Ora bem, aquilo não tem nada a ver com música mas tem tudo a ver com geopolítica. Os vizinhos amigos votam nos vizinhos amigos, mesmo que as músicas deles sejam uma valentíssima merda. Mas é assim mesmo, coisas de boa vizinhança.
Entretanto, este ano por acaso gostei da canção que ganhou. Boa onda, som divertido. Nada festivaleiro, claro. A Alemanha a cantar em inglês. Tudo o que era país a cantar em inglês. Excepto Portugal e mais meia dúzia de otários. Quando é que será que vamos perceber que, se o objectivo é ganhar, não podemos ir para lá com as merdas de canções horrorosas com que vamos sempre. Convidem os Blind Zero, deixem-nos levar uma música 100% deles e vamos ver o que acontece...
Entrei no carro depois de uma reunião e aquilo marcava 45º. Em andamento baixou 10º. E eu escusava de ter olhado pela janela, de manhã, e de me ter vestido em conformidade. É que na minha bela terra estava nevoeiro e frio. 10kms depois estava sol e calor. Bah.
Cada vez que ponho os pés no meu Alentejo é como se nada mais existisse. Foi um fim-de-semana bom. Mesmo bom. Família, boa comida, muitas horas de sono, muito, muito descanso. Mesmo o que eu precisava.
À caríssima Elsa Serra, que aparentemente não percebeu a minha expressão "doutorados do Chapitô" no contexto de quão difícil é caminhar na calçada portuguesa.
Simples: se calhar exagerei na expressão ao chamar doutorado a quem tira/tirou um curso no Chapitô - bem sei que aquilo não tem doutoramentos, mas usei da ironia e dei-lhes o título de doutorados. Mea culpa parte 1. As pessoas que tiram cursos no Chapitô aprender a fazer equilibrismo (penso eu de que, porque convém explicar que só vou às instalações do Chapitô - ia, é o tempo verbal mais correcto, na verdade - beber copos ao fim da tarde). Ora eu cá acho que este é um assett muito útil cá em Portugal, dada a "acidentez" da maioria dos nossos pisos calcetados.
Portanto, o que eu quis dizer quando falei em doutorados do Chapitô no âmbito da exímia e nobre arte de andar como deve ser pela calçada portuguesa, foi que eles estão muito mais habilitados a isso que nós, comuns mortais, que tendemos a tropeçar a cada meio passo. Era um elogio, portanto. Mea culpa parte 2.
A Elsa Serra não percebeu isso. E aqui já não faço um mea culpa... Esclarecida?
Não foi uma viagem boa. Não me diverti, não aproveitei. Ok, tive uma tarde para andar a apanhar metros de ponto turístico em ponto turístico e consegui ver 4 coisas que queria ver. O resto do tempo foi a trabalhar. E a carregar malas.
Ao fim de 12 dias, tudo o que eu quero é não pensar em trabalho. Descansar. Sossegar. Dormir. Esquecer que fui a Paris.
(O meu corpo arranja esta forma gira de bloquear as coisas. Na minha cabeça, esta foi a 2ª pior viagem de sempre - ainda nada conseguiu ultrapassar a última ida a Marrocos. Estou em negação. Paris? No, thanks!)
Ando apaixonada pela minha concha. Estar em casa, no ninho. Não estar em casa, mas estar sozinha. Ter tempo para pensar. Não ouvir ninguém. Ler. Escrever. Cozinhar. Apetecem-me poucas pessoas. Mas as que me apetecem, apetecem-me muito (Rita, não te esqueças do almoço). Preciso de tempo para mim. Porque, quando estou sozinha, descanso. Limpo a cabeça. Encontro-me. Alinho-me. Equilibro-me.
Eu não sou, definitivamente, pessoa de pessoas. Não sou de magotes. E isto não quer dizer que seja introvertida - porque não sou. Quer apenas dizer que, com o tempo, passei a preferir alguma solidão plena a aglomerados vazios. Não perco tempo com pessoas que não me acrescentam nada e a quem eu também não acrescento nada. Não gasto tempo com coisas que não me fazem feliz. Em contrapartida, sou capaz de passar horas a fazer nada, se for isso que me preenche. E há quem não perceba isto. Paciência.
Bullshit. Não é. Mais: não achei isto NADA romântico. E sim, ainda andei por aí, não estive só enfiada na Paris Expo. A coisa mais romântica que vi - e que tenho uma pena de não ter fotografado - foi um casal hoje, a entrar para o Metro. Deviam ter uns 17 ou 18 anos e estavam ambos vestidos de marujos. Ele de camisola às riscas, calças brancas e chapéu branco, ela de saia rodada, meias pelo joelho e camisa, tudo branco. Estavam mais miúdos com eles, vestidos de igual. Calculo que seja uma farda de colégio qualquer. Bom, se calhar é por não ter vindo com o meu marido. Mas mesmo sozinha não senti frisson romântico nenhum. Zero.
Para mim, a cidade mais romântica continua a ser Roma. E a mais vibrante, viva e interessante, Londres, claro.
Tenho que voltar cá, com ele, para rever a cidade e conhecer alguns sítios onde não consegui ir agora. Se estou ansiosa por isso? Não. Aliás, acho que antes de aterrar novamente em Paris sou capaz de aterrar em 5 ou 6 sítios que me "chamam" mais do que isto. Exemplos: Amesterdão, Copenhaga, Praga, Marrakech, Santorini, Viena, Lisboa. Isso, até Lisboa me apetece mais do que Paris...
