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Dúvidas e certezas II

30.10.12

 

E depois há os dias em que faço exactamente o que gosto, em que sei que estou no caminho certo e que, se não me perder nos entretantos e nas distracções, chego lá. E há aqueles dias em que vou buscar a miúda à escola cedo, entro no supermercado e ainda tenho tempo para a levar ao parque. Ela anda de baloiço e de escorrega, brinca com algum miúdo que lá esteja, eu tiro fotos como esta que ilustra o post, ela volta para o carro aos pulinhos. Chegamos a casa, lanchamos, ela faz uma ficha de exercícios da pré-primária e saímos para ir à natação. Vamos buscar o mais novo, voltamos e eu faço o jantar enquanto eles brincam e matam saudades.

 

Nestes dias sei que, independentemente das incertezas, o que eu tenho é uma sorte do caraças. Não sou rica mas sou uma privilegiada por poder fazer isto, por poder dar isto aos meus filhos: tempo. Tenho o privilégio de não ter que aturar gente idiota durante o dia, tenho o privilégio de não trabalhar por objectivos e de não ter que me preocupar com sucessos empresariais. Tenho o privilégio de trabalhar para mim e para os meus filhos, e de estar ali ao lado deles, a vê-los crescer. E isso não tem preço.

 

E hoje, mais do que dúvidas, tenho certezas: é isto.

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Novembro em Imagens

30.10.12

Pediu-me a minha amiga Rita que criasse um desafio fotográfico para Novembro... E eu, que sou bem mandada, criei.

 

Fotografem como quiserem, com Instagram, sem Instagram, whatever. Se usarem o Instagram usem a tag #NSFNovemberpic, please. Assim eu consigo ver tudinho!!

 

Aqui estão os temas. Imaginem, criem, façam acontecer... e divirtam-se!!

 

1_time
2_day
3_me
4_outside
5_coffee
6_weather
7_book
8_kids
9_air
10_transportation
11_face
12_clothes
13_money
14_night
15_movie
16_food
17_fun
18_at home
19_love
20_forever
21_bad
22_goal
23_mistery
24_beliefs
25_body
26_animal
27_memory
28_family
29_picture
30_the end


[Ah, é verdade: no Instagram estou aqui: @mariannenotsofast.]

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2000 palavras

30.10.12

É o mínimo para hoje. Duas mil. O ideal? O dobro... mas comecemos com as expectativas por baixo, a ver se corre bem. Já a seguir entra em funcionamento o Pomodoro e, durante pelo menos três horas, morri para o mundo virtual... (Isto sou eu a auto-evangelizar-me, ok?)

 

Já cá venho contar como correu...

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Filmes #24

30.10.12

Não sei muito bem o que pensar deste filme. Mais uma história com potencial que acho que foi agarrada pelo lado errado. Vista de outro prisma daria muito mais pano para mangas. Ainda assim é um bom thriller, mas não é genial. 6/10.

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Dúvidas e certezas

29.10.12

Há um ano, quando fui levada a esta "escolha" de trabalhar em casa (por força de uma mudança de emprego que não podia ter corrido pior), mudou tudo. Tem sido um ano de adaptações e afinações. Ainda não está perfeito. Há dias em que acordo com saudades de me vestir de executiva, correr para o comboio e ir trabalhar fora de casa. Há outros em que bendigo (MUITO!) a sorte que tenho em poder estar aqui, no meu canto, a fazer as minhas coisas, ao meu ritmo. Há muito que sei para onde quero ir, mas só há pouco tempo comecei a trilhar este caminho. E ainda não é nada certo, falta-me afinar muitas coisas, falta-me aprender muito, falta-me trabalhar muito. Mas sei para onde quero ir.

 

Só que há dias em que as dúvidas são mais que muitas. Em que tenho medo de estar a fazer a escolha errada (embora o meu coração me diga que não). Há dias em que me sinto triste e penso que, se morresse agora, não deixava marca nenhuma no mundo (além dos meus filhos, que são umas pegadas de dinossauro enormes!). Há dias em que penso que o dinheiro que os meus pais gastaram no meu curso superior foi o dinheiro mais mal gasto da história da humanidade (tirando os submarinos do Paulo Portas). No fundo sei que não, mas o que é facto é que já pouco trabalho faço relacionado com o curso que tirei (e, sinceramente, não lamento muito esta parte - até porque, no fundo, sei que não devia ter tirado aquele curso). Depois lembro-me de que foi na faculdade que conheci o meu marido e se calhar foi só mesmo para isso que lá andei.

