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Limoeiro (a vida que nos acontece) - post longo

26.06.12

A vida encarregou-se de me dar limões. Na verdade, deu-me um gigantesco pomar cheio de limoeiros carregados, com os ramos a dobrar para o chão, tal a quantidade de limões que ali há. Não é fácil. E não acontece só aos outros.

 

Já aqui contei dos violentíssimos enjoos que tenho tido. Também falei da perda de peso abrupta que tive: até agora, quase sete quilos à vida. Associei ao facto de andar a comer pouco, por causa dos enjoos. Mas não é só isso.

 

Sexta-feira passada fomos fazer a ecografia do primeiro trimestre. Ainda na sala de espera disse mais uma vez ao meu marido que acghava que aquilo não ia correr bem, tinha um feeling estranho. Ele, como bom macho que é, disse que aquilo eram coisas da minha cabeça. Já antes da eco eu tinha comentado com algumas amigas que sentia que havia alguma coisa errada com esta gravidez. Tal como comentei que achava que era uma menina. Não me enganei em nenhuma das sensações.

 

Assim que o médico me pôs a sonda na barriga disse que aquilo estava tudo errado, que aquilo não estava bom. Inocentemente, pensei que estivesse a falar do ecógrafo... Mostrou-me a minha placenta, que parece uma videira em Setembro, carregadinha de quistos que parecem uvas. Mostrou-me a bebé e disse que era inacreditável como é que esta bebé continua viva às 13 semanas. Fiquei sem chão. Não percebi...

 

Perguntou-me se eu tinha muitos enjoos, coisa que confirmei. Explicou-me que tem tudo a ver com a degenerescência grave que a placenta tem. Mostrou-me o coração da bebé, que tem um derrame pericárdico, coisa que é provável que faça o coração dela parar (e ele não percebeu como é que isso ainda não tinha acontecido). Mostrou-me a translucência da nuca, super aumentada na minha bebé. Explicou que isto poderá ter a ver com a cardiopatia, uma vez que ela não tem trissomia 21 (há osso nasal bem visível, por isso esta hipótese foi afastada).

 

Mandou-me para o hospital o mais rapidamente possível, para me fazerem mais exames e ser seguida lá. Disse-me, muito friamente (e ainda bem), que este bebé é pouco viável e que o mais certo é termos que interromper a gravidez. Saí dali a chorar. Fugi para um canto, por não querer assustar as outras grávidas que estavam à espera.

 

Fomos logo para o hospital, onde não me fizeram nada por já ser muito tarde. Mandaram-me estar lá na segunda de manhã, para fazer uma consulta de diagnóstico pré-natal e alguns exames adicionais. Vim para casa de rastos, sem saber o que pensar. No sábado fiz o que não se deve fazer: fui à net procurar explicações sobre o meu problema. Estranhamente, fez-me bem. Percebi o que é, porque acontece e quais as implicações futuras.

 

O que eu tenho chama-se Mola Hidatiforme Parcial. E raríssimo, mais propenso a acontecer em mulheres com mais de 40 anos (não confere), com historial clínico de abortos espontâneos (só tive um, não é lá grande historial). O que acontece é um erro de programação na fecundação: o óvulo é fecundado por dois espermatozóides. Obviamente, não é suposto isto acontecer, pelo que o bebé pode ficar com 23 cromossomas da mãe e 46 do pai. A placenta degenera e ganha os tais quistos, coisa que não é nada saudável.

 

Os sintomas disto são... enjoos e vómitos fortes e recorrentes, perdas de peso rápidas e inexplicáveis, prostração, apatia, sono... Ou seja, tudo o que eu tenho, em doses cavalares. Foi bom ter percebido que não eram coisas da minha cabeça, que havia uma explicação lógica para isto.

 

Ontem fui para o hospital às 9h, preparada para um dia passado ali. Fui atendida por uma médica que me disse que, em 23 anos, nunca tinha visto uma mola parcial ao vivo (a mola completa, onde só há formação de placenta mas não de bebé, é mais comum). Fez-me uma ecografia e lá apareceu outra médica que, em 30 anos de profissão, nunca tinha visto uma mola parcial ao vivo. Pediu-me que me despisse para me fazer uma eco com sonda vaginal... porque só esse ecógrafo é que tinha papel e ela queria ficar com as imagens da minha eco para ela... (foi aqui que comecei a sentir-me atracção de circo...).

 

Mandaram-me para o diagnóstico pré-natal, onde me passaram à frente de uma série de grávidas (o caso é mesmo muito grave e urgente...). A médica especialista no disgnóstico fez-me nova eco. Apareceu mais uma médica que, adivinhem... nunca tinha visto uma mola parcial ao vivo. E mais um médico, menos impressionável mas super atencioso, que me explicou os passos a dar de seguida. Fizeram-me uma biópsia à placenta (tiraram-me, a frio, dois pedaços da placenta - não doeu nada, vá-se lá entender...). Agora há que analisar o tecido e perceber se a bebé tem alterações cromossomáticas. Se tiver, não há volta a dar e vou ter que interromper a gravidez. Se não tiver, tem que se analisar a cardiopatia e ver se é tratável ou não. Enfim... estou rodeada de pontos de interrogação por todo o lado.

 

No meio disto tudo, encontrei-me. Sinto-me novamente eu, sem depressões. Parece que o facto de ter encontrado explicação para o que me andava a consumir foi o suficiente para me voltar a centrar. Estou triste, obviamente, mas estou conformada e serena. Sei que o que tiver que ser, será. E sei que a vida e Deus não nos dão nada com que não consigamos lidar...

 

Agora... é esperar por respostas.

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...

