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E a festa da miúda já está pensada. É tempo de passar das ideias à acção e começar a concretizar. E dou por mim a pensar: seis anos?? Como assim - seis anos? Choque. Quero muito deixar aqui registado o tempo que foram estes seis anos. Quero contar-vos quem ela é hoje, com seis anos. Mas para isso ela terá que ter seis anos. Portanto, em breve, um pequeno portrait da minha felicidade em forma de gente (e, a seu tempo, farei o mesmo com o pequeno infante, que vai galopante a caminho dos três anos e que é, de igual modo, a razão que me faz sorrir).
Com uma filha a menos de um mês de fazer seis anos (glup!!), tenho-me deparado com uma dúvida: com que idade se deve começar a dar às crianças responsabilidades com tarefas domésticas? A minha já faz algumas coisas (põe a mesa - quando não está perdida no mundo dela, a desenhar coisas -, faz a cama dela, arruma o pijama dela... e é só), mas quero ver se não deixo passar a altura "certa" de lhe atribuir mais tarefas. Quero que ela aprenda a fazer as coisas e quero que comece a alinhar no ritmo cá de casa. Obviamente, a ideia não é "escravizá-la", mas sim educá-la.
Ora digam lá de vossa justiça: aos seis anos, o que é que é suposto ela fazer?
[Não me lembro com que idade é que a minha mãe me passou um paninho do pó para a mão e me mandou dar conta do que se passava no meu quarto. Mas lembro-me de ser pequena e de o limpar...]
Deparo-me cada vez mais com situações-limite com os meus filhos. O pequeno já começa a ser mais crescido. A maior já sabe bem o que quer e o que não quer. Fartam-se de brigar um com o outro, disputam brinquedos, nem sempre andam com as estrelas alinhadas. Resultado: um berro aqui, uma palmada ali, alguns castigos, eu com os nervos em franja, eles também.
Penso muitas vezes que tenho que arranjar maneira de domesticar as feras. E que preciso de contornar estas situações de stress de outra maneira. Lembro-me muitas vezes da Magda, mas nem sempre consigo fazer segundo o que ela diz - adorava conseguir não ter que dar um grito de vez em quando.
Bom, a que propósito vem isto? Ontem, na minha timeline do Facebook, dei com um artigo muito bom partilhado na página da Limetree. E tudo voltou a fazer sentido. Mensagem interiorizada. Agora é pôr em prática!
Os ingleses/americanos têm esta expressão que adoro: running errands. A tradução para isto é "fazer recados". E isto define bem a minha manhã de hoje: levar a criança à escola, estar uma hora na fila das senhas de almoço, ir com o carro à inspecção (com quase um mês de atraso), ir aos correios, ir ao supermercado, ir à piscina pedir para a miúda começar já amanhã a nadar no novo horário. Sempre com o crianço mais pequeno a fazer-me companhia (já perdi a conta às vezes que o pus e tirei do carro hoje!).
Agora a tarde faz-se de trabalho, enquanto ele dorme: crónicas, sites, estratégias e definições. Tudo coisas que me saem do coração... e que estão quase a ver a luz do dia!
Aparentemente, tenho uma adolescente de cinco anos em casa. Anda impossível. Desde que acabou a escola que tem sido o descalabro. Grita, faz birras, contraria tudo o que lhe dizemos, responde torto, não cumpre ordens... Este ano, pela primeira vez, percebo aqueles pais que anseiam pelo reinício das aulas...
Ontem dei por mim a pensar nisto: como é que se pratica aquela coisa da parentalidade positiva com uma miúda que faz tudo ao contrário do que lhe dizem? Como é que se evitam os gritos e as sacudidelas no rabo? Com base em quê, se ela nem quando negociamos a bem acata o que lhe dizemos? Não posso (nem quero!) entrar numa de a compensar se ela se portar bem. Portar-se bem é a obrigação dela, não dá direito a compensação. Quando se porta mal lá vem a palmada pedagógica (como diz a Ursa) ou o castigo. Mas odeio andar assim. E nem sequer exijo muito dela! Só quero que arrume o que desarruma, que não responda torto e que faça o que lhe digo para fazer.
Ontem foi um dia para esquecer. Devo ter sido ouvida no prédio inteiro. E houve castigos e ouve zangas... e, ao jantar, quando a coisa já estava mais calma, olhei para o mais novo e vi uma "cratera" no cabelo dele... pois que a senhorita sua irmã resolveu, sabe-se lá porquê, dar-lhe uma tesourada no cabelo... Passei-me, claro. E ela sempre de nariz arrebitado, a responder torto... ARGHHHH!!!