 

Gostava de poder ver-me daqui a cinco anos. Dar só uma espreitadela para ver onde vou estar, só para ver se valerá a pena este caminho que estou a fazer. Claro que perdia metade da piada, mas eu sou curiosa e ansiosa por natureza, quero tudo para ontem e era perfeito isto de poder olhar e pensar "ok, escolhi bem, agora é continuar". Quero acreditar que o meu coração é que sabe. E é para lá que vou, para onde ele me manda. Mas há dias, como hoje, em que as dúvidas são mais que as certezas e isso... é uma gaita, é o que é!

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"O Teu Rosto Será o Último"

29.10.12
Um livro que é muito mais sobre o que nos faz sentir quando o lemos do que sobre a história que conta. Há qualquer coisa de José Luís Peixoto neste livro (aliás, acho que nos prémios mais recentes há sempre alguma coisa de José Luís Peixoto - e isso é um elogio, mais do que uma crítica), por isso percebo a razão do Prémio Leya. Vale a pena, mexe connosco. E é exactamente por isso que vale a pena, pela forma como nos arranha por dentro. (Para dizer mais teria que contar pelo menos parte da história do livro. E acho que não se deve saber nada acerca dele, além do que está na contracapa, antes de se começar a ler.)

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Come along #12

29.10.12

Um blog: Pedagogia do Terror (andei à procura de um post para seleccionar para a entrada de baixo. Não consegui. Todo o blog vale MUITO a pena...)

Um post: A gentileza faz doer o rabinho

 

Um livro: "Os Miseráveis", Victor Hugo

 

Uma citação:

 

Um artigo: "16 ways I blew my marriage"

 

Um filme: "Nas Nuvens", Jason Reitman

 

Uma música: "Breathe Me", Sia

 

Uma imagem: Sintra

 

Uma receita: Crispy Parmesan Zucchini Fries

 

Uma ideia: Flores de papel de seda

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Help...

29.10.12

Mudámos de estação e eu gostava muito de mudar um bocadinho o layout aqui do estaminé. Há por aí algum designer talentoso que faça a gentileza de me ajudar? Nada complexo, bem pelo contrário. Tudo muito simples, muito clean, muito pouco agressivo, visualmente falando.

 

Anyone?

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Breve estudo acerca da bicicleta da aldeia*

26.10.12

Na semana passada saiu na Lux uma notícia a dar conta do final da longa e estável relação (de cinco meses) da Marta Leite Castro. Esta semana saiu na Lux uma notícia a dar conta da nova paixão da Marta Leite Castro.

 

Eu acho que o problema da Marta não é emocional. Acho que não tem só a ver com carência. Acho que a Marta deve ter falta de uma enzima qualquer e por isso precisa desta constante troca de cadeiras. Eu explico. Toda a gente sabe que o início das relações é aquela fase da paixão, em que só estamos bem ao lado do nosso amor, em que só pensamos em pôr-nos ao comprido, em que tudo são sorrisos e borboletas a esvoaçar. Depois, com o decorrer do tempo e o solidificar da relação, os insectos mudam de poiso e a coisa amaina. O comum mortal vive bem com isso, continua a tirar satisfação daquela relação agora mais calma e ponderada. Acho que a Martinha não possui esta capacidade. Acho que ela deve precisar de estar sempre naquela vertigem da paixão, do encanto, e acho que é por isso que troca de namorado a uma velocidade praticamente impossível de registar (valha-nos a malta da Lux, que faz o trabalho de casa - estou em crer que devem ter contratado um jornalista para estar sempre ao lado da Marta, para dar para acompanhar as transacções... é que este é um movimento que me faz pensar nas bolsas de valores, em termos de velocidade a que as coisas acontecem. Bom, adiante).

 

Acho que há ali um processo químico qualquer que, na Marta, não acontece e é por isso que ela está sempre a rodar. E, bem vistas as coisas, não há mal nenhum em ela ser a bicicleta da aldeia. Haverá iguais ou piores, mas não vão para as revistas anunciar paixões como quem anuncia... o boletim meteorológico (todos os dias, um tempo diferente).

