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Pegar no portátil (e nos 5 mil bonecos, Nenuca incluída, que o senhor meu filho quis trazer para casa da avó), sair com eles de casa. Deixar a infanta na escola, deixar o infante na avó e instalar-me numa casinha de chá minúscula, bem decorada, com música calma (e em baixo volume, que não adianta de nada estar a ouvir música calma aos berros - deixa de ser calma por isso, sim), café bom, umas torradas maravilhosas. Ocupar uma mesa ao pé de uma tomada, ligar o portátil e começar a trabalhar. Uma crónica, o fim de um capítulo e o início de outro. Pelo meio, anotações mais ou menos avulsas no caderno. O sol ilumina a rua mas não bate na janela. O barulho dos carros ouve-se mas não incomoda. Sítio perfeito.
Ontem à noite, marido a deitar-se e eu já instalada a ler o livro do momento. E diz ele: "já estás quase a acabar esse livro?? Mas ainda há dias o começaste a ler...! Tu vais tendo hobbies e coisas de que gostas de fazer, mas depois deixas meio de lado... depois de vez em quando lembras-te e voltas a elas. Mas desde que vivemos juntos que te vejo sempre com livros atrás e já perdi a conta à quantidade de livros que te passaram pela mesinha de cabeceira..."
Verdade. Ponto-cruz, tricot, crochet, bonecada de feltro, costura... gosto de tudo, faço isto tudo de vez em quando. Mas a única coisa constante é mesmo a leitura. E este ano estou a notar um aumento brutal da minha dedicação aos livros. As razões para isto estar a acontecer são tão simples... a primeira é a biblioteca: vou lá, trago sempre quatro ou cinco livros que tenho que ler no prazo máximo de seis semanas. Depois, pelo meio desses, vou lendo outros que vou apanhando... A segunda razão é o GoodReads. Uma pessoa mete-se ali e aquilo acaba por ser desafiante e motivador. O meu "problema" é que, a seguir a este, tenho ali 28 em fila de espera. E não sei em qual me apetece pegar primeiro...!
Ontem fiquei com o catraio. Dia tranquilo, com a casa completamente de pantanas - aquele pinchavelho que nem um metro mede consegue desarrumar muito mais e muito mais depressa do o resto da família toda junta. Brincámos, conversámos, lemos histórias e, de caminho, consegui trabalhar mais do que estava à espera. Depois de almoço fomos buscar a miúda à escola e no regresso, com ele a querer fechar os olhos, obriguei-os a gramar comigo a cantar aos berros, tudo para ver se ele não adormecia no carro. Não adormeceu. E depois em casa também não queria dormir, mas lá se rendeu e apagou. E, enquanto ela lanchou e viu bonecada na TV, eu avancei com mais trabalho e arrumei o rasto de destruição deixado por ele. Ao fim do dia estava, vá, cansada. Mas foi bom. Só foi pena ter estado uma ventania gelada brutal que nos impediu de dar uma voltinha na rua. Pode ser que quando for primavera consigamos fazer isto...
No domingo arrastei marido e filha para a Feira do Livro. Missão: autógrafos do João Tordo. Só. O resto, ver e comprar livros, hei-de fazer a solo porque não gosto de fazer compras acompanhada - não gosto de sentir que estou a pregar secas a ninguém... e eu e livros é igual a seca para quem está de fora!!
Chegámos, estacionámos com relativa facilidade e, por sorte, entrámos na Feira mesmo na área dos pavilhões da Leya. Oh que chatice! Corri aquilo com os olhos e o senhor Tordo estava mesmo ali à beirinha. Lá fui eu, com metade do meu espólio dele, cravar autógrafos. Conversámos um bocadinho, foi inspirador.
Demos uma mini-volta pela Feira, comprei um livro em que fixei os olhos ("Mil Sóis Resplandecentes", Khaled Hosseini) porque estava com um preço muito interessante e ala que se faz tarde. Conto voltar lá na semana que vem, durante o dia, com calma, sem gente a fazer-me companhia. Sou bicho do mato, eu sei. Adoro partilhar o que leio, adoro escrever as minhas opiniões acerca do que leio, mas gosto de comprar livros com tempo, lendo sinopses, explorando, vendo tudo. E é chato, eu sei.
Sábado é Dia da Criança. Vou estar, a convite do Barrigas & Companhia, na Quinta da Ponte, em Cascais, a curtir as actividades para miúdos e graúdos. Acontece que vou convidar uma família para vir comigo. Sim, pode ser a tua família! Ah e tal e o que é que é preciso fazer?
Depois do dia péssimo de ontem (e, por um ou outro comentário que recebi, começo a achar que sou uma espécie rara... uma espécie que, estranhamente, também tem dias maus!), o dia de hoje foi o exacto oposto (sim, podem internar-me... tive um dia bom, imagine-se!! Lá vem a bipolaridade... Porque eu devo ser a única pessoa que tem dias bons e dias maus, conforme calha, sem agenda nem planeamento... Acontece. Acontece também que não tenho problema nenhum em falar de uns nem dos outros...).