[A sério que não dá para os congelar agora e descongelar lá para os 20 anos??]
O meu infante é, como já aqui contei, completamente viciado num doudou (daqui em diante chamado "bié"). Adoptou-o aí com uns 4 meses e desde então dorme SEMPRE com aquilo. O bié - uma ovelha que já saiu das lojas há muito tempo - é filho único porque nunca consegui arranjar um igual. Aquilo já sofreu um bocado. O último acidente envolveu um microondas e chamas (sim, chamas de fogo), mas mamãe (a minha, não eu) conseguiu recuperar a coisa cortando o tecido queimado e substituindo por tecido novo.
Acontece que na semana passada, em compras com a infanta, ela pediu para a deixar comprar um boneco para o mano. Deixei. Dois euros investidos num pequeno cavalo de peluche. Chegámos a casa, ela ofereceu-lhe aquilo e o pequeno infante não mais largou o boneco. À noite, hora de dormir, "on'tá o bié?", pergunta ele ansioso pelo seu doudou do costume. Disse-lhe que tinha ficado em casa da avó, sugeri que dormisse com o cavalo. Ele dormiu. A noite toda. Ficou meio sem saber o que fazer aos dedos em que costuma chuchar (aquilo costumava ser um mix de dedos e ponta do doudou), mas adormeceu sem problemas. Sesta de sábado e o bié ainda em casa da avó. Sábado à noite e o bié na avó. Domingo idem aspas. Hoje saiu de casa com o cavalo na mão, sem perguntar pelo bié. Suponho que vá dormir a sesta na avó com o cavalo, não se lembrando de que passei o fim-de-semana a dizer-lhe que o bié estava lá (sim, é um facto... de vez em quando os pais mentem aos filhos). E, caso a coisa se dê, daqui a bocado arranco para a loja dos cavalos a dois euros e arranjos mais exemplares... de outras formas, para ver se ele se habitua a dormir com um qualquer em vez de ser com "aquele" em particular (e isto seria uma enorme vitória porque o crianço tem um quê de OCD e quando mete uma coisa na cabeça tem que ser daquela maneira e por aquela ordem e tal...).
Ontem andei o dia todo com a impressão de que era "dia de alguma coisa". Ou de que alguém que conheço fazia anos. Sabem aquela impressão do tipo "estou a esquecer-me de alguma coisa..."? Era isso. À noite lembrei-me.
Fez ontem um ano que descobri que estava grávida.
E fez anteontem seis anos que descobri que estava grávida.
E fiquei com um saborzinho agridoce no coração... Mas, oh well, celebre-se a vida! Há seis anos e dois dias que sei da existência da minha pimpolha. Parece uma eternidade. E parece que foi há uma semana...
Quando eu andava a estudar a coisa processava-se assim: tinha boas notas? Podia ter melhor. Estava no quadro de honra? Era a minha obrigação. Tinha notas assim-assim? Tinha mesmo que melhorar.
Tenho uns pais - principalmente um pai - muito exigentes que, de caminho se foram esquecendo de elogiar os bons resultados que eu tinha. É que, reparem, eu fui sempre boa aluna. Muito boa aluna. Não era um exemplo de bom comportamento, era super faladora (quem diria??) e distraía toda a gente à minha volta mas... funcionava em stereo e se por um lado falava, por outro apanhava tudo o que os professores diziam. Isso e a minha memória bastavam para as notas altas (só comecei a estudar para testes quando cheguei aos exames do 12º ano). E lá estava eu, no quadro de honra. E lá andava eu, a ser odiada pelo resto da turma com base nas notas que tinha.
Portanto, os meus pais não tinham nada de que se queixar. Mas tinham matéria para se orgulharam. E se se orgulharam... olhem, não sei; nunca me disseram. E eu fui andando e achando sempre que não era suficientemente boa, que o que eu fazia não chegava, que não era suficiente. Não que isso me tivesse deitado abaixo, mas fui tendo sempre um travo amargo a insucesso (quando não tinha mesmo razões para isso!).
Ora agora é a vez da minha filha começar a ter "notas". Ontem foi a reunião de fim de período e lá veio o resultado. A gaiata tem tudo excelente, excepto um pequeno detalhe que tem mais a ver com personalidade do que outra coisa: tem dificuldade em esperar pela vez dela, em dar a vez aos outros. Ela sabia que havia reunião de notas e perguntou logo por resultados, quando cheguei. Disse-lhe que estava tudo bem, menos aquele ponto. Desatou num pranto... diz que se esqueceu que tem que aprender a respeitar a vez dos outros, que vai melhorar, pediu muitas desculpas. E eu a dizer que não fazia mal, mas que é importante para ela ser uma menina educada e simpática. Ela percebeu e seguimos caminho.