 

[A Marta não precisa de ter uma lista onde aponte os nomes de todos os ciclistas. Basta que vá guardando as Lux... e fica, inclusive, com tudo registado por ordem cronológica. Se um dia tiver uma dúvida do género "em Fevereiro de 2012 eu andava com quem mesmo? Ah, deixa cá ver na Lux..." é só procurar a revista e ver quem era o cromo da semana.

 

E por falar em cromos: senhores da Pannini, para quando a caderneta "Namorados da Marta Leite Castro"? Já há, de certeza, gente que chegue para fazer uma cadernetazinha... e podem até aproveitar as fotos de alguns deles e fazer de caminho a caderneta "Namorados da Dália Madruga"... é que houve uns quantos a passar de uma para a outra, por isso dá para aproveitar recursos...]

 

*Bicicleta da aldeia: só há uma e toda a gente dá uma voltinha...

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Sapo

26.10.12

Ó caríssimas pessoas, ora ide aqui espreitar...

 

(Há material novo mais ou menos duas vezes por semana!)

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Tarde

26.10.12

Hoje, ao contrário do que é normal, não me deitei cedo, não li, não vi um episódio de uma das minhas séries, não adormeci antes de ser um dia novo. Hoje, ao contrário do que é normal, gastei o meu serão a preparar-me. Organizei trabalho, organizei agendas, organizei listas de tarefas, organizei ficheiros, organizei ideias. Essecialmente foi isso: organizei ideias. E é tão bom...

 

Amanhã começo o novo horário. Auto-imposto, estruturado, direitinho que é para ninguém se perder. É engraçado como eu, que sempre fui uma pessoa a quem demasiados planos faziam urticária, agora vivo muito melhor quando tenho tudo planeado. Já tinha estruturado as actividades a miúda ao longo da semana (não são muitas: duas vezes natação, duas vezes fazer uma ficha do pré-escolar, o resto do tempo é livre para brincar). As minhas coisas iam sendo feitas no intervalo das dela, meio ao sabor do vento, sem saber muito bem qual ia ser o coelho a saltar a seguir da cartola. Agora os coelhos estão etiquetados e têm senha, são atendidos por ordem de chegada e a coisa cumpre-se muito melhor.

 

Gosto disto, sabem? De, de vez em quando, pôr a minha vida em cima da mesa, dividi-la em unidades e alinhar tudo num calendário. E se até agora o calendário era virtual, agora deixou de ser. Há um google calendar a que só falta piscarem luzes. Tudo colorido, bonitinho. Tão bom!

 

E de repente a minha cabeça ficou mais leve. Sei o que tenho a fazer, mas já não tenho que me preocupar com o que não posso mesmo esquecer ou ter medo de estar no sítio A quando devia mesmo era estar no sítio B. Quem diria que eu, Marianne Maria, um dia havia de me transformar nisto...

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Come along #11

24.10.12

Um blog: Diário de uma Mãe Solteira

 

Um post: Último Capítulo

 

Um livro: "Pequena Abelha", Chris Cleave

 

Uma citação:

Um filme: "A Jangada de Pedra", de George Sluizer

 

Uma música: "Hurting", Friendly Fires

 

Uma receita: Braided Cinnamon Bread

 

Uma imagem: Birds on music wire

 

Uma ideia: Instagramemos (e um agradecimento à querida Scarlet que me mostrou esta ideia!)

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"À Espera de Moby Dick"

24.10.12
Andei a mastigar livros que não me preencheram, depois de acabar "O Inverno do Mundo". Até ter esbarrado neste. Que coisinha fenomenal!! Uma história simples, uma escrita simples mas tão, tão bonita! É tão bom saber que temos por cá escritores que asseguram a produção de coisas de jeito, que valem mesmo a pena! Fui surpreendida primeiro, arrebatada depois. Imperdível, quanto a mim, e merecedor de toda a vossa atenção. Está definitivamente no meu top 3 do ano.

