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... pelo dia "just girls" que estás a dar-me. Acordar à hora de sempre, despachar miúdos, não me lembrar sequer de que era dia de greve, sair de casa à hora normal, não me lembrar sequer de que era dia de greve, chegar à porta da escola e estranhar ver um molho de miúdos no parque do ATL, mas nem sequer me lembrar de que era dia de greve, tocar à campainha e ouvir a pergunta "ela é do ATL?", não, não é, então tem que a levar, as professoras estão de greve, e nem sequer me lembrar de que era dia de greve. Rumar a casa da avó, deixar o pimpolho e voltar para casa, com a princesa, para um dia de miúdas. Entrar no café para beber uma bica e sentir-me num sábado de manhã, café à pinha, deve ser da greve. Daqui a pouco vou ao cycling e ela vem também - fica lá, quieta (ou mais ou menos quieta, vá), enquanto pedalamos - isto partindo do princípio de que a malta do ginásio não fez uma debandada geral e pelo menos as portas estarão abertas para a professora (que não vai fazer greve de certeza) dar as aulas como é costume. Depois vamos almoçar as duas, trocar uma calças do pai, fazer a segunda peça do bolo de baptizado do miúdo e, por fim, manter a rotina da natação da miúda. Ao fim da tarde, imaginando que magico aqui um jantar qualquer rapidamente, repetimos a brincadeira de ontem e vamos um bocadinho ao parque. Life's good. Mesmo em dias em que o país pára.
[E não, não sou contra a greve. Só acho que não resolve rigorosamente nada. E acho também que complica a vida a quem quer trabalhar e não pode, por culpa dos que grevam - à saída da casa da minha mãe, por exemplo, cruzei-me com uma vizinha que estava a entrar. Não tinha conseguido ir trabalhar por causa dos comboios parados. Foi, portanto, obrigada a fazer greve. Não vai receber um dia de ordenado não porque tenha feito greve, mas porque foi impedida de ir trabalhar. E eu acredito muito que a liberdade de uns termina onde começa a liberdade de outros...]