Não há pessoa que goze mais comigo do que eu mesma. Adoro rir-me das minhas parvoíces, assumir as minhas peculiaridades que fazem de mim uma pessoa gozável. Isto a propósito de quê? De uma que fiz hoje: fui ao ginásio à hora de almoço, fazer uma aula de RPM. Vesti uns corsários largos em baixo, um top daqueles que fica mesmo abaixo do peito e uma camisola com costas de nadador e lá fui eu para a aula. Eu adoro o tempo quente (quanto mais melhor), mas detesto sentir-me alagada em suor, portanto enquanto houver para despir, eu dispo (e não, não me ponho nua em qualquer lado, como é lógico).
Às tantas (na 3ª faixa, vá), começou a dar-me o calor... aguentei mais um bocado mas no início da 4ª faixa despi a camisola e fiquei só com o top (era um dos tops com que eu treinava antes de engravidar). E fiquei naquela... será que tenho barriga que se apresente para estar assim ou estou a dar uma de mulher sem a mínima noção do ridículo? Lá fui controlando pelo espelho (muito pouco, que fiquei longe do dito cujo)... Há sempre alguém em pior estado do que nós, mas isso não me serve de consolo. Achei que sim, que já posso voltar a estar assim sem me chatear com isso (mesmo que não pudesse não me chateava!). Mas, lá está, esta é a minha opinião...
Portanto a pergunta que se coloca é: perdi a noção ou perdi a vergonha? Who cares? Na pior das hipóteses dá para rir... na melhor, também!
Eu tenho a pancada das séries. Sou cliente Meo e o melhor que aquilo tem é o botão vermelho de gravar, no comando. Já experimentei não gravar séries quase nenhumas e parece que fico em ressaca: nervosa, ansiosa e sem saber o que fazer ao serão. Agora acompanho umas quantas: Mentes Criminosas, O Mentalista, Mental, 24, Fringe, Irmãos e Irmãs, House e Anatomia de Grey. Acontece que destas oito séries, metade está perto do fim... e eu já ando à procura das próximas que vou seguir, porque não consigo estar sem uma data de episódios disponíveis para ver nos momentos de pausa, em que estou sozinha na sala e eles já estão a dormir.
Diria mais: neste momento, os meus verdadeiros momentos de prazer a solo são a ver séries e a ler. Já foram a ver filmes, a sair à noite, a passear por aí. Neste momento, os meus melhores momentos chilling out são a ver séries... e adoro!
- reunião com o fotógrafo segunda-feira de manhã - depilação a laser segunda-feira à tarde - consulta de nutrição terça-feira à tarde - dia inteiro de praia quarta-feira - quinta e sexta-feira livres para tomar conta da filha, passear ou simplesmente não fazer a ponta dum corno o que, como toda a gente sabe, é impossível acontecer quando se tem filhos...
Começou a minha estação. Apesar de ter nascido no Inverno, a minha estação preferida é o Verão. Mas a noite de ontem tem sempre um efeito duplo em mim: por um lado, é a noite mais longa do ano... por outro é o início dos dias a diminuir... a caminho do Natal...
Mas hoje - que é o que interessa - estou feliz! É Verão e isso sente-se na minha pele...
Ontem peguei na minha mãe e fui ver mais vestidos. Na primeira loja experimentei uns doze; gostei de dois; fiquei quase convencida com um deles (o último que experimentei), mas achei por bem ir a mais uma loja, que tinha decidido visitar na véspera, só por descargo de consciência.
E lá fomos, eu e a minha mãe, para Lisboa, ver mais vestidos. Escolhi uns quantos nos catálogos e fui experimentar. Vesti o primeiro vestido e, enquanto a senhora mo puxava para baixo, para depois apertar atrás, consegui apenas dizer um quase mudo "ai, ai"...
E ali fiquei, a ver-me ao espelho, de todas as perspectivas. E a imaginar o vestido com o ramo de orquídeas que tenciono levar. E a imaginar a maquilhagem que vou fazer naquele dia. E a imaginar-me a entrar na igreja ao som de "Górecki", dos Lamb...
Vesti mais uns cinco vestidos. Houve outro de que gostei muito, mas o trabalho de bordado era demasiado "certinho" e se há coisa que não condiz comigo é o "certinho".
