou contra a greve. Só acho que não resolve rigorosamente nada. E acho também que complica a vida a quem quer trabalhar e não pode, por culpa dos que grevam - à saída da casa da minha mãe, por exemplo, cruzei-me com uma vizinha que estava a entrar. Não tinha conseguido ir trabalhar por causa dos comboios parados. Foi, portanto, obrigada a fazer greve. Não vai receber um dia de ordenado não porque tenha feito greve, mas porque foi impedida de ir trabalhar. E eu acredito muito que a liberdade de uns termina onde começa a liberdade de outros...]
... hoje é dia de festa...
Há dez anos criei o meu primeiro blog. Sem saber ao que ia, sem saber o que queria, só sabendo que gostava de escrever e que queria experimentar a tecnologia. Dez anos, muitos endereços diferentes, muitas aprendizagens, alguns amigos, muitos bons momentos. Valeu muito a pena. E continua a valer (embora ande mais caladinha - mas é culpa do baptizado, já disse. Na semana que vem normaliza).
Obrigada a quem continua aí, desse lado, ao fim de dez anos. E obrigada a quem foi chegando e ficando. Se eu quisesse escrever só para mim, escrevia no Word, não é? Mas não: isto só faz sentido sendo partilhado. Convosco. Obrigada!
Isto não está fácil. Baptizado do miúdo no domingo que vê é igual a mil coisas para tratar. E vá lá que somos só 17 pessoas (incluindo miúdos)! Problema: vou fazer o almoço em casa, logo, tenho que me preocupar com coisas como "quantas cebolas comprar para fazer bacalhau com natas para 16 pessoas?" (sim, um dos convidados tem 8 meses, não me parece que vá comer bacalhau com natas!). On the other hand, não tenho que me preocupar com coisas como decoração e cenas para identificar os pratos/doces. Tenho que me preocupar com o número de bancos que NÃO tenho e que terei que pedir emprestados, contudo - acabei de me lembrar disto... Bom, tem sido a correr. Entre baptizado, vidinha normal e upgrade no ginásio, o tempo não tem sobrado (nem para ler, imaginem!).
Falando nisso: comida e desporto, como é que estamos? Pois que... muito bem! Na semana passada fui ao ginásio seis dias, fiz oito aulas ao todo. Muito cardio, algum trabalho de pesos, uma aula de body balance pelo meio. Foi muito, muito bom. Esta semana vou pelo mesmo caminho - mas não irei ginasiar no sábado, que é feriado municipal e a coisa rege-se por esse calendário. Acerca da alimentação: zero fome. Maravilha. Tenho tomado pequenos-almoços substanciais (alterno entre overnight oats, leite + fatia de pão de centeio e trigo integral com queijo Vaca Que Ri Light e doce de abóbora 0% açúcar ou sumo vitaminado - o de hoje tinha banana, maçã, couve coração e água), depois, antes de ir treinar como uma banana com canela e caju ou sementes de girassol. Assim que saio do ginásio como um triângulo de queijo light e almoço salada de coisas diversas (conforme o que há e o que me apetece) ou um wrap com alface e salsichas de peru ou um bife grelhado com quinoa e legumes... Depende do que me apetece, da energia que dispendi no ginásio e do que tenho em casa. Ao lanche, iogurte com fruta ou um crepe light com banana e canela (a sério, tenho comido bananas para matar as saudades que eu tinha disto!) ou um copo de leite com uns frutos secos... Jantar: sopa ou salada ou iogurte com fruta. Ao deitar, cinco ou seis frutos secos, para ajudar o corpinho a não matar a massa magra. Como a intervalos de 2h30 / 3h, sempre, sem falhar. Com isto tudo, reduzi a massa gorda (muito!) e o meu organismo está a funcionar em velocidade cruzeiro. E sim, estou a perder peso. Mas, mais importante do que isso, estou equilibrada, sinto-me bem comigo, não ando desesperada a pensar em comida o tempo todo e consigo cumprir com este plano sem lhe dar violentíssimas facadas. Porquê? Porque nunca tenho fome. Acabou-se definitivamente o conceito de "dieta", já tinha dito? (E sinto-me livre e solta - de mim mesma, que quem se amarrou a esta ideia peregrina de andar há cinco anos em dieta fui eu, que ninguém me obrigou a isso!)