De manhã fui à Escola Superior de Comunicação Social (a minha ex-faculdade), ouvir uma breve "palestra" dada pelo melhor criativo publicitário da actualidade, que também estudou ali. Foi ele que criou (com a equipa dele, da Ogilvy Brasil) a campanha da Dove que já se tornou na campanha mais vista de sempre da história da publicidade. Não, não é exagero. Portanto, ali estivemos, a ouvi-lo contar a sua história, a ver algumas das suas campanhas, a ver a consubstanciação daquele talento. Emocionei-me (sim, há anúncios verdadeiramente tocantes, como este, que não foi criado por ele, mas sim por outra equipa da agência), ri-me, surpreendi-me. Foi bom estar ali, naquele sítio onde me senti em casa durante quatro anos. Foi bom rever colegas e professores. Foi bom, acima de tudo, ouvir o Hugo. Altamente inspirador, é o que vos digo!
Saí dali e fui ao Colombo. Almocei com uma amiga - que também tinha ido ver o Hugo - e pusemos a conversa em dia. Entrei na Zara e usei um vale-prenda-de-aniversário para trazer uma t-shirt de que gostei. Com o tempo contado, rumei à Sé para ir tratar dos papéis do baptizado do meu miúdo. Estacionei o carro num sítio onde, supostamente, não devia (thanks, Vanessa!!) e lá fui eu. Afinal não era na Sé, mas sim em S. Vicente de Fora. Dado o calor que se fazia sentir (e porque eu vivo noutro clima e tinha vestido roupa para o frio), achei melhor ir de eléctrico. Enfiei-me num 28 e lá fui eu. Entrei na igreja, perguntei pela Chancelaria - era nas traseiras. Lá fui eu, já a suar por todos os poros, com os pezinhos queimados (muito inteligente ir para os 27º de meias e botas!). Chegada lá percebo que não tenho dinheiro comigo e que não havia terminal de pagamento por multibanco. Toca de voltar para trás para ir levantar dinheiro à Voz do Operário. Depois foi voltar para a Chancelaria. Deram-me o papel de que precisava. Voltei outra vez para trás, para apanhar novamente o 28. Desta vez saí no Miradouro de Santa Luzia, para turistar. Tirei umas fotos e desci a pé o resto do caminho até ao carro. Andei às voltas - nada de grave - até estar de novo na Rua da Madalena. Daí o caminho fez-se para casa da minha mãe, para ir buscar a miúda para a levar à natação. Sabem aquelas pessoas com quem NÃO nos queremos cruzar nos transportes? Hoje fui uma dessas pessoas! E nem a dose brutal de desodorizante me safou! Portanto cheguei a casa da minha mãe e enfiei-me na banheira! E dei uso à t-shirt que comprei na Zara! Fomos à natação, lá baixei a rotação e a coisa voltou à normalidade.
Portanto, é isto: ontem foi mau, hoje foi bom. É a vida normal. Não estou sempre em alta, não estou sempre em baixo, sou feliz assim. Sou feliz todos os dias? Não. Mas não sou infeliz. Como toda a gente, tenho fragilidades e coisas que me moem. E sou humana, assumo-as sem problemas. Não sou a super-mulher, não sou melhor do que ninguém. Sou eu.
Eu sou chata. Passo aí 80% do meu tempo em casa. Saio de manhã para ir levar os miúdos, regresso. Nalguns dias saio à hora de almoço para ir ao ginásio. Na maioria dos dias só volto a sair ao fim do dia para ir buscar os miúdos. Passo muitos fins-de-semana de pijama, em casa, pois claro. Vou uma a duas vezes por mês almoçar com amigas. Ninguém me visita em casa e eu não visito ninguém. A minha amiga mais chegada, aquela a quem sei que posso recorrer sempre, seja por que for, foi-se embora daqui e agora vemo-nos aí uma vez por mês. Passamos dias e dias sem falar, cada uma na sua vida, com a distância medida em quilómetros a intrometer-se entre nós. Tenho muitos conhecidos. Amigos, pouquíssimos. E não tenho tema de conversa. Já não tenho tema de conversa. Os meus passatempos têm sempre palavras. Leio muito, passeio na net, escrevo menos do que queria. Quero muito cumprir o meu sonho, mas tem sido muito difícil. Como li uma vez alguém dizer, as mulheres só se tornam boas escritoras quando os filhos saem de casa. Na altura em que li percebi mas duvidei. Não quis acreditar. Agora cada vez mais acredito que sim, que quem o disse tinha toda a razão. Os meus dias são sempre iguais. Perdoem-me se não falo do que vejo, do que compro, do que como. Não vejo muito, compro praticamente nada (quer dizer, poderia dizer-vos coisas acerca das minhas listas de supermercado, mas não vejo nenhum interesse nisso), cozinho quase sempre o mesmo, de vez em quando lá me ponho a inventar, mas nada de muito significativo. Escrevo. Menos do que queria, mas escrevo o que posso. Não dependo só do tempo que tenho livre. Dependo, acima de tudo, da inspiração. Há dias em que as palavras são o IC19 na época das duas faixas: engarrafam-se, atropelam-se e custam a circular. Noutros, menos frequentes, saem escorreitas, como se abrisse uma torneira e as palavras simplesmente fluíssem. Às vezes só custa começar.