Pedi para voltar a vestir o primeiro vestido. Fui dar uns passos pela loja, para perceber se me sentia confortável com ele. Parei em frente a um espelho enorme, situado mesmo ao lado de uma janela. E vieram-me as lágrimas aos olhos. É este. A senhora perguntou-me se já me queria despir. Respondi perguntando se o podia despir só no dia a seguir ao casamento...
Achei estranho quando me explicaram que, quando vestimos o "nosso" vestido, sabemos imediatamente que é aquele. Fui vestindo vestidos de que gostei (uns mais do que outros, claro) e nunca senti aquele "click". E já nem estava à espera de o sentir, estava apenas a procurar o vestido que fosse mais eu e ao mesmo tempo mais confortável. Mas ontem, com o meu vestido posto, senti exactamente o que me disseram que ia sentir. E só consigo pensar no vestido... Que é lindo... E que tem umas quatro características que eu dizia que não queria (e que apenas gosto de ver neste vestido em particular)...
E sim, estou ansiosa que chegue o final de Agosto, para voltar a vestir o meu vestido de noiva...
Na igreja onde queremos casar não nos garantem padre porque casamos a um domingo e aos domingos, como toda a gente sabe, o dia faz-se de missas.
Na paróquia da minha terra de residência, onde fui tratar dos processos, não me garantem padre porque é domingo e porque, não sendo o casamento ali, os padres dali, além das missas, asseguram as outras celebrações que ali haja, mas não conseguem ir para fora das igrejas da paróquia. O padre responsável pela minha paróquia deu-me dois contactos.
No primeiro seminário que contactei não me garantem padre porque só há dois padres ordenados e o casamento calha a um domingo e aos domingos já se sabe: missas.
No segundo seminário que contactei o padre responsável disse-me que ele já tem um casamento nesse dia, mas que vai ver com os colegas quem é que pode celebrar o casamento+baptizado. ligarei de novo na terça-feira para ver se habemos padre ou nem por isso.
Se houver: faço uma festa, atiro um foguete e combino uma ida a Fátima, em jeito de agradecimento.
Se não houver: hipótese a) tentamos falar com o diácono da terra de origem do meu homem e logo se vê; hipótese b) metemos um anúncio no jornal e fazemos um casting...
Amanhã irei ao ginásio de manhã, para a minha aula de RPM. Depois almoçarei em casa, com os meus meninos. À tarde irei trocar umas sandálias, fazer umas compras rápidas e depois farei mais uma sessão de caça ao vestido de noiva. À noite teremos uma visita para jantar lá em casa: a nossa amiga (que acumula com ser ex-namorada dele), para quem farei sushi.
Domingo iremos almoçar a casa do irmão dele, depois eu irei buscar duas clientes marroquinas ao aeroporto, para as levar a passear por Lisboa. Iremos jantar a um sítio improvável, mas tem que ser.
Segunda-feira perderei uns 10 anos de vida na loja do cidadão, a tentar tratar dos papéis do casamento...
E hoje... hoje espero ter a confirmação de que há um padre disponível para me casar...!
Ontem recebi aquela que foi a segunda melhor notícia do ano: a prestação da minha casa desceu 150 € de uma vez só!!! Ao fim de quase seis anos de casa estava a pagar o dobro do que quando a comprei. Agora reduziu um bom bocado! Continua acima do valor inicial, mas já não é a enormidade que era antes! Estou feliz!!!
(Eu bem que quero não falar sobre isto, mas acabo sempre por vir dar a esta porta...)
O meu patrão (que é capaz de ser a pessoa mais fixe à face da terra) mandou-me um vídeo do youtube com uma primeira dança de um casamento e a nota "prepara-te". Eu vi o vídeo... depois vi outro e outro... e fui dar a um dos milhares (milhões) de vídeos de primeiras danças de casamento que são réplicas da última dança do Dirty Dancing. É kitsch, é bimbo, é básico... e eu fico sempre arrepiada. E adorava ter um noivo com humor (e vontade) suficiente para fazermos isto no nosso casamento!!
(Ia chamar a este post "Saudades" mas achei o termo demasiado forte.)
Há quase seis anos, quando comecei a escrever no meu primeiro blog (sim, já lá vão quase seis anos...), a minha vida era basicamente assim: vivia com os meus pais, trabalhava numa agência de publicidade, tinha amigos na dita agência e aquilo era sempre um fartote, porque nos dávamos realmente bem, ia namorando, ia tendo uns casos (estava separada do meu soulmate, ele namorava com outra pessoa e éramos apenas amigos), saía que me fartava, estava sempre em algum lado (excepto em casa), lia imenso, tinha tempo para cinemas, cafés e tudo o mais que me apetecesse.
Entretanto: comprei casa e fui viver sozinha, mudei de emprego umas quantas vezes até que, graças ao mundo dos blogs, encontrei o meu actual emprego (onde estou há quase quatro anos), continuei a ir namorando, conheci pessoas novas, saía ainda mais, aprendi a cozinhar, comecei a adorar estar em casa, viciei-me em séries de tv, viajei menos, curti muito, vivi em cheio.
Depois: eu e o soulmate reentendemo-nos, ficámos amigos da ex-namorada dele (que eu adoro, sem merdas), começámos a viver juntos, deixei de sair à noite, voltei a ler mais, continuo viciada em séries de tv, voltei a viajar mais, tenho pouco tempo para mim, mas o tempo que tenho é aproveitado ao minuto.
E agora um dos dados que eu tenho mantido na sombra e do qual não conto voltar a falar, visto que quero manter a privacidade e não me quero desviar do propósito deste blog: a coisa que mais mudou na minha vida, nestes seis anos, foi o facto de ter sido mãe. Sim, tenho uma filha. Não quero falar sobre ela (um dia que ela o queira fazer, até a ensino a fazer um blog), não quero que isto se torne num babyblog e não quero mesmo alongar-me sobre ela. É, obviamente, a pessoa que mais amo no mundo, a que mais me ensina, a que mais me desafia e a que mais me faz feliz. E pronto, era isto: acabou-se a auto-censura.
A propósito do último post da Cat, apeteceu-me contar a minha experiência.
Piercings: nada que me seduza. Não tenho nenhum, nem tenciono ter. Acho piercings no umbigo uma das coisas mais pindéricas que se pode ter: só quem tem uma barriga bem torneada, sem excessos é que devia estar autorizada a fazer um piercing no umbigo. Piercings em umbigos de barrigas flácidas é deprimente. Tive, há uns anos, um caso com um moço que tinha um piercing na língua. E aquilo sim, era... útil. Eu era incapaz de fazer, mas beijos com aquilo são qualquer coisa...!
Tatuagens: aqui o caso já muda de figura. Adoro! Mas nada de exageros... Fiz a minha primeira tatuagem há três anos e meio e qualquer dia faço outra. Comecei com uma que de discreta tem pouco: fica num sítio visível e não é pequena, mas só se vê no Verão e mesmo no Verão consigo tapá-la sem problemas. Por isso nunca me senti afectada profissionalmente por ter uma tatuagem (até porque em publicidade e comunicação, já se sabe: pode-se tudo!). Quando fizer outra há-de ser mais pequena do que esta e em sítio mais discreto, muito ptovavelmente sem cores, só um ou dois símbolos (ou seja, um ou dois kanji).
Tatuagens que eu acho péssimas: golfinhos, fadas, estrelas, bonecos de BD e tribais ao fundo das costas. Mais uma vez, este é o tipo de tatuagem que devia ser proibido por lei: o que alguns (e algumas) acham sensual, a mim parece-me apenas muito vulgar... e acho que as mulheres com tatuagens ao fundo das costas ficam tipo máquina de flippers, o que, acho eu, é péssimo.
Eu não quero ser a blogger que só fala do casamento, dos preparativos, dos vestidos, dos temas, do que já se fez e do que há por fazer. Isto de ser noiva nem sequer é parte essencial em mim.
Quero conseguir soltar-me mais e medir menos as palavras - coisa que tenho feito até aqui, a bem da privacidade. Quero poder escrever tudo o que me apetece sobre tudo o que me apetece e eu nestas coisas sou um bocado viperina. Não quero falar apenas de roupa, cabelos, maquilhagens, porque sou muito mais do que isso.
Eu faço auto-censura ao que escrevo e isso não é nada bom.
Um stress, é o que vos digo! Não sei como é que há quem case mais do que uma vez. Isto dá uma trabalheira tal que não tem explicação. E depois o dia há-de passar a correr... Enfim...
Depois de termos marcado uma data na igreja, fomos à procura de quinta. A quinta de que gostamos não tem esse dia disponível, só tem outro, na semana a seguir, e a um domingo, ainda por cima. Eu até prefiro que seja naquele domingo em questão (4 de Outubro) porque o dia seguinte é feriado. Acontece que depois de ter a quinta marcada tive que voltar atrás e remarcar a igreja. E a igreja em causa é controlada por uma senhora que basicamente manda em tudo. A primeira coisa que me disse, ao telefone, é que é ela que enfeita a igreja. Tudo bem, mas não conte comigo para pagar coisas tipo 300 € em flores que isso é coisa que eu não faço.
Agora falta-me o essencial: um padre! Porque a igreja em questão só abre para casamentos e baptizados e os padres da paróquia estão todos noutras igrejas a celebrar missas e os padres que não são daquela paróquia, por norma, não gostam de sair do seu cantinho... Estou a fazer figas para que o me padrinho de casamento (e afilhado, já que eu fui madrinha do casamento - e do divórcio - dele) me consiga desenrascar um padre, mas acho que a coisa se apresenta complicada...
A sério, isto é demasiado complicado, trabalhoso e confuso... Mesmo!!
Preciso de praia, de não ter horários, de ter tempo para ler, para dormir, para não fazer nada. Preciso de sentir o sol a queimar-me a pele e o sal da água a picar. Daqui a duas semanas vou ter uma semana de férias. Não vão ser umas férias destas, de praia o dia inteiro, mas quero ver se pelo menos num dos dias me ausento de responsabilidades e faço isto. O dia todo.
Ando (andamos) a precisar de momentos bons a dois. Ainda por cima acabei de ler o relato das férias da Bê e fiquei cheia de inveja. Eu, que nem sou de beber vinho, fiquei cheia de vontade... Não se faz, menina Bê, não se faz...!!
80 anos, avó. São 80 anos lindos, cheios de rugas e de histórias, de sorrisos e de abraços disfarçados. Tímida, a minha avó F., mas assertiva: não perde uma oportunidade para me mandar portar-me bem, apesar dos meus 30 anos e de ser a neta mais velha. A minha avó F. vive com quatro pesos no coração: os dois filhos que perdeu à nascença (o mais velho e a mais nova, de quem eu só soube há coisa de dois ou três anos), a ida do filho mais velho para Angola (e não o vê há uns 6 ou 7 anos, pelo menos) e a partida do meu avô, que faleceu há um ano e meio. A minha avó F. casou aos 18 anos e foi casada até aos 78. Sessenta anos de um casamento feliz, que é coisa que nenhum dos netos terá (a não ser que vivamos até aos 90 e tal anos!).
A minha avó F. é a melhor cozinheira que eu conheço e para isso bastam-lhe dois pratos que nem são nada por aí além mas que, feitos por ela, são os melhores do mundo: frango frito e bifes de perú. Há na família uma coisa que se chama "batatas fritas da avó F."; é isso mesmo: as batatas fritas da minha avó F. são imbatíveis, não sei por que feitiços, mas são.
A minha avó F. aturou as brigas e diabrices dos três netos mais velhos aí durante uns 10 anos e nunca se queixou. Tomou conta de nós, ralhou connosco, deixou-nos brincar na rua, berrou para que fossemos lanchar, deu-nos mimo e palmadas e milhares e pêssegos brancos da horta dela, lá na terra, apesar de ter toda a vida vivido na cidade.
A minha avó F. faz hoje 80 anos e eu, graças a uma qualquer ideia brilhante do patronato, não tive ponte, portanto não posso estar com ela. Mas ela está sempre comigo. Adoro-a... e acho que nunca lho disse (coisa a corrigir brevemente, claro!).
Isto do casamento é coisa que nos come tempo a uma velocidade alucinante.
Hoje: falar com o senhor do catering e saber se já tem trabalho para o "nosso" dia. Se sim, escolher outro dia, que pode cair o céu, mas o catering tem que ser aquele (e não, isto não é capricho meu; é exigência dele). Se não, procurar, de entre as quintas com que o senhor trabalha, aquelas que são ali para os lados da serra mais bonita do país, ligar para lá, ver quais têm e quais não têm vaga para o nosso dia. E marcar visitas.