Aparentemente trouxe o bom tempo comigo para Paris. Tenciono levá-lo de volta. Estiveram 29º hoje. Para quarta-feira a previsão bate nos 17º. Azarucho.
Em Lisboa a coisa vai rondar os 25º. Repito: trouxe o bom tempo comigo para cá e vou levá-lo de volta a casa. Sorry, Elite, mas há coisas de que não abdico. Sol e calor são duas delas...!
... às 20h30, hora local, já eu estava no quarto do hotel, pijama vestido, net ligada, a responder a mails do trabalho. Agora, uma hora depois, vou desligar a net, deitar-me na cama a ver episódios (só trouxe Nip/Tuck, Gossip Girl e How I Met Your Mother) até me doer o rabo. Depois hei-de deitar-me e ler um bocado (umas duas páginas, vá). E depois, lá para as 23h, hora local, estarei a dormir...
Descobri porque é que o rácio de gente gorda é tão baixo aqui, comparando com Portugal. Serve para Londres também. Fácil, fácil. A culpa é de duas coisa:
a PUTA da calçada portuguesa
e
a inexistência de transportes públicos como deve ser.
Senão, vejamos: com aquela linda calçada (coisa de museu) que temos, o convite a fazer quilómetros a pé é... zero! Depois, como os transportes não são suficientes, toca de pegar no carro para tudo. Logo, não se anda. Logo... fica tudo nas ancas e rabo.
Um pavimento liso, normal, para pessoas normais (e não para doutorados do Chapitô) era meio caminho andado para resolver o problema. E se o governo se deixasse de merdas e metesse o dinheiro do TGV em transportes, vá, úteis, aposto que muito mais gente andava muito mais a pé, logo exercitava rabo e ancas, logo perdia aquele ar tristemente gordo que as portuguesas têm (sim, é uma generalização. Mas toda a gente sabe que Dianas Pereira não há muitas por lá... agora, por aqui, sim, há! Imensas. Magras. Parvas!).
- Mulheres no geral bonitas. - Muito mais homens bonitos do que eu espera ver por aqui. - Tudo gente mal-educada, ninguém respeita fila para coisa nenhuma. É chegar e andar. - Tudo tarado pelo iPhone. Em cada 10 pessoas, 9 têm iPhone (a outra tem Blackberry). - Muita da "moda" que se vê em Lisboa está pra lá de ultrapassada, quando olhamos para Paris. - Cabelos, roupa, sapatos... as francesas arriscam muito! - Uma porcaria de um chocolate quente bate nos € 4,00 sem problema nenhum (em qualquer lado, não é em nenhum bar super-chique). - Transportes muito, muito bem organizados. É muito fácil chegar a qualquer lado nesta cidade.
Mega-crise de inspiração. Trabalho enorme de textos para fazer. Crise de inspiração (mega), já referi? Mil coisas para tratar antes de ir. Mil coisas para tratar que aparecem sem aviso prévio. E ainda tenho que ir às compras. E fazer malas. E pensar numa data de coisas. E ler outras tantas. E... e... e... porra!
Sabem aquelas alturas em que sentem que deram o tilt e não dá mais? Eu dei o tilt agora. Ainda por cima hoje recebi uma notícia daquelas mesmo boas (NOT!) e estou a repensar uma série de coisas... Caracinhas, pá!
Eu, que me considero uma mulher das letras, que adoro ler e escrever, que vibro com coisas bem escritas, apercebi-me há coisa de um mês ou dois que os meus blogs preferidos não têm quase nada escrito. Vivem de imagens, de fotografias, de muito branco, de muita inspiração. E, curiosamente, são estes blogs-sem-palavras que me inspiram a escrever.
Menino ama menina. Meninoama menino. Meninaama menina.
So what? É amor, caraças! E no amor, já se sabe, vale tudo! Tudo, mesmo casar com uma pessoa do mesmo sexo que nós. Sem preconceitos, sem vergonhas, sem mentalidades-Idade-Média. Neste aspecto, temos um país um bocadinho melhor hoje.
(Já só falta acabar-se com a restante palhaçada política.)
Tenho mais coisas para fazer antes de ir para Paris do que tempo para as fazer. Não pensei na mala, ainda. Tenho que ir às compras antes. Tenho que despachar uns 9 assuntos diferentes. Vou meter os corninhos nos papéis e só de lá saio quando estiver tudo tratado.
Ah, e a título de feedback: há muito tempo que não tinha um fim-de-semana sem fazer absolutamente nada. Saudades!
Preciso de comprar uma almofada que não me foda lixe o pescoço e, por acréscimo, as costas. Preciso de comprar uns ténis mas não me apetece. Preciso de férias mas não posso. Preciso de tempo mas não tenho. Preciso de mimo mas vou ter que esperar. Preciso de dormir... mais logo.
... uma qualidade que eu não esperava encontrar num blog escrito por uma miúda (desculpa o epíteto mas sim, tens idade para - glup - ser minha filha... se eu tivesse sido mãe adolescente, isto é) de 17 anos. Muito, muito melhor do que muitos blogs de gente crescida. E a estética do blog, já referi? As fotos, os enquadramentos, a escrita, tudo. Magnífico.