Sou uma solitária. Gosto de estar sozinha, mas canso-me de estar sozinha. Eu nem sequer gosto muito de mim, portanto não tenho muitas razões para achar excelente a ideia da solidão. Passam-se dias em que as minhas conversas se resumem a diálogos sobre refeições e cocós do meu filho (com a minha mãe, ao telefone e ao vivo, quando o deixo lá e quando o vou buscar) e a comentários no facebook. Uma tristeza, eu sei. Não me queixo. Quer dizer, queixo-me de vez em quando. Hoje, por exemplo, fui convidada para o Pink Day na Rua Castilho. Recusei o convite: tenho uma sessão de esclarecimento na escola da miúda mas ainda nem sei se consigo ir - sei que não tenho vontade nenhuma de ir e isso por si só é capaz de resolver o assunto. A minha vida social é, não um unicórnio, mas um lince ibérico: lá vai aparecendo, mas está em vias de extinção.
Tenho tudo para ser feliz: marido, filhos, família, uma casa, um cérebro. Só não tenho muitos assuntos interessantes de que falar porque, lá está, vivo na minha pequena bolha onde não se passa praticamente nada.
Era isto, está feito o desabafo. Ide em paz, vá.
Sobre o livro, deixo aqui a review que escrevi no GoodReads:
Depois de ter lido "Pequena Abelha" e "Menina de Ouro" e de ter adorado os dois, faltava-me ler "Incendiário", que é o primeiro romance do autor.
Logo no início estranhei: a ausência de vírgulas foi coisa a que tive que me habituar, mas consegui fazê-lo muito rapidamente. Na verdade, sendo este livro uma carta escrita pela narradora a Osama Bin Laden, ele está escrito na linguagem que ela utiliza e não na linguagem que o autor utiliza. Só por isso, já merece ovação de pé, porque nem sempre é fácil abandonarmo-nos daquilo que escrevemos. Chris Cleave faz isso com magistral talento.
Este livro conta a história de uma mulher que perdeu o marido e o filho num ataque bombista da Al Qaeda. Vamos conhecendo a história deles à medida que ela escreve a carta a Bin Laden. Vamos também conhecendo a fundo esta mulher, as suas qualidades, as suas fraquezas, as suas falhas. Dei por mim a conseguir ouvi-la falar. Senti uma empatia enorme com este mulher que não tem nada que ver com o estereótipo da heroína a quem é arrancada a vida que tinha. Ela é uma mulher de carne e osso, real, com uma humanidade incrível. Até hoje, poucas foram as personagens de quem posso dizer o mesmo. Curiosamente, quase todas as que conheço assim saíram da "pena" de Chris Cleave.
Li este livro de um fôlego (demorei dois serões a lê-lo). Não consegui largá-lo, colou-se a mim sem me dar escapatória. Queria mesmo saber o que tinha acontecido, como é que ela sobreviveu àquelas duas pessoas que eram o centro do seu mundo. E, à medida que o livro avança, vamos percebendo que a dor continua a crescer, que o sufoco aumenta, que o cerco se aperta. Para mim, é um livro a revisitar de vez em quando. Imperdível...
Acabei de ler isto ontem e hoje aproveitei o almoço para ver o filme. Bom... os argumentistas tomaram a liberdade de escrever uma história completamente diferente! Não é cortar uma coisa ou outra para caber em 90 minutos!! É mudar coisas essenciais! Um abuso!
Ainda assim, o filme é bom, é duro... Não tanto como o livro - porque, lá está, mudaram tanto que "aligeiraram" aquelas dores todas -, mas é duro.
Recomendo, claro! Mas leiam o livro e, se quiserem ver o filme, não deixem passar muito tempo entre uma coisa e outra ou perderão pormenores importantes...
Há autores que nos prendem pelo coração e não nos largam mais. Foi o que o Chris Cleave conseguiu comigo. O senhor Cleave tem 40 anos, trabalhou em jornais e depois houve um dia que decidiu dedicar-se à escrita a tempo inteiro. Em boa hora o fez!
O primeiro livro que li dele foi "Pequena Abelha": um murro no estômago, uma coisa crua, dura, quase cruel. Mas tão bem escrito que nem a dureza das palavras me impediu de devorar o livro. Isto aconteceu no Verão passado.
Depois, em Abril deste ano, li "Menina de Ouro", o seu mais recente romance. Mesma fórmula: crueza, realidade sem floreados, brutalidade e aquela escrita maravilhosa que é impossível pôr de lado.
Ontem comecei a ler "Incendiário", que é o seu primeiro romance (sim, não os li por ordem e não faz mal, porque as histórias não têm nada que ver umas com as outras). Li mais de metade do livro. De uma assentada. Neste livro ele faz o mais difícil: escreve mal. O livro é uma longa carta dirigida a Osama Bin Laden, escrita por uma mulher que perdeu o marido e o filho num ataque terrorista da Al Qaeda. A senhora assume logo de início que não tem o dom da escrita e mantém-se fiel a isso: não há vírgulas, há frases complexas por estarem mal escritas, mas ao fim de pouco tempo estamos a "ouvi-la" falar e é precisamente através desta característica que ela se materializa e se torna de carne e osso. Hei-de acabar o livro hoje e, a não ser que piore muito, vai ser mais um daqueles livros que ficam para a vida.