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Perdão

24.10.12

Perdão se não me entusiasmo perante a moda. Perdão se, para mim, sapatos são sapatos, calças são calças e roupa é roupa: uma coisa que se veste para combater ou acompanhar as especificidades climatéricas. Quando compro uns sapatos não compro nada além de uns sapatos. Não compro status nem os sapatos dizem o que quer que seja sobre mim. Não pago por posição social, não pago para ser vista de determinada forma por quem lida comigo e me vê no dia a dia. Sou apenas e só uma mulher. Nada do que visto reflecte ou omite aquilo que sou, aquilo que penso, aquilo em que acredito. Não uso a roupa como forma de expressão porque não é essa a função que lhe reconheço. Para me exprimir falo e escrevo. Sou clara no que digo e não permito que se tirem ilações acerca de mim com base em objectos como sejam saias, blusas e malas.

 

Não, não ando sempre de fato de treino, não saio à rua de pijama. Não pelos outros, mas por mim. Sim, uso vernizes e maquilho-me e uso isso para me sentir bem comigo, não para ter aprovação externa. Não entendo a necessidade que existe de fazer a roupa falar por nós. E quem diz a roupa diz a maquilhagem, os brincos, os fios e os relógios.

 

As melhores pessoas que conheço são completamente despojadas de ligações emocionais a trapos. Ocupam a mente com coisas mais úteis que, de facto, acrescentam àquilo que já são. Não se perdem na embalagem esquecendo o conteúdo. Não que quem o faça seja má pessoa. Conheço bastantes que vivem da e para a moda, que se expressam por essa via e que a usam enquanto meio de afirmação. Não é o meu caso e não pretendo que seja.

 

Por isso, perdão se não sou ovelha desse rebanho. Não sou mesmo. Perdão se reviro os olhos perante conversas insistentes no tema. Claro que acontece falar de roupa com algumas pessoas. Porém, acontece cada vez mais ouvir falar de roupa e manter a boca fechada. Há muito que deixei de dar para este peditório. Não entendo, por exemplo, a corrente fashionista aplicada a bebés e a crianças pequenas. Não entendo roupa pouco confortável porém de marca, só porque sim. Não entendo a necessidade de afirmação por via da roupa. Nunca me passaria pela cabeça enfiar os meus filhos em t-shirts Ralph Lauren ou em gabardines Burberry's. Uma t-shirt é uma t-shirt, bolas! Uma coisa é ensinar aos miúdos a importância de se andar limpo e asseado. Outra é fazê-los acreditar que só se anda limpo e asseado de Ralph Lauren para cima.

 

Não é assim que quero criar os meus filhos. Não mesmo. Até posso vir a esbarrar numa criatura fashionista e preocupada com o que a sua imagem diz ao mundo, mas não é isso que pretendo fazer. Bem pelo contrário. É por isso que, cá em casa, se compra na Primark, na Zippy, na H&M e, ocasionalmente, nos saldos da Zara. Tudo o que seja mais de cinco euros por uma t-shirt é um desperdício (até cinco euros já são um desperdício, tendo em conta que compro por metade do preço, e giras, ainda por cima). Ah, mas as t-shirts baratuchas duram menos. E desde quando é que os miúdos pequenos vestem a mesma roupa durante muito tempo? Eles crescem e a roupa deixa de servir... Nunca me hão-de ver a  comprar sapatos a 400 euros porque... sapatos nenhuns no mundo custam 400 euros a ser produzidos (ok, eventualmente sim, se forem cravejados de diamentes ou assim). Os meus sapatos do casamento nem dez euros custaram e o máximo que dei por um par de calçado foram 70 euros, por umas botas, e já achei um exagero. Portanto 400 euros por uns sapatos só porque a sola é vermelha?? Lamento, mas não.

 

Esta é a minha visão limitada e pequenina desse "grandioso" mundo que é a moda. Perdão por isso, por dar zero importância ao assunto e por ser péssima companhia neste âmbito.

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Filmes #23

20.10.12

Um thriller norueguês que me surpreendeu muito! Bem realizado, bem representado, bom argumento. Uma história daquelas que parecem previsíveis mas que tem tantos twists que se torna um filme inesperado. Adorei e recomendo! 8/10.

 

Uma desilusão! Estava à espera de muito melhor, tendo em conta todo o alarido que foi feito à volta deste filme. o Argumentoé fraco, a realização também. Safam-se alguns actores, em particular o Chris Rock. No geral, achei chato. Tinha potencial e foi muito mal explorado. 5/10 (com muito boa vontade e só porque tem o Rodrigo Santoro...).

