14.03.12
Odeio gente que se aproveita das fragilidades alheias para fazer dinheiro. Odeio. E, pior ainda, não entendo que haja quem ache normal que alguém se aproveite das carências de outros para engordar a conta bancária, mesmo que isso esteja mascarado de "eu só quero ajudar".
Por exemplo: livros de auto-ajuda sobre "como entender os homens". Caríssimas que estão solteiras, que querem encontrar o amor, que se sentem sozinhas: não é ali que vocês vão aprender o que quer que seja. O dinheiro que iam (ou vão) gastar no livrinho, usem-no para pagar um café ou um copo num sítio giro, onde pode ser que esbarrem com o homem da vossa vida. O tempo que iam (ou vão) gastar a ler uma carrada de páginas pejadas de lugares-comuns e teorias de bolso (a sério, faz-me muito lembrar aqueles romances de cordel da colecção Harlequim, que se vendem nas papelarias), usem-no para sair da vossa zona de conforto, para conhecer gente nova, para conviver com pessoas reais, que existem cá fora e que, quem sabe, podem mudar a vossa vida.
Essa coisa redonda que vive assente no vosso pescoço serve para que pensem por vocês. Vocês não precisam de um iluminado (com olho para o negócio) a dizer-vos o que pensam os homens. Até porque, como está bom de ver, cada homem pensa maneira diferente e a probabilidade de o livro não vos servir para nada é, vá, grande.
[Mas isto sou eu, que tenho mau feitio e que odeio gente que se aproveita das fragilidades alheias para proveito próprio...]
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