Entretanto descobri porque é que gosto tanto dos livros do Chris Cleave: pela humanidade das personagens. Ele não entra em estereótipos, não alinha na regra do herói/heroína. As personagens dele são reais: têm qualidades e defeitos, têm fragilidades, erram, não são perfeitas. São pessoas como todos nós conhecemos. Há sempre personagens de que não gostamos, não porque sejam más (no sentido "evil" da coisa) mas porque são o tipo de pessoa com quem não nos daríamos bem, se existissem.
Li reviews do livro que estou a ler em que se dizia que não se tinha sentido empatia com a personagem principal e que essa era a razão para não se ter gostado muito do livro. Eu estou a adorar o livro precisamente por causa da personagem principal: uma mulher imperfeita, com fraquezas, mas genuína e transparente, o tipo de pessoa que existe na vida real e com quem já todos nos cruzámos.
Resumindo: para mim, ali ao lado do Follett, do Falcones, do Tordo, do Saramago... está o Cleave. Mesmo!
Sábado, na brincadeira, disse à infanta que íamos jantar fora. A menina herdou o meu gene: é feita de verbo "ir". Ficou, obviamente, muito triste quando percebeu que estava a brincar com ela e que não íamos jantar a lado nenhum. Rapidamente pensei numa forma de a compensar.
Inventei um "restaurante em nossa casa". Fiz um menu (folha A4 dobrada ao meio, com os "pratos" que ia fazer para o jantar), com preços e tudo. Pus a mesa na sala (fazemos sempre as refeições na cozinha). Pus copos de pé alto para os adultos e copos da Disney para os pequenos. Pus um avental. A esta altura já ela estava a vibrar com a ideia. Fiz o jantar, mandei-os para a mesa, fui recolher os pedidos. Fui servindo as coisas que eles pediram (houve entradas, bebidas, pratos, sobremesas e cafés). Jantei pelo meio. No final, usei uma caixa registadora da Kitty para fazer a conta. Deu 17,50€. Pagámos (com uma ligeira correcção à conta: ficou em 10€). O dinheiro reverteu a favor dos mealheiros deles. Tirei a mesa e arrumei a cozinha.
E eles? Todos contentes com a ideia. Ela a querer repetir diariamente (parte do pagamento incluída). Correu lindamente, ela adorou. Para repetir, sem dúvida.
Partes engraçadas: eu assumi o papel de cozinheira. Durante o jantar, ela disse ao pai que, no fim, ele podia dormir com a cozinheira. Gargalhada. E pergunta o pai: "mas a cozinheira não tem marido?". Diz ela: "tem, mas ele está no Algarve, só volta dia 15 de Junho, não há problema". Mega-gargalhada...
[Fica a sugestão: experimentem fazer isto em vossas casas. É uma forma gira de ter um dia especial, à volta de uma coisa banalíssima como é um jantar de família...]
Quarta-feira, com o dia todo organizadinho, resolvo rumar ao Dolce Vita para me instalar por lá a escrever. Gosto de fazer isso de vez em quando: mudar de ares e escrever fora do meu habitat natural. Dei as voltas que tinha para dar, almocei, sentei-me a escrever... e o portátil não liga. Quer dizer, liga e vai-se abaixo no minuto a seguir. O transformador quinou, paz à sua alma. Voltei para casa numa de tentar ver se o problema se resolvia na viagem... Não resolveu (lógico!). Em casa, o transformador estava tão morto como no Dolce Vita. Passo seguinte? Apelar a amigos para ver se alguém tinha lá por casa um transformador que desse vida ao meu Vaio. Só precisava que ele vivesse durante meia hora. Nada, ninguém tinha. Já sabia que ia ter que comprar um transformador, mas precisava de tentar sacar os ficheiros de que precisava (sim, não os tinha na Google Drive nem na Dropbox). Cravei o colega de ginásio informático, que levou um dos transformadores dele para lá. No fim da aula de ontem sentei-me no meio de um corredor onde havia uma tomada e consegui fazer o que queria. Devolvi o transformador, voltei para casa e tentei ressuscitar o portátil da empresa que é de tal forma lento que não o ligava há quase um ano. Consegui. Saquei o software que uso para escrever, inseri a licença, tentei abrir o meu documento... não dá. Tinha que ter dado autorização, no documento original, para edição por mais de uma máquina. Não sabia. Portanto, na mesma como a lesma, tal e qual como antes de ter sacado os ficheiros. À tarde agarrei na infanta, rumei a uma Worten e, quarenta e três euros depois, problema resolvido. Assim que cheguei a casa pus o novo transformador ao serviço, já a ver a minha vidinha a andar para trás. Com a sorte que eu tenho, o transformador é coisa para me provocar um curto circuito que mate de vez o velhinho (yet excelente!) portátil. Não aconteceu. Funciona lindamente. Yay.
De caminho, tudo atrasado: crónica semanal no portal do Barrigas e Companhia, textos para a Papel, textos para o blog e o meu mega-texto que, com esta crise, se atrasou mais do que podia. Posto isto... vou recuperar o tempo perdido. Até já!!