 

Hoje demorei cerca de uma hora a escolher um filme para ver. Decidi-me por este... oh, well, serve. É um filme de acção daqueles bons para ver num sábado à tarde, num sofá. Se tivesse pago para o ver no cinema ter-me-ia sentido defraudada. A história é gira, mas o resultado final não é brilhante. Safa-se. 6/10.

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Um país de putas (e de filhos da puta)

18.10.12

Eu não sei se quem está lá em cima (e não, não estou a falar de Deus) já reparou bem no que anda a fazer ou se, quais burros com palas nos olhos, se limita a ver a curta distância e a observar a realidade dos amiguinhos que, estando também lá em cima, se regem mais ou menos pela mesma bitola e, parece-me, nada disto ainda os afectou.

 

A verdade é esta: este país está sem ar. Olho para as pessoas e só vejo olhares tristes, angustiados. Olhares de quem não sabe se vai ter o que comer a meio do mês, se vai poder comprar meias para os filhos, agora que vem aí o Inverno. Vejo gente desinspirada, desmotivada, sem vontade para nada. Porque nada vale a pena, neste país que nos assassinou, mantendo-nos vivos (e agora lembrei-me do Walking Dead: acho que tem tudo a ver).

 

Não há esperança. Roubam-nos por todos os lados, a toda a hora, com a desculpa da crise e da austeridade e do tem que ser, para pormos de novo o país a andar. Um país que não produz riqueza, que não exporta, não tem por onde andar. Anda apenas de empréstimo em empréstimo, de tranche em tranche, rumo ao endividamento final.

 

Olho para o lado e vejo que as pessoas deixaram de ter por que lutar. Não importa quanto lutemos, com quanta força lutemos: vem a dar no mesmo. Já mal temos para sobreviver, os nossos filhos conhecem uma realidade bem pior do que a que a minha geração conheceu em criança. Não era isto que os nossos pais queriam para nós, não é isto que nós queremos para os nossos filhos. Olho para o lado e o que vejo é uma nação que já não tem nada a perder. E todos sabemos do que são capazes (ainda que apenas em teoria) as pessoas que não têm nada a perder, certo?

 

Por isso, em busca de salvação, as pessoas rendem-se aos esquemas que lhes permitem sobreviver, alimentar os filhos, governar a casa. Não faço ideia de quantas mães terão hoje que vender o corpo para que os filhos possam comer. Calculo que sejam muitas. Muitas mulheres que, vendo o fundo do túnel às escuras, se valem do que têm e se vendem. É isto que este tempo nos está a fazer. Está a criar um país de prostitutas, que são muito mais dignas do que quem nos trouxe aqui, que têm toda a dignidade do mundo em si. Porque elas não têm alternativa, fazem o que podem para que os filhos sobrevivam, como é normal, razoável e expectável. Eles, aqueles que tinham alternativas, escolheram enterrar-nos vivos, sem ar, sem ter como sobreviver. Portanto, e fazendo o paralelismo com a história do que qual terá nascido primeiro, a galinha ou o ovo, neste país as putas nascem porque há uns filhos da puta que a isso obrigam.

 

Eu não consigo mesmo vislumbrar soluções. Já achei que isto se ia resolver. Hoje não acho. Acho apenas que nos mataram a esperança, que nos tiraram a motivação, que perdemos as forças para fazer este país acontecer. E não entendo como é que eles, os que estão lá em cima, ainda não perceberam que precisam de nós, que estamos cá em baixo, para resolver este buraco negro. Sem nós, sem o povo, este país há-de morrer asfixiado. É em nós que está a salvação da crise, porque somos nós que trabalhamos, que produzimos, que fazemos a máquina andar. E o que este governo ainda não percebeu é uma coisa muito simples:

 

Não é com vinagre que se apanham moscas.

 

Portanto parem de nos matar aos bocadinhos. Abram os olhos e arranjem soluções viáveis, que não matem o povo que faz este país andar. Os nossos brandos costumes já foram bem mais brandos e não me surpreenderá muito ver acontecer o que fazem as pessoas quando já não têm nada a perder.

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Chá, saias, uma manta e eventualmente mais alguma coisa que me ocorra

18.10.12

Viciei-me em chá. Ando a beber cerca de dois litros por dia e sabe-me bem. Agora mais ainda, com este tempo que pede coisas quentes (e o chá é uma boa maneira de me afastar da tentação dos chocolates quentes!).