Se tivermos que mudar a data, ligar para a igreja e fazer isso mesmo: mudar a data. Se calha a não haver padre disponível para o dia D, tratar de desencantar algures um padre que nos case.
Entretanto, terei que falar com a noiva seguinte (e, eventualmente, a anterior, caso haja), visto que naquela igreja se casa de duas em duas horas e decoração só há uma por dia (portanto convém gerir gostos: não dá para uma querer geribérias cor-de-laranja e outra orquídeas cor-de-rosa... não que isto me chateie muito, mas pronto).
Depois, tratar de papéis, que é coisa que me exaspera. Papéis na conservatória (meninas que já casaram: serve uma conservatória qualquer ou tem que ser especial de corrida?), papéis na igreja. Depois marcar as datas do curso de preparação para o matrimónio - acho que não adianta dizer que já estamos preparados porque já vivemos juntos há um ano e tal, portanto a preparação já lá vai...
Depois: convites, lembranças, música, coro da igreja, leituras, mesas, ementas, animação para os miúdos (que vão ser qualquer coisa tipo 12!), alianças, lua-de-mel, bouquet, acessórios, cabelo, sandálias e o bem fadado vestido...
Resumindo: nos próximos quatro meses o meu cérebro estará em piloto automático, formatado para apenas um assunto: este. A ver se não me esqueço de viver nos entretantos...
Hoje, com um bocadinho de tempo nas mãos, ao passar por uma loja de noivas resolvi entrar. Como não fazia ideia do que quero, embora tivesse algumas luzes do que não quero, achei por bem ver in loco para perceber para que tipo de vestido me inclino.
Experimentei uns dez vestidos. Gostei de... dois. E, mesmo assim, desses dois fazia só um, porque misturava o peito de um com a saia de outro. Mas pelo menos já sei o tipo de decote que quero, já sei que quero um drapeadozito, já sei que quero levar o cabelo semi-solto, já sei que não quero cortar a tatuagem com alças, já sei que não quero ir de cai-cai, já sei que não quero saia-princesa, já sei que não quero tecidos muito engomadinhos, já sei que não quero rendas e já sei que não quero branco-noiva. Mas ainda não sei o que quero, o que, visto daqui, tem potencial para se tornar num problema...
dias abrasadores, de pastéis de Belém, da linha de Cascais, de gatos, de férias no Alentejo, de viajar, de andar de avião, de ler livros "complicados", de ver filmes "alternativos", de cinema francês, de Gabriel García Marquez e mais ainda de José Saramago, de lulas, de cozinhar, de caipiroskas, de acordar à uma da tarde (embora não saiba o que isso é há coisa de ano e meio), de vestidos de noiva, de decoração, de design, de jogos de computador tontos,de séries de tv, de escrever nos meus sítios (blogs, cadernos, documentos de Word que, espero eu, me mudem a vida um dia destes), do meu trabalho, dos meus colegas de trabalho, do meu namorido, do que construímos juntos, dos meus pais, das culturas japonesa, indiana e árabe, de morar perto de Lisboa, da Bad Bones, de Snow Patrol e de The Fray, de cantar (mal) enquanto conduzo, de ir à praia, de ler em esplanadas, de 7Up com groselha, de caracóis, de peixe grelhado, de saladas de rúcula, tomate cherry e queijo mozzarella fresco, de falar ao telemóvel, de fazer desporto, de rir, de passear sem destino, de visitar igrejas, de estudar religiões, de passar horas com as minhas duas amigas do coração (L. e S.), das minhas memórias de miúda, de sentir saudades, de Itália e de Marrocos, de nunca estar quieta, de ser forte, de saber ouvir, de ser capaz, de ser eu...
Não gosto de
feijoada, favas, feijão e demais alimentos pequeninos que enfarinham na boca, de pessoas demasiado complicadas, de gente inconsequente, de comentários pouco inteligentes, de blogs-que-toda-a-gente-lê-e-que-são-teoricamente-muito-intelectuais, de coisas ditas para magoar, de passar mais do que três dias na terra do namorido, de dias de chuva fora de época, de comer à pressa, de não ter tempo para mim, de não fazer as coisas de que gosto, de não poder dizer tudo o que me apetece, de já não ter o meu avô comigo (tenho tantas saudades dele...), de cinema de acção parvo, da Rita Pereira, de má comédia, dos pseudo-deuses do Twitter, de viajar atrás nos carros, de viajar de costas, seja em que transporte for, da minha sinusite, de não ter tempo para ler mais...