Dietas são aquelas fases em que não se pode comer aí 90% daquilo de que se gosta. E a tendência, em dietas mais restritivas, é para o enjoo: só se pode comer meia dúzia de coisas, portanto comemos essas coisas até à exaustão. Ou até que nos fartamos e nos pomos a inventar. Foi o que me aconteceu. Ontem e hoje. De maneiras que...
Bacalhau à brás falsificado mas assim ultra light
Ingredientes (para uma pessoa):
Bacalhau q.b. (eu uso daquele já desfiado, marca Pingo Doce ou Continente, a cerca de €3,59 a embalagem - nesta receita usei meia embalagem)
1 alho francês grande cortado em rodelas fininhas
Azeite q.b.
2 ovos (podem acrescentar-se mais claras)
Salsa, sal e pimenta a gosto
Preparação:
Refogar o alho francês com o azeite até amolecer. Se não dispensarem o estaladiço do bacalhau à brás tradicional, refoguem apenas a parte branca do alho francês e reservem a parte verde. Se se estiverem nas tintas para o estaladiço, refoguem já tudo.
Juntar o bacalhau desfiado e deixar cozinhar.
Se gostam do tal estaladiço, juntar agora o restante alho francês e deixar cozinhar um pouco.
Juntar os ovos batidos temperados com sal, salsa e pimenta.
Deixar cozinhar até os ovos secarem.
Está pronto!
Hamburgueres de Frango e Cogumelos
Ingredientes (para 4 unidades grandes):
1 peito de frango grande
1 lata de cogumelos grande (não industrial, atenção!)
1 ovo
Sal e alho q.b. (ou outros temperos que vos agradem)
Preparação:
Enfiar isto tudo na Bimby ou numa picadora qualquer. Triturar bem (fiz na Bimby e foi coisa para 1 minuto/velocidade 6). Moldar os hamburgueres. Grelhar sem gordura. Acompanhar com uma salada ou courgette grelhada ou alho francês salteado (batatas fritas não convém senão poupa-se de um lado para se alarvar do outro!). Comer. Eventualmente ter que partilhar com o resto da família (foi o que me aconteceu: fui violentamente assaltada pelos meus filhos que, entre massa com atum e isto, preferiram isto. E nem são fãs de cogumelos...)
Ontem ao almoço Dom marido disse qualquer coisa ao infante que incluiu a palavra "chicha". A miúda ficou a olhar e perguntou o que é "chicha". Expliquei que é assim que algumas pessoas dizem "carne", quando falam com bebés. Ela disse um "ah, então é por isso que há meninos lá na escola que dizem que não gostam de chicha... agora já sei o que é!".
Perguntei se sabia o que é um popó. Não sabia. E um memé? Também não.
E é isto... a minha filha não sabe (nem nunca soube) falar à bebé. Sempre falámos com ela usando os termos normais. A única excepção é o termo "dói-dói", que foi ficando e que só há pouco tempo foi substituído pelo correcto "ferida". Com o miúdo é igual, também não fala bebês. Gosto, sabem? Acho prático. Desta maneira, só tenho que os ensinar a falar uma vez. Se os ensinasse a falar à bebé, ao fim de 3 ou 4 anos teria que os ensinar a falar português-normal. Assim só tenho trabalho uma vez. Cúmulo da preguiça? Pode ser...
O meu infante é, como já aqui contei, completamente viciado num doudou (daqui em diante chamado "bié"). Adoptou-o aí com uns 4 meses e desde então dorme SEMPRE com aquilo. O bié - uma ovelha que já saiu das lojas há muito tempo - é filho único porque nunca consegui arranjar um igual. Aquilo já sofreu um bocado. O último acidente envolveu um microondas e chamas (sim, chamas de fogo), mas mamãe (a minha, não eu) conseguiu recuperar a coisa cortando o tecido queimado e substituindo por tecido novo.
Acontece que na semana passada, em compras com a infanta, ela pediu para a deixar comprar um boneco para o mano. Deixei. Dois euros investidos num pequeno cavalo de peluche. Chegámos a casa, ela ofereceu-lhe aquilo e o pequeno infante não mais largou o boneco. À noite, hora de dormir, "on'tá o bié?", pergunta ele ansioso pelo seu doudou do costume. Disse-lhe que tinha ficado em casa da avó, sugeri que dormisse com o cavalo. Ele dormiu. A noite toda. Ficou meio sem saber o que fazer aos dedos em que costuma chuchar (aquilo costumava ser um mix de dedos e ponta do doudou), mas adormeceu sem problemas. Sesta de sábado e o bié ainda em casa da avó. Sábado à noite e o bié na avó. Domingo idem aspas. Hoje saiu de casa com o cavalo na mão, sem perguntar pelo bié. Suponho que vá dormir a sesta na avó com o cavalo, não se lembrando de que passei o fim-de-semana a dizer-lhe que o bié estava lá (sim, é um facto... de vez em quando os pais mentem aos filhos). E, caso a coisa se dê, daqui a bocado arranco para a loja dos cavalos a dois euros e arranjos mais exemplares... de outras formas, para ver se ele se habitua a dormir com um qualquer em vez de ser com "aquele" em particular (e isto seria uma enorme vitória porque o crianço tem um quê de OCD e quando mete uma coisa na cabeça tem que ser daquela maneira e por aquela ordem e tal...).