 

Hoje vesti uma saia que comprei quando pesava mais oito quilos. Serve-me mas sobra pano por todo o lado. E tenho pena, porque a saia é gira e porque não há financiamento para investir em saias que me sirvam. E também não há financiamento para comer até voltar a ficar com mais oito quilos.

 

Comecei há quase dois anos a fazer uma manta em crochet. Vai sensivelmente a meio. E tanto que me apetecia que ela já estivesse pronta para começar a usá-la...

 

[Afinal não me ocorre mais nada.]

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Bacalhau (pouco) espiritual

18.10.12

Na semana passada improvisei um parente afastado do bacalhau espiritual. Acontece que aquilo ficou maravilhoso e achei que devia partilhar convosco. Deixo aqui a receita para a bimby, mas é muito fácil adaptar ao modo tradicional. Cá vai...

 

Ingredientes (4 pessoas):

 

800gr de batata

300gr de leite

50gr de manteiga

sal e pimenta qb.

 

1 cebola grande

1 ou 2 cenouras

2 dentes de alho

50gr de azeite

300gr de bacalhau demolhado (usei parte de uma embalagem de bacalhau demolhado e desfiado do Pingo Doce. Se usarem em posta, cozam antes e desfiem - cozerem o bacalhau antes, quando o juntarem ao refogado basta programar 3 min/100º/vel. 2 para envolver.)

Pão ralado q.b

Queijo mozzarella ralado (opcional)

 

Preparação:

 

Fazer o puré seguindo as instruções do livro base. Reservar.

Pré-aquecer o forno a 180º.

Colocar no copo lavado a cebola, os alhos e as cenouras e triturar 10 seg/vel. 5. Juntar o azeite e refogar 6 min/100º/vel. 2. Juntar o bacalhau e deixar cozinhar 7 min/100º/vel. 2.

Num pirex, colocar metade do puré. Colocar o refogado de bacalhau por cima. Cobrir com o restante puré. Polvilhar com pão ralado e/ou queijo. Deixar alourar e servir.

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Estava difícil...

17.10.12

... atinar com um livro para ler depois d'"O Inverno do Mundo"! Andei a depenicar páginas aqui e ali e nada, nada me fez "click". Até que peguei num livro aconselhado pelo João Tordo há uns dias. E fez-se luz. As páginas voltaram a voar à frente dos meus olhos. Nem a meio cheguei e já estou apaixonada pelo livro, pela escrita, pela estória.

 

A saber:

 

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Números

16.10.12

2151 posts, 10223 comentários. 566 followers no Facebook. E era giro chegar aos 1000 ainda em 2012. Venham lá!!

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Produtividade

16.10.12

Com a cabeça formatada para estar em casa e tratar da casa em primeiro lugar, nem sempre é fácil conseguir sentar-me a escrever. Não consigo abstrair-me, não consigo não pensar no que tenho para fazer (e eu sou daquelas que quando não tem que fazer, inventa!). Portanto, quando quero mesmo escrever a solução é sair de casa e ir para algum sítio sossegado e onde não posso estender roupa nem lavar loiça nem fazer camas nem passar a ferro. Há dois ou três sítios onde gosto muito de escrever, sítios onde sinto que sou particularmente produtiva. O Starbucks do Dolce Vita Tejo é um deles. Gosto mesmo de estar ali, a beber um latte qualquer e a escrever. Não me distraio, e quando isso acontece nunca sinto que perco alguma coisa - o que vejo, as pessoas que vou observando acabam por contribuir para uma ou outra personagem...

 

Em casa, só consigo mesmo escrever à noite, sentada na cama, com tudo desligado. Ainda há bocado estava aqui com o senhor marido e ele estava a ver o jogo da selecção. Não consegui fazer nada (além de alimentar galinhas no Farmville2, pronto). Agora que já tudo sossegou, que não tenho distracções, consigo parar e produzir. Mas tenho o constrangimento da hora (não quero deitar-me tarde porque a alvorada vai ser cedo) e do livro que comecei a ler hoje (culpa do João Tordo, que o sugeriu aqui há dias no Facebook; fui investigar, pareceu-me bem e... é o livro do meu desbloqueio e acho que isso diz tudo - claro que a seguir, quando o acabar, vou voltar ao mesmo dilema: acabei de ler um livro tão bom que é difícil encontrar um que se equipare...).