Calha que o meu pai ouviu a conversa. E ficou muito "tocado" por eu ter chamado a atenção à menina. E à noite, depois de termos ido com ela ao hospital (porque mandou uma cacetada na piscina e dói-lhe o ombro - fez uma contractura, mas nada de grave), o senhor meu pai e avô desta neta resolve dar-me um ralhete e dizer que eu tenho que dar muito mimo à miúda durante o fim de semana, para compensar o facto de lhe ter ralhado (que nem sequer é o termo correcto!) por causa das notas.
Maravilhosa, a curta memória dos avós, não é? Claro que me ouviu logo relembrá-lo do dia em que, perante um 19 numa cadeira da faculdade (do 3º ano, coisa avançada, portanto), a resposta dele foi "ah tiveste 19? Para o 20 ainda falta 1...". É um daqueles casos flagrantes de dois pesos e duas medidas...
Ouvir o meu filho chamar-me
Mãinnnn
Mamã
Mãe Nhénha
Nhénha
Ouvir o meu filho chamar-me
Kiba (enquanto encosta a cabeça no meu ombro)
Ouvir o meu filho dizer
Adóú-te
Ver os meus filhos crescer todos os dias, um bocadinho mais a cada dia que passa.
Hoje, numa grande superfície comercial, houve espectáculo para quem quisesse assistir. O mais novo, que circulava com o rabo preso no carro-bengala, começou a querer ir para o chão. Pu-lo no chão. Quis ir para o carrinho. Pu-lo no carrinho. Quis ir para o chão...
O mais novo, agarrado ao boneco (nojento, horrível que ele usa para dormir) começa a dizer que quer os carros de brincar. Dou-lhe os carros. Quer o boneco. Dou-lhe o boneco. Quer o balão. Dou-lhe o balão. Quer os carros. Dou-lhe os carros. Quer o boneco...
Levo-os à Merry Cupcakes. Um mini-cupcake para cada um. Ofereço bolo ao mais novo, ele diz que quer uma bolacha. Dou-lhe a bolacha. Quer o bolo. Dou-lhe o bolo. Quer água. Dou-lhe água. Quer a bolacha. Dou-lhe a bolacha. Quer o bolo...
Mais novo no carrinho, pede para ir ao colo. Digo que não. Adormece no carrinho. Fim de história. A maternidade é um mundo tão cor-de-rosa... corre sempre tudo bem... os nossos miúdos nunca fazem birra... nunca nos envergonham... nunca ganham as "guerras" que travamos com eles... nós nunca cedemos a chantagens deles... e nunca os chantageamos. Adoro isto, o quão cor-de-rosa é a maternidade...
[Ou de como estamos todos MESMO a precisar de férias!!]
A minha filha, em quase cinco anos de vida, nunca partiu nada. Nem um copo, sequer. O meu filho, só esta semana, já deu cabo de dois copos marroquinos (arghhhhhhhhhhhhh!!) e de um porta-velas... É tão sossegadinho, o menino...
Com o homem da casa ausente num casamento, ficámos só eu e os miúdos em casa.
A manhã foi pacífica: pequenos-almoços e ida à rua para comprar jornal e carne. Agora almoçaram e estão deitados para ver se dormem uma sesta (mínimo três horas, pleeeeeeeeeeeease!!). Eu já arrumei a cozinha e agora estou aqui indecisa entre arrumar tralhas que andam espalhadas pela sala há demasiado tempo, acabar o vestido da princesa, ir fazer cinnamon rolls ou ver um filme...
Provavelmente faço tudo! Basta que não ande a engonhar e que meta o turbo. Mas engonhar é o middle name do sábado à tarde... Oh well... Tenho que começar por algum lado!
Mais logo, quando eles acordarem, havemos de ver o Madagascar 2. E depois banhos, jantares, brincadeira e cama. Muito interessante, esta nossa vidinha...
UPDATE: Sala arrumada! Desapareceram os tecidos perdidos, os moldes, os acessórios por aqui espalhados. Prossigamos!