São as ideias que se atropelam. Vem uma. É boa, vamos por ali. Depois vem outra. Também é boa. Vamos por onde, por aqui ou por ali? Não sei. Durmamos sobre o assunto. Durante o sono, adivinhem? Mais uma ideia. E a coisa não pára. Há sempre mais uma ideia a aparecer. E por vezes coabitam perfeitamente, outras alturas há em que se excluem mutuamente. É aqui que se instala a insegurança. E se escolhermos mal? E se a ideia que elegermos não resultar assim tão bem? Será que a outra que deixámos cair teria funcionado melhor? E se? E se? E se?
Não é fácil, é o que vos digo. Não é mesmo nada fácil!
Uma pessoa estabelece um objectivo. Atribui-lhe um deadline. Divide o objectivo pelos dias que tem disponíveis. É exequível. Senta-se a trabalhar para cumprir o seu objectivo. Nada. Vazio total. Tem a ideia inicial, que precisa de desenvolver. Como? Não sabe. Para onde é que vai? Não sabe. Sabe um ou outro ponto onde o seu trabalho deve tocar, a bem da ideia inicial. Mas os caminhos disponíveis são inúmeros e escolher um significa recusar todos os outros. Ainda assim, a espaços, surge a inspiração. Usa-la. Escreve. Objectivo do dia cumprido. Dia seguinte. Pegar no ponto anterior. Inspiração? Ausente. Objectivo? A piscar insistentemente na cabeça. Deadline? Cada vez mais próximo. Ainda assim, quando deixa cair o medo de não conseguir cumprir op objectivo a que se propôs, a pessoa leva avante o seu trabalho. A sua história. Medida em palavras. O caminho é longo. O tempo é curto. Mas já não falta tudo...
Três raparigas desaparecidas durante 10 anos. Uma casa insuspeita num pacato bairro residencial de Cleveland, Ohio. Três irmãos de origem hispânica com 50, 52 e 54 anos. Um dia, depois de um dos irmãos sair de casa, uma das raparigas grita. Pede ajuda a um vizinho. O vizinho arromba a porta e retira-a da casa, juntamente com uma criança de 6 anos. Ligam para a polícia. São resgatadas mais duas raparigas.
Ficção? Não. Realidade.
[E eu acompanho isto e sinto-me a ler um dos meus policiais. Com a angústia de saber que isto não acontece só na cabeça de alguns escritores. Isto acontece cá fora, no mundo real.]
Porque é que eu nunca serei uma blogger VIP: enquanto outras bloggers se passeavam com as crias no Jardim Zoológico num evento da La.nidor (o ponto ali no meio é propositado, ok?), eu passeava com a minha filha numa feira. Com carrosséis. Nos subúrbios.
Sim, eu (quase) só leio policiais. Tive uma fase "romance histórico", mas deixei de encontrar romances históricos daqueles mesmo bons, cheios de ritmo e fui lendo outras coisas. O meu gosto literário é esquisito, eu sei. Recuso-me a ler romances de cordel - Nicholas Sparks e sucedâneos, Sveva Casati Modignani e afins. Leio menos clássicos do que "devia" - há uma série deles que quero ler em breve e que estão ali ao lado a olhar para mim, mas se calho a ir à biblioteca já sei que venho de lá carregada de livros que são, regra geral, policiais.
Também gosto de livros "difíceis" (termo tão discutível, senhores...): Saramago, Kureishi, Cleave. Gosto muito de literatura oriental (de ou sobre o Japão, principalmente). E gosto de um ou outro romance que não encaixo naquela treta daquela categoria de "romance de cordel" - o "The Help", por exemplo. Nunca li Young Adult, mas acho que é coisa de que não vou gostar - o mais próximo que estive disto foi com o Crepúsculo... li 30 páginas e fechei aquilo, que era mau demais... demasiado teen, isto é. E eu tenho tempo para aturar cenas de teens... quando os meus filhos lá chegarem. Até lá, fico-me pelas cenas de crescidos (fiz o mesmo com filmes de animação: não via nada, mas vejo agora, com eles. E assim faz sentido. Agora ir empatar dinheiro no cinema para ver os Up da vida só porque sim... não me parece. Bom, adiante.
Já expliquei algures o meu fascínio por policiais. Se há quem se encante com histórias de amor (booooooooooooring), eu encanto-me com psicopatas, sociopatas, sangue e entranhas. Cenas...
Aquilo que verdadeiramente me interessa nos policiais é a mecânica mental da coisa. É perceber os requintes de malvadez dos criminosos. É perceber até que ponto o autor foi genial - se nos dá uma trama daquelas que ninguém consegue deslindar antes de ele próprio nos juntar as peças à frente dos olhos, então tem o meu voto. E não é fácil. Há muitos policiais manhosos. Há muitos policiais básicos, sem encanto, superficiais.
E depois há os outros. Há o "Messias", Boris Starling, que não me canso de elogiar. E, dentro do género, achei que seria difícil - para não dizer impossível - que alguém chegasse lá perto. Enganei-me.