You have learned that you must rely on yourself, and yourself alone, to live a happy life. You are understand the world better than most people you know. You are very perceptive and intuitive.
You need lots of space to think. If you don't get the space you need, you're likely to bite someone's head off. Because you are so thoughtful and solitary, people find you to be intense and mysterious. You're even seen as intimidating.
Quando o tempo abunda fazem-te testes parvos, que até dão resultados correctos. É o caso deste, que me define como uma solitária incurável. E a verdade é que eu sou uma solitária incurável, no sentido em que aprecio estar sozinha (embora não dispense estar com amigos, família e, acima de tudo, o soulmate). E sim, a pessoa com quem eu mais conto na vida é comigo porque sei que, aconteça o que acontecer, eu vou estar sempre comigo.
Sábado à noite houve sessão de home cinema. Foi a minha vez de escolher e eu escolhi alugar "O Banquete do Amor", com o Morgan Freeman. Um filme triste, mas cheio de momentos bonitos, com uma história tocante. É o tipo de filme despretencioso porém complexo de que eu gosto. Adorei, claro. Adorei a ponto de chorar no final... O meu soulmate adormeceu ao fim de 20 minutos de filme, com a cabeça deitada no meu colo e não deu por nada.
A seguir, como eu não tinha sono e estava naquela mood de cinema alternativo e bonito, decidi ver um dvd que já lá tinha há algum tempo: "Água". É um filme indiano, com uma fotografia extraordinária, uma realização fantástica e um argumento tocante. É sobre uma casa de viúvas na Índia e... vale mesmo a pena ver. É triste, intenso, tocante... E tem a lindíssima Lisa Ray num dos papéis principais...
Este blog, apesar da aparente futilidade, também toca assuntos sérios. O das eleições Europeias, por exemplo. Ontem foi um dia complicado: muitas combinações e pouco tempo para fazer tudo. Mesmo assim, fizemos questão de estar de volta ao nosso concelho antes das 19h, para votar. Ainda por cima votamos em freguesias diferentes (coisas que se prendem com cartões de cidadão que ainda não se foram levantar e tal). Conseguimos.
Depois, enquanto jantávamos (uma pratada de caracóis preparados aqui pela menina), fomos vendo os discursos de vitória e de derrota. Ficámos a saber algumas coisas interessantes:
- em cinco partidos principais, quatro ganharam e apenas um perdeu. É de mim ou nesta coisa das corridas o normal é ganhar um e os restantes perderem? Claro que tem tudo a ver com perspectiva... - todos os partidos acharam que o resultado desta votação reflecte o que se vai passar nas legislativas. Todos, excepto o partido do governo, que acha que não tem nada a ver. - o Miguel Portas era o mais contentinho deles todos. - o Paulo Portas estava igualmente contente (e sempre com aquele ar beto parvo do costume). - o Nuno Melo fez o discurso mais palerma da noite: fingiu que estava nos óscares e toca de agradecer a toda a gente, motorista sonolento inclusive, e acabou por dar um espectáculo deprimente. - o Vital Moreira é o Avô Cantigas e não há quem me convença do contrário. Como ele foi eleito, acho que ganhamos todos: ele vai pregar para outra freguesia e não empata por cá. - na verdade, parece-me que isto das Europeias mais não é do que uma operação de exportação de gente que ninguém quer cá. - a Marta Rebelo é provavelmente a mulher mais interessante da política nacional. - o Paulo Rangel tem um ar de boneco Michelin anafado que lhe tira graça. Muda de voz com uma facilidade enorme: para falar sobre a vitória usou um tom simpático, para falar do que aí vem usou um tom arrogante. - a tia Manuela Ferreira Leite não nasceu para estar a falar seja em frente de que plateia for. Voz de cana rachada, falta de emoção, falta de paciência para os gritinhos da Jota. - a JSD é provavelmente a entidade mais idiota do país. Aquela betaria que ali esteve por detrás do Paulo Rangel a entoar cânticos de futebol adaptados à política a cada duas frases que o homem tentou dizer não lembra ao diabo. - olhando para a JSD vê-se o que move aquela gente: tacho. Uma cambada de miúdos com ar de alunos da Católica (todos de Direito, claro), que daqui a vinte anos anseiam por estar onde está hoje o Rangel.