 

 

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Come along #10

16.10.12

Um blog: Putting me together (para quem gosta desta coisa dos looks e das conjugações e do estilo, mas não gosta do universo wannabe e trend-freak que se vive nos blogs fashionistas. Este não é o blog de uma fashionista; é o blog de uma mulher real, que dá dicas usáveis, para pessoas que habitam o planeta Terra)

 

Um post: B-A-BA da Festa III - Printables e Stationary

 

Um livro: "A Catedral do Mar", Ildefonso Falcones

 

Uma citação:

 

Um filme: "Headhunters", de Morten Tyldum

 

Uma música: "Something Good", Alt-J

 

Uma receita: Bolachas de limão

 

Uma imagem: Quinta da Regaleira, Sintra

 

Uma ideia: Embrulhar presentes

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Folga forçada

15.10.12

Hoje acordei tardíssimo. Despachei os miúdos em modo supersónico... fui à mala procurar a chave do carro e... não consta. Senhor marido esqueceu-se dela no carro dele. Fiquei, portanto, refém. Eu e os miúdos. E eu com carradas abissais de coisas para fazer.

 

A manhã foi passada a fazer duas fichas com a miúda (comprei-lhe uns livros de actividades indicados para a idade dela e ela adora fazer aquilo), a tratar de roupas e de almoços e a adiantar uma mala. Depois de almoço travei uma micro-guerra com a máquina de costura (mas ganhei!) e consegui enviar a encomenda.

 

Odeio não ter mobilidade, sentir-me presa e sentir que perdi tempo que precisava TANTO de ter usado a meu favor (mas, mesmo assim, consegui fazer mais do que achei possível!).

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Do fim de semana

15.10.12

Sábado era dia de Open Day no ginásio que a minha BFF frequenta. Fui com ela fazer uma aula de Fit Cardio (uma coisa que mete bolas e elásticos). Acabei por fazer também a aula de Body Balance. Cheguei a casa com os níveis de energia assim a bater no tecto. Apetecia-me fazer tudo e mais alguma coisa. Fiz só o almoço... e passei a tarde a dormir. Ontem mal me mexia, doía-me tudo. TUDO. Hoje... mal me mexo. Dói-me quase tudo... (Mas adoro esta sensação de dor de corpo estafado pelo exercício, gosto de tentar ir mais além do que sei que consigo fazer, e foi isso que fiz nas aulas.)

 

Ontem era suposto termos ido com os miúdos andar de barco (ou seja, íamos a Cacilhas, para os estrear nas artes de estar sóbrio mas sentir que se bebeu o stock do bar inteiro!). O tempo farrusco deixou-nos ficar em casa. Eu e ele passámos a tarde a ver episódios do "Segurança Nacional". E passámos o serão a fazer o mesmo (sou só eu a achar que aquele Nick Brody é assim uber sexy??)

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Arghhhhhhhhhhhhhh!!

11.10.12

Estava a fazer uma mala, fui engomar duas peças de tecido... e o estúpido do ferro desata a cuspir água suja para todo o lado. Inclusive para cima do tecido! Já consegui lavar, saiu tudo. Mas agora tenho que esperar que seque... e está a chover. Espectáculo... NOT!

 

[Karina, a dita cuja segue amanhã...]

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Um drogado de ano e meio

10.10.12

É o que o meu rico filho é: um junkie agarradinho. A quê? A uma porcaria dum boneco que lhe ofereceu uma prima nossa, quando ele nasceu. Fui pondo esse boneco (e mais uns dez bonecos idênticos) na cama, para ele dormir. Um belo dia, tinha a excelsa criatura uns três ou quatro meses, agarrou-se àquele boneco e começou a chuchar nos dedos ao mesmo tempo. E nunca mais largou aquilo. Sempre que tem sono lá vem ele "Mãe, qué o bié" (bié é boneco lá na língua dele. Mas até nós já chamamos bié àquilo). Obviamente, aquele boneco é uma congregação de germes. É raro conseguir lavar aquilo. Porquê? Porque o puto não dorme sem ele. Portanto tenho, no máximo, três horas para o lavar e secar, entre sestas. De verão ainda vá que não vá, mas de inverno é do caraças. Em casa, andamos sempre a dizer-lhe que o lugar do bié é na cama, porque ele insiste em andar agarrado àquilo, por desporto. Não posso sair de casa sem o boneco porque nunca sei quando ele vai dormir. Ando sempre com medo de perder o boneco, porque imagino que, no dia em que isso acontecer, rebente a terceira guerra mundial. Ou do concelho de Sintra, vá. Bom, adiante.

 

Ontem saímos de casa com o bié atrás, como sempre. Fomos buscar a irmã à escola e depois seguimos para casa dos meus pais. Numa dessas duas viagens, ele pediu-me o boneco no carro e eu dei-lho. Mas nunca mais o vi. Quando estava a sair de casa dos meus pais lembrei-me e voltei atrás para o procurar. Não encontrei. Deduzi que o teria perdido algures. Repeti o percurso que fiz antes. Não encontrei. Voltei a casa, com medo de estar a fazer confusão e de o ter deixado lá. Não estava. Voámos para a natação. E depois voltámos a casa dos meus pais, para procurar o boneco novamente, com mais tempo. Revirei a casa toda. Até que me lembrei de ir ver ao quarto deles, apesar de não me ter apercebido de que ele lá tivesse ido. E o cabrão do bié estava pousado aos pés da cama. Sua alteza deve ter chegado lá e, como já conhece a regra, antes de ir brincar foi pôr o bié no sítio dele.

 

E é isto, minha gente. Darwin é que sabia: selecção natural e evolução da espécie. Filhos mais inteligentes do que os pais? Check!

 

[Resumindo: foi um stress do caraças. Já estava a ver a minha vida a andar para trás, a imaginar técnicas para o adormecer sem a droga dele. Apesar de ele andar a apegar-se a um Mickey e a uma Minnie de peluche, não me parece que isso lhe bastasse... e acho que ia mesmo estalar a revolução!]

 

ADENDA: a primeira coisa que fiz, quando percebi que o miúdo estava agarrado ao boneco, foi ir à procura de outro igual para comprar. E teria comprado mais um ou dois... se houvesse! Acontece que o boneco já estava em fim de colecção quando lhe foi oferecido. Ele só lhe começou a ligar três ou meses depois de lho oferecerem, portanto quando fui à procura... já não havia. Corri seca, Meca e Vale de Santarém e nada. Produto descontinuado. Lucky me...

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Come along #9

10.10.12

Um blog: Raspberry Essence

 

Um post: Dos adjectivos

 

Um livro: "Os Homens que Odeiam as Mulheres", Stieg Larsson (para mim, o melhor thriller de sempre)

 

Uma citação:

Um filme: "Os Homens que Odeiam as Mulheres", de Niels Arden Oplev

 

Uma música: "Skyfall", Adele

 

Uma receita: Abóbora Recheada com Bacalhau

 

Uma imagem: Veneza

 

Uma ideia: Três fotos com um bebé

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Update

09.10.12

Já escrevi tudo o que queria escrever por hoje. Amanhã haverá Come Along e a história do dia de hoje, que foi um daqueles dias... épicos. E não foi no bom sentido. [Nada de grave, amanhã conto!]

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What Marianne cooked

09.10.12

Depois de uma época muito desinspirada na cozinha, os últimos tempos têm sido bem melhores. Ando a revisitar algumas das minhas receitas preferidas. E a inventar um bocado. Ontem, por exemplo, fiz um bolo mármore-arco-íris com a miúda. Eu explico: receita do bolo mármore. A metade que fica sem chocolate (e que na verdade não foi metade mas sim dois terços da massa) foi dividida em taças e regada de corantes diferentes. Neste momento tenho na cozinha um bolo amarelo, castanho verde e vermelho. Saboroso, ainda por cima. E que a miúda adorou ajudar a fazer.

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Já é outono cá em casa

09.10.12

Miúda com tosse de cão, ranhosa como se o mundo fosse acabar. Gaita mais às mudanças de tempo repentinas!!

Mãe (eu, portanto) com crises de rinite idiotas. E com o estômago do avesso (mas com menos dois quilos!).

Homens, por enquanto, livres de bicharada maléfica. Menos mal.

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