Na minha última ida à biblioteca trouxe apenas livros que tinham sido devolvidos nesse dia. Policiais, todos. Um com laivos de histórico, mas ainda assim policial. Comecei a ler este, "O Suspeito", sem nunca ter ouvido falar dele. Claro que fui ao GoodReads investigar - and God knows o quanto isto é uma asneira, por vezes! Pareceu-me bem. Peguei-lhe. Não o consegui largar enquanto não o acabei. Foram 500 páginas em 3 dias (com dois filhos pequenos e blábláblá). Aquilo é viciante. E perturbador. E tão bem arquitectado, senhores!
Portanto, para vocês que de vez em quando vêm aqui espreitar as minhas opiniões literárias à procura de "o que ler a seguir", conselho de amiga: leiam isto. Vale a pena! (E como os restantes volumes desta colecção - ou seja, livros do mesmo autor, com o mesmo personagem principal - ainda não estão editados cá, vou recorrer ao meu bom amigo The Book Depository e tratar de fazer viajar um exemplar do segundo livro cá para casa. ASAP...)
Na terra onde vive a senhora minha mãe está instalada a feira de Maio - acontece todos os anos, desde os primórdios dos tempos (talvez não tanto, mas lembro-me deste "evento" desde sempre).
Ontem, dia de ir almoçar com a mãe, a minha filha aproveitou-se da efeméride "dia da mãe" para me cravar uma ida à feira. Carrosséis, portanto. E eu, imbuída do espírito de mãe, lá fui com ela, num passeio a duas.
Calha que aquilo estava cheio de gente. Com um ar duvidoso, vá. (Sim, é o tipo de sítio onde há assaltos várias vezes ao dia. Já sabia isso, portanto não levei nada que fosse "roubável").
Bom, plantei-me na fila para o carrosel onde ela queria andar, para comprar as senhas. Comprei. Atrás de mim, uma senhora trata de proporcionar o seguinte momento lúdico:
Cliente: queria um bilhete, por favor.
Bilheteira: são dois euros.
Cliente: podem ir duas crianças, né? Vão no mesmo carro... (Nota: é um daqueles carrosséis que têm carros, motos, carros de bombeiros, etc.; algumas coisas são monolugar, outras têm dois lugares e outras, quatro. A senhora assumiu que, indo as duas crianças no mesmo carro, só precisava de pagar um bilhete...)
Bilheteira: não. É um bilhete por criança.
Cliente: então são dois bilhetes, por favor.
Bilheteira: leve quatro bilhetes por cinco euros.
Cliente: como é que quatro bilhetes é cinco euros?! Se um bilhete é dois euros, dois bilhetes é quatro euros. Quatro bilhetes a cinco euros... tu tás-me a enganar!!
Bilheteira: não. Fica mais barato assim. Porque seriam quatro bilhetes a oito euros, mas nós fazemos a cinco euros.
Cliente: num tou a perceber. Tu tás-me a enganar!
Bilheteira: fica a um euro e vinte e cinco, assim.
Cliente: ah, então pode ser. Mas eles não precisam de andar tudo agora, né?
Bilheteira: não, podem andar mais tarde ou noutro dia.
Cliente: ok...
E lá foi à vida dela... E eu ali ao lado a tentar perceber se a cliente estava a gozar (não estava). E a tentar não me rir...
A minha cria andou duas voltas e eu acabei com aquilo, disse que estava muita confusão e que voltávamos noutro dia. Comprei-lhe um algodão doce e, ao receber o troco, lá estava um miúdo com mau ar a olhar-me para as mãos... Portanto, perante aquele cenário, o melhor foi mesmo fazer inversão de marcha e regressar à base. A miúda adorou, divertiu-se, lambuzou-se com o algodão doce e agora não se vai calar até que eu a leve lá de novo para gastar as senhas que sobraram...
Então, a pedido de uma leitora, cá vai a explicação acerca do à e do á.
"Vamos às festas da cidade?"
"Ele é um ás a jogar à bola"
Regra: quando se usa a palavra às/à estamos a referir-nos a uma acção em relação a alguma pessoa ou coisa (ir à cozinha, dizer à avó, lavar a roupa à mão, etc.) - nestes casos o acento é grave, ou seja, da esquerda para a direita.
A palavra ás usa-se para nos referirmos a cartas de jogar (ás de ouros), ao lado do dado ou à peça de dominó que só tem uma pinta e usamo-la também como adjectivo (ás do volante, etc.). O acento é agudo (da direita para a esquerda) e esta palavra não tem singular. Ou seja, á é um unicórnio.
(Como as ocasiões em que se usa a palavra ás são escassas, acho que é mais fácil interiorizar que a forma mais comum de acentuar esta palavra é da esquerda para a direita.)
Amanhã: dia de nos sentirmos giras e de bem connosco. Parece-vos bem?
Então o desafio é... amanhã é dia de baton vermelho. Quem alinha?
Via Instagram, usem a tag #nsfredlipstick. Via facebook ou via blog, partilhem o link aqui. Boa?
Let's cheer up for the weekend!
Descobri que gosto muito de alguns perfumes da Zara. Fui lá há bocado e andei a experimentá-los. A princípio cheiram-me todos ao mesmo: a álcool. O problema foi que vim no carro com o cheiro de um deles a chegar-me ao nariz. E adoro.
"Drama": não faço ideia de qual dos perfumes é...