Ora tentem lá adivinhar quem foi a totó que hoje foi toda lampeirinha para o ginásio ao meio-dia, para fazer uma aula de cycling... e que só à porta percebeu que essa aula era à uma... e que, já que já lá estava, fez as duas aulas (localicada e depois o tal do cycling)... e que agora está ali que nem se mexe, cheia de dores nas pernas e na barriga...?
[Mas há lá mais totós como eu... à porta, um colega alertou-me para o meu engano, quando pedi a senha errada. Foi equipar-se e aparece à porta da sala preparado para fazer cycling... e lá teve que ir a correr trocar de ténis...]
Ontem entreguei-me aos prazeres da dondoquice. Apesar de estar em casa, é raro tirar tempo para não fazer nada ou para tratar de mim. Portanto ontem dei-me autorização para desfutar do dia sem sentimentos de culpa associados.
Uma amiga ofereceu-me uma hidratação facial - fez uma com a Herbalife e pediram-lhe contactos de amigas que também gostassem de experimentar, e ela deu o meu. Lá fui eu tratar disto. Muito bom. Mesmo. Saí de lá com a pele em modo "bebé", super suave e fresca. Os produtos pareceram-me bons, mas só com uma utilização é impossível dizer.
Dali, e já que estava em Oeiras/Paço de Arcos, fui até à praia. Sentei-me numa esplanada a acabar de ler o meu livro. E a almoçar. E a grelhar ao sol (disto só me apercebi depois, quando vi o petit escaldão com que fiquei nos braços e no nariz). Esbarrei na médica que me seguiu nas consultas pós-aborto... gira, gira, gira... e grávida! Oito meses com aparência de seis. E, por detrás dos óculos de sol, lá desceu uma lágrimazita...
Depois, passagem pela biblioteca, para devolver três livros e trazer mais três (uma brutalidade, eu sei).
Para terminar, como não punha os pés no cabeleireiro há coisa de um ano - e queria mesmo cortar o cabelo antes do baptizado do meu miúdo - fui matar saudades das tesouras do Renato. Nunca me arrependo, caraças! Não há cabeleireiro como aquele! Consegue sempre, sempre, fazer exactamente o que eu quero. Mas adoro quando ele me pergunta "como é que vamos cortar?" e eu respondo "sei lá, o cabeleireiro és tu!", e depois ele sugere qualquer coisa que era mesmo o que eu andava a pensar. Cortei 4 dedos, tirei o "bico" que tinha nas costas, disfarcei a ex-franja e levei um ralhete por ter o cabelo manchado (claro que tenho!! Pinto-o em casa com uma embalagem de tinta de supermercado... que dá aí para metade da cabeleira que eu tenho! Mas prometi que vou pintar usando duas embalagens, vá). Mas, apesar de não ter cortado o cabelo nos últimos 12 meses, o dito não está estragado nem nada que se pareça. Diz ele que eu sou uma daquelas raras excepções de mães que não ficaram com um cabelo de merda depois de terem filhos. Não fiquei mesmo. Aliás, melhorou imenso... não só na gravidez, mas mesmo depois de amamentar. É... eu costumava ter pouco cabelo, super fininho, escorrido e sem volume nenhum; agora tenho muito cabelo, super volumoso, mas muito fácil de tratar. Deve ser para compensar a merda do peso que teima em não me abandonar...
Depois do passeio familiar à Feira do Livro, prometi a mim mesma uma ida a solo, para poder ver tudo como deve ser. Foi hoje. Combinei com a minha querida Meg (parceira de Frente&Verso, na Papel... vocês sabem) e com a querida Erica e lá fomos, almoçar, tagarelar e dar uma olhadela.
Conversámos p'a caraças (a sério... não sei se consigo imaginar trio mais conversadeiro!), elas comeram umas cenas altamente calóricas (que são as duas parvas de magras e podem comer tudo!) e eu almocei a minha relva salada de alface, mozzarella e delícias do mar, que levei de casa. Depois elas foram fazer pela vida e eu fiquei a bater perna na Feira. E fiz a coisa à minha maneira: subir pela esquerda, descer pela esquerda, subir pela direita, tornar a descer pela esquerda. E ir anotando o que me chamava a atenção e ir avaliando como distribuir o meu plafond. E comprar, claro.
Resultado:
"Deixa-me Entrar", John Ajvide Lindqvist
"O Cirurgião", Tess Gerritsen
"O Cego de Sevilha", Robert Wilson
"Histórias Extraordinárias", Edgar Allan Poe
"Os Crimes da Rua Morgue e Outras Histórias", Edgar Allan Poe
Até ter ido agora ali ao GoodReads achava que eram todos policiais... o "Deixa-me Entrar" não é. Mete vampiros. E eu sou muuuuuuuuuito renitente em relação a histórias de vampiros - gosto muito do "Drácula" porque é o original. Tudo o resto não me inspira confiança nenhuma - muito por culpa da não-sei-quê-Meyer e do seu Twilight, que não consegui ler (tentei, mas não consegui passar das 30 páginas do primeiro livro). Bom, logo se verá... pode ser que me surpreenda...
Depois, no carro, a notícia: o pequeno Rodrigo não resistiu à leucemia e morreu hoje. Nenhuma criança devia morrer sem ter verdadeiramente vivido. E não consigo sequer imaginar a dor daquela mãe, portanto nem entremos por aí...
Aqui a esperta ontem resolveu aproveitar a promoção de peixe do Pingo Doce. Olhei para as trutas, pareceram-me bem e toca de comprar três para assar no forno. Corta para hora de fazer o jantar. Trutas preparadas, trutas no forno. Corta para hora de arranjar as trutas para os miúdos.
Conselho de amiga: NUNCA NA VOSSA VIDINHA COMPREM TRUTAS!
Aquilo tem milhares de espinhas. fininhas, moles, grandes, médias e pequenas. Milhares!!
A coisa foi de tal maneira que eu estive a *isto* de atirar com a porra das trutas para o lixo e ir comprar um frango assado! E olhem que eu odeio estragar comida!! Mas aquilo estava a dar-me conta da cabeça. Já tinha o peixe completamente desfeito (em papa, literalmente) e continuava a encontrar espinhas. Quando achei que já tinha extreminado o espinhame todo passei os pratos ao meu marido, só para ele dar uma vista de olhos. E ele encontrou carradas de espinhas! Quando chegou a vez de ele comer, esteve prestes a desistir. Quando conseguiu despachar as espinhas dele já estava tudo gelado. E ele já sem vontade nenhuma de comer. Nem trutas nem nada.
Portanto, gente boa, trutas... esqueçam lá isso!
[E é pena, porque aquilo é saboroso...! Mas aquele apocalipse de espinhas faz perder a fome a qualquer um!!]
Eu sei, eu sei... ando uma baldas aqui com o blog. Calha que está sol e que tenho tido outras coisas para fazer. Bom, reportando...
Sábado = Dia da Criança = Barrigas&Companhia.
De manhã fomos à Quinta da Ponte, celebrar o Dia da Criança... E que celebração, senhores!! Foi maravilhoso desfrutar do bom tempo naquele espaço fabuloso, foi maravilhoso ver os meus crianços completamente deslumbrados com a bicharada, com os insufláveis, com as pinturas faciais... Foi maravilhoso reencontrar amigas e foi igualmente maravilhoso conhecer algumas fellow-bloggers que já leio há muito tempo e que ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer ao vivo e a cores: a Sara, a Sofia, a Kiki, a Sofia e a Olga. Foi muito bom estar ali um bocadinho à conversa com elas. São todas tão giras, pá!! Confesso que estou ansiosa pelo próximo evento-Barrigas, para poder curtir a companhia delas!
À tarde o senhor marido foi com a filha mais velha ao concerto da Maria Vasconcelos, no Fórum Sintra. Eu fiquei de assistência à sesta do mais novo... E assisti mesmo: dormi também!
À noite, eles ficaram nos avós, nós fomos à primeira reunião de preparação para o baptizado do pimpolho e depois, para fechar com chave de ouro, vimos dois filmes bons-mesmo-bons.
Domingo: almoço nos meus pais, tarde em casa. Fim de história.
Entretanto, ontem baixou em mim a Gata Borralheira e foi tudo à frente. O senhor marido queixa-se de que não posso ter a roupa toda lavada e passada, diz que não tem onde a arrumar... not my problem, though...
Hoje passei a manhã com a madrinha do meu filhote, a tratar da farpela dele para o dia B. Calções e camisa já temos. Sapatos... pois, cheira-me que vai descalço! Não consigo gastar 50 euros num par de sapatos para ele. Nem para mim, quanto mais para ele, que tem os pés a crescer a alta velocidade!! Portanto, ou arranjo qualquer coisa barata, que ele possa usar a seguir (cenas tipo sapatos-vela e similares... fora de questão!), ou vai de sandálias-básicas-mais-básicas-não-há. A bem dizer... não estou nadinha preocupada!
E é isto... Boa semana para vocês!!
[Amanhã... Feira do Livro! yay!!]