10.01.11
Eu não sou uma mãe obcecada. Com nada. Não stresso com quedas, nem com doenças, nem com queixumes, nem com saídas da rotina. Encaro tudo com normalidade e o meu lema é "resolver o problema sem me transformar eu mesma num problema". Se a miúda cair e eu desatar num pranto, o mais provável é que não a consiga ajudar. O sangue frio é o meu melhor amigo nas alturas de crise. E se calhar por isso é que tive, em três anos e pouco de maternidade, pouquíssimas crises.
Claro que há medos, claro que há fantasmas a pairar, claro que há coisas que me atormentam. Mas as coisas têm a importância que nós lhes damos. E o meu truque é minimizar ao máximo as coisas negativas.
Também não sou daquelas mães que usam as filhas como meio para concretizar sonhos. Claro que tive sonhos de infância/adolescência que não cumpri. Mas isso não quer dizer que tenha que os cumprir através da minha filha. Ela será o que quiser ser, de manequim a electricista, passando por médica ou cantora pimba. Os meus sonhos não interferem nos dela, não quero que ela cresça para me realizar a mim. Eu tive o meu tempo, agora é o tempo dela.
É óbvio que, se fosse eu a escolher, fazia dela neurocirurgiã ou coisa que o valha. Mas não sou. E não sou dona dela, ela não é minha, é do mundo. Eu só a pus cá e tento educá-la da melhor maneira que sei e fazer dela a melhor pessoa possível. Até ver, acho que não me tenho saído mal (e, quando digo que a educo, não falo só de mim, mas de todas as pessoas que contribuem para a educação dela: o pai, os avós, os tios, etc.). Só quero é que ela seja feliz e que nunca duvide de que fizemos sempre o que achámos melhor para ela.
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