Abrir a porta do carro de tal forma que me ia saltando um dente (da frente) e fiquei a sangrar do lábio. E sim, tinha espaço. E não, não bebi nada antes...
«O Rodrigo é um menino de 3 anos que tem leucemia mieloide aguda. Depois de muitos tratamentos, encontra-se em casa à espera de uma solução em qualquer parte do mundo...»
Foi assim que terminou a possibilidade do IPO dar resposta ao caso do Rodrigo. O seu corpo resistiu à quimioterapia e não existe nada que os protocolos possam fazer mais. Nem existe um dador compatível. Quando a notícia foi tornada pública, um grupo de bloggers em Lisboa acionou um movimento de solidariedade: Todos por Um. Ocorreu no passado dia 20 de Abril e, em tempo record, foi conseguida ajuda monetária para o Rodrigo poder partir em busca da sua cura, bem como a inscrição de mais 301 possíveis dadores de medula. Mas esta onda não se ficou pela capital e também o Porto se quis juntar ao que se tornou uma festa de generosidade e altruísmo.
Rapidamente se uniram esforços – o tempo é o maior inimigo do Rodrigo – e teremos, portanto, o Todos por Um – Porto. Decorrerá dia 5 de Maio, aproveitando o simbolismo do Dia da Mãe, essa que para o Rodrigo é um pilar, uma guerreira. Na Casa do Vizinho (na Rua Costa Cabral, 929, 4200-225 Porto) irá acontecer algo ímpar, contando com a participação de imensas pessoas com os seus talentos e disponibilidade. Haverá workshops de artesanato e decoração de bolos, de culinária, uma tertúlia, venda de artigos diversos e muita animação para que o Rodrigo tenha a possibilidade de encontrar a sua vida onde ela estiver.
Estará igualmente presente o CEDACE, para que todos os que tenham essa possibilidade, doem sangue e se tornem potenciais dadores de medula óssea. O evento vai decorrer durante todo o dia, no entanto, o CEDACE so estará presente entre as 9 e as 13h.
Todo o apoio é importante, inclusive a divulgação.
Obrigada por toda a ajuda que puderem dar!
Haverá melhor dia que o Dia da Mãe para salvarmos um filho?
Todos por Um - Porto (http://www.facebook.com/pages/Todos-por-um/126039567590433?fref=ts)
Vôo, flôr, côr, enjôo... UNICÓRNIOS.
Nenhuma destas palavras leva acento. Nunca, em caso nenhum. Ponto final.
Com o acordo ortográfico, coisa como vêem, dêem, lêem também ficam sem acento. Calha que eu não uso o AO, portanto ainda não me rejo por isto.
Ah, e para aquelas pessoas que usam o argumento "com o AO eu escrevo como eu quiser"... não é bem assim. Coisas como Egipto sim, cada um poderá escrever conforme diz. Agora Voçê não passa a poder levar cedilha só porque existe uma coisa chamada AO, ok?
[E esta é a razão pela qual eu discordo em absoluto deste AO: privilegia-se a oralidade em detrimento da escrita. A ideia é uniformizar, de acordo com a forma como se fala, mas isso é, vá, idiota. Porque, consoantes os países de origem falamos de forma diferente. Uma mesma língua tem peculariedades consoante é falada (e escrita) cá e no Brasil, por exemplo. Acontece o mesmo com o Inglês de Inglaterra e o dos Estados Unidos. Há uma série de palavras que são escritas de forma diferente, significando o mesmo, e ninguém se zanga por causa disso (colour/color, por exemplo). Acho que, se a ideia era simplificar, foi dado um enorme tiro no pé. Para mim não é mais simples ler "para" em vez de "pára". E já me aconteceu ter que voltar atrás em frases escritas assim, por estar a soar-me mal aquele "para" ali no meio...]
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"Traz leite".
"Olha para trás".
Traz, do verbo trazer, e trás, advérbio de lugar, são coisas diferentes e são para usar de formas diferentes.
Atráz não existe. "Trás-me cigarros" também não.
Assaram ou assarão?
Ambas, dependendo do tempo verbal que queremos usar! "Ontem eles assaram pimentos" ou "amanhã eles assarão pimentos".
Coisas como faram, diram, seram... são unicórnios. Puserão, disserão, forão... também são unicórnios.
Regra: se está no passado, usa-se a terminação -am. Se está no futuro, usa-se -ão.
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Houve ou Ouve?
Ambas, dependendo do verbo que estamos a usar! "Houve resposta?" ou "ouve alguma coisa?". Na primeira, poderíamos usar "existiu resposta?"; a segunda é uma aplicação do verbo ouvir.
Agora, "houve o que estou a dizer" e "ouve briga" são unicórnios...
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Houveram problemas ou houve problemas?
E chegámos a parte mais complicada destas pequenas dicas que tenho deixado aqui...
O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Se houver um verbo aulixiar, este será afetado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular.
Exemplos:
"Deve haver mais candidatos" e não "devem haver mais candidatos".
"Poderá haver outras exigências" e não "poderão haver outras exigências".
Neste caso, os candidatos e as exigências não são sujeitos mas sim complementos, pelo que não obedecem à regra da concordância (por norma, verbos e sujeitos devem concordar em número e género - "Elas são loiras" e não "elas são loira").