A ver se consigo explicar este meu ponto de vista: o PSD ganhou estas eleições, logo teve mais votos, logo a maioria da população que não debandou para o Algarve e foi votar votou neste partido. Contudo, olhando para as pessoas que fazem parte dele - e principalmente para a Jota - não acho que eles representem o povo português, neste sentido: aquele partido é composto por uma elite económica e política que não espelha a realidade nacional. Bem ou mal, continuo a achar que o partido que mais reflecte os portugueses (no sentido em que as pessoas que o constituem se assemelham à grande maioria da população) é o PS. E não, não sou socialista. Nem social-democrata, está bom de ver...
A minha chefe é uma porreira que de vez em quando nos arranja umas promoções bem jeitosas. Desta vez foi uma promoção para fazer depilação a laser. Eu, que não gosto nada de pechinchas, alinhei. Fiz uma sessão, levei uns esticões (sim, aquilo não é completamente indolor, mas a dor é fraquinha e passa num instante) e vim de lá naquela: vou precisar de umas 20 sessões para ficar sem pêlos. A moça lá me explicou que ao fim de uma semana e meia a duas os pêlos cuja raiz tivesse sido aniquilada cairiam por si só. Aconteceu-me na sexta. Fiquei para lá de feliz. É que, a avaliar pelos pêlos que caíram, mais duas sessões e a coisa está feita.
Ora tudo tem o seu lado mau. O desta coisa é que vou gastar mais dinheiro a fazer também nas axilas. É que aquilo compensa mesmo!!
Eu sou completamente "apaixonada" pelo homem, pelas suas ideias, pelo seu carisma, pela sua postura. Acho que este homem desceu à terra para mudar o mundo, o que é capaz de fazer dele uma espécie de Messias dos tempos modernos. Ele consegue, antes de mais, fazer-se ouvir. Porque, em vez da pose de superioridade, adoptou uma postura de compreensão de vontade de entender o mundo e de fazer o seu papel sem minimizar a importância de ninguém. Resultado: move-se como peixe na água e acaba por agradar a uma vasta imensidão de gente que, no fundo, até está disposta a ouvir o homem mais poderoso do mundo, desde que o mesmo seja humilde em vez de arrogante, disponível em vez de conflituoso. Estou a ver o discurso dele no Cairo e estou rendida.
Para a minha paixão pelo Obama muito contribui a minha paixão pelo David Palmer. Sim, é a ficção que se confunde com a realidade - ou tê-la-á antes inspirado? E, inspirada pela mesma ficção que me ligou ao David Palmer, arrisco dizer: acredito que, daqui a 8 anos, os Estados Unidos terão a sua primeira Presidente - alguém parecido com a Allison Taylor ou, preferencialmente, mais confiante em si mesma e nas suas acções...
(Para quem não conhece, falo do presidente das primeiras séries do 24, que é a minha série preferida de sempre...)
Hoje acordei e pensei: boa, chegou o Outono! Tinha tantas saudades dele... dos dias de chuva, dos pés molhados, dos cabelos desgrenhados, do frio, das poças de água, dos dias cinzentos...
Depois pensei: ainda bem que já chegou o Outono! Tivemos um Verão tão grande, tão quente, abafado, dias e dias de transpiração, férias maravilhosas, à beira da piscina até serem nove da noite, tal era o calor que estava...
Finalmente pensei: merda mais às ideias do S. Pedro, que não se orienta! Esteve tão bom tempo na semana passada, qual era a necessidade desta porcaria agora, hum?? Da-se...!
(Contudo, se isto significar que no final de Setembro vai estar um Verão autêntico, retiro já a minha queixa, tá?)
Estou a ouvir o "How to save a life", dos The Fray (que eu adoro); isto faz-me sempre lembrar a "Anatomia de Grey" (que eu adoro)...
... e a Izzy Stevens, que é a minha personagem preferida da série (e a isto não é alheio o facto de ela acabar ao lado do Dr. Karev, aka, Justin Chambers...).