UPDATE 2: Já avancei com o vestido (o resto vai logo, quando já não tiver pestinhas a cirandar atrás de mim). Os cinnamon rolls... até não iam acontecer, mas depois recebi uma mensagem via facebook de uma amiga que os fez hoje e... a vontade voltou! Vou fazer para aí meia receita, pronto... Os miúdos dormiram uma hora (arghhhhhhhhhhh!) e agora vamos à rua, que eles estão a precisar de gastar energias... Depois, no regresso, Madagascar para eles e cozinha para mim!
Ontem foi a primeira consulta de seguimento pos gravidez molar. Cheguei ao hospital às 8h15 para fazer análises. Consulta marcada para as 10h40. Seca descomunal até às 12h30... Li uma revista, li 50 páginas do meu livro, matei a bateria do telemóvel... e nada de ser chamada para a consulta. Depois lá percebi: médica chamada de urgência ao bloco para uma cesariana.
Entretanto, na sala de espera, dois casais. As mulheres não se conheciam, os homens sim. Sentaram-se lado a lado (eles), exactamente ao meu lado, e estiveram uma hora e tal a conversar animadamente. Mal se ouviam os nomes que eram chamados para as consultas, tal era a algazarra que faziam. Às tantas, aquando de uma chamada que ninguém percebeu para quem era, soltei um "shiuuuu!" que fez um dos senhores zangar-se...
Ele: não é preciso mandar calar ninguém!
Eu: aparentemente é. O senhor está há uma hora e tal a conversar. Isto aqui não é o café nem é o bar. É uma sala de espera de uma consulta de ginecologia e obstetrícia. O senhor vem acompanhar a sua mulher, nem sequer é o senhor que está doente. Respeite quem aqui está à espera de uma consulta. Quer conversar? O bar é lá em baixo!
Ele: os médicos que falem mais alto!
Eu: os médicos é que têm que falar alto? Não! O senhor é que tem que falar baixo ou não falar de todo!
Bom... entretanto, à minha volta, muitas grávidas com barrigas enormes, narizes inchados e caras de felicidade. E a dada altura dei por mim numa angústia tremenda, com uma vontade de chorar gigante. Também eu queria estar ali, barriguda, disforme e feliz, a esperar por um CTG ou por um toque.
Em vez disso esperam-me seis meses de consultas semanais ou, caso a coisa corra muito bem, quinzenais. Esperam-me análises sempre antes das consultas. E espera-me uma médica novinha, muito querida, que conheci por altura dos toques-antes-do-parto do meu filho. Fez-me uma consulta calminha, respondeu a tudo o que perguntei, percebeu que estou informada, não me atirou areia para os olhos, disse-me o que esperar... Disse-me que a betaHCG está a descer bem, que já não estou anémica (yay!), que posso voltar a correr (duplo yay!), que posso fazer a minha vida normal... e que a minha tiróide ainda não está boa, pelo que posso mesmo aproveitar para perder os 5kg que me faltam...
Marcou-me os exames todos para as próximas duas semanas, para eu não ter que me preocupar com nada. É só mesmo ir lá and pray for the best!
[Falou-me em três a seis meses de acompanhamento semanal. Significa que, estando tudo bem, daqui a seis meses posso - se quiser... e ainda não sei se quero! - voltar a engravidar... Fiquei feliz. Mesmo que não engravide, só o saber que posso já é maravilhoso!]
No ano passado o infante cá de casa foi à praia no ovo e de lá não saiu. Não conta para experiência, portanto. Ontem, na estreia oficial, mostrou ao mundo (não ao mundo, apenas àquela praia) de que fibra são feitas as suas cordas vocais. Pé na areia? Não gosta. Água gelada? Não gosta. Creme no corpo? Não gosta. Demorou um bom bocado a perceber que a areia não o ia comer. Às tantas estava ele a comer areia, nesse clássico das estreias balneares que é ver uma criança a devorar aquilo como se o mundo fosse acabar. Bebeu água salgada do balde da Kitty, coisa que o fez rir muito... e pedir muita água (doce, entenda-se) a seguir.
Hoje foi menos complicado. Voltou a chorar quando levou com água nos pés (mas eu percebo... eu própria tenho vontade de chorar perante a temperatura da água este ano!). Não chorou com os pés na areia. Foi, aliás, um valente que se arriscou a explorar os vinte centímetros à volta da toalha dele, passeio esse onde treinou o equilíbrio (quase inexistente). Foi com o rabo à areia porque parece que aquilo se mexe quando nós pomos os pés lá em cima...
A princesa: viciada em praia (não sei a quem sai...). Viciada em estar na água (não sei a quem sai...). Por ela estava ali o dia todo, todos os dias do ano. Inverno incluído. É um caso a considerar...