20.06.12
Dizia um amigo meu aqui há tempos que as mulheres perderam toda a elegância pelas pontas dos dedos, quando começaram a pintar as unhas de azul, verde, laranja e amarelo. Não podia concordar mais. Já experimentei e não gostei. Não gosto de ver nos outros. Acho que dá um ar vulgar, pouco cuidado, deselegante. Nada assoma à pinta dos vermelhos e, com o calor, dos rosas (quanto menos chiclete, melhor).

Mas isto sou eu, que sou básica e não ligo puto a modas...

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O meu (ainda) mainovo

19.06.12

Fala, fala, fala, fala. E passa dias inteiros atrás de uma bola, a dar chutos e a gritar "gouo". Diz que se chama "mana" (resultado do nosso ritual de "A., chama a mana"... Avisa quando precisa de ir à mudança da fralda. Dorme com dois dedos na boca, agarrado a um boneco que eu tenho pânico de perder algures (sob pena de o puto entrar em depressãopor não conseguir dormir sem ele). Come como um adolescente. É mandão, obstinado, gozão e divertido. É meigo, sorridente e doce. É bruto como as casas. Passa a vida a cair e já não pede ajuda para se levantar. Dorme que nem um anjinho. É pequeno e levezinho (se eu ligasse a percentis era capaz de estar preocupada. Como não ligo, acho só que ele é rodinhas baixas). Tem uma paixão assolapada pelo avô, que é a sua pessoa preferida (sim, prefere o colo do avô ao meu e ao do pai). Tem outra paixão assolapada pela irmã e não a pode perder de vista.

 

É (ainda) o meu mainovo e eu sou apaixonada por ele...

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Quando a coisa corre bem...

19.06.12

... até fico com medo.

 

Hoje não estou enjoada. Acho que vou armar espectáculo de fogo de artifício...!

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Desencanto

15.06.12

Fartei-me de blogs mainstream e, aos poucos, tenho vindo a limpá-los do meu reader. Não me interessam roupas, nem malas, nem vernizes, nem sapatos, nem maquilhagens. Não me interessam discursos miss-felicidade-a-toda-a-prova-o-tempo-todo. Não me interessam tricas nem diz-que-disse nem escrutínios de passadeiras vermelhas vindas de gente que nunca pôs os calos numa.

 

Interessam-me blogs de gente real, com problemas reais, que fazem coisas reais, que partilham coisas completamente triviais. Interessam-me blogs simples e honestos, em oposição a blogs wannabe.

 

Estou amarga, ácida, cáustica, é um facto. Perdi a paciência para egos inflamados. Andava a ler coisas que me faziam revirar os olhos, de tão idiotas que as achava. Deixei de ler e foi libertador. É bom não ser prisioneira de tendências e andar por aqui, vagueando entre blogs pouco conhecidos mas tão, tão melhores que os "it-blogs"...

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68-69-64

15.06.12

Caracinhas para a comida que me aterra no estômago como granadas em chão minado. Caracinhas para a azia e os vómitos e o enjoo constante. Caracinhas para mim, que não consigo comer nada de jeito. Como meia refeição por dia e o resto é paisagem. Faço mal, eu sei. Mas não consigo fazer melhor. Viver com uma bola de ténis na garganta não é pêra doce. Não recomendo, sinceramente. Já tínhamos decidido que esta era a última gravidez, mas mesmo que andasseequacionássemos ter mais filhos eu recusava-me categoricamente. Nunca fui fá de estar grávida e cada vez sou menos. Mas isto sou eu, que tenho vindo a ter gravidezes cada vez mais complicadas...

 

Portanto, o título deste post ilustra a minha oscilação de peso desde o início da gravidez. Partida largada fugida nos 68. Ponteiro nos 69 no mês seguinte. E daí tem sido sempre a descer. Já vou nos 64. Na gravidez do do meio, por esta altura, eu pesava uns 66 já. E, definitivamente, deposi desta saga, tenho que voltar aos verbos correr e comer em condições, para ver se vislumbro os 55 da pré-maternidade.

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Olha...

11.06.12
... Afinal dá para postar via telemóvel!! Tem que se dar uma volta, mas dá! Óptimo!!

Obrigada, Anabela!! Bela dica!!

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Vizinhança

08.06.12

Vivo aqui há 8 anos e meio. Nunca tive vizinhos da frente. A casa do lado direito esteve este tempo todo desabitada, por problemas do dono com o banco, os tribunais e o mundo em geral. Até anteontem. Pois que já tenho vizinhos. Ou vizinhas, ainda não percebi bem. Sei que anteontem, às 22h30 (hora a que costumamos estar já TODOS a dormir ou, pelo menos, deitados), tinha uma delas a tocar-me à porta para pedir uma faca. Pensei que começávamos mal... Queriam a fala para cortar uns cabos quaisquer. Disseram que mais tarde tocariam para devolver a faca. Pedimos que não tocassem, que nos íamos deitar. O esperto do meu marido sugeriu que deixassem a faca pousada no nosso tapete. Mandei-lhe um olhar daqueles e disse que não queria facas minhas pousadas no patamar. Deixaram-na num saco pendurado na porta. Menos mal. 

 

Ontem, 22h30, era martelada de meia noite. E eu cheia de vontade de ir lá avisar que tinha dois miúdos pequenos (mais um a caminho) e que se era para a festarola fora de horas eu sou capaz de os pôr a chorar lá à porta. Durou pouco o martelanço. E eu ainda não me habituei aos barulhos no patamar e fico sempre meio... assustada, vá.

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A grávida dá à costa

08.06.12

Tivesse eu um computador que não tivesse vontade própria e escreveria muito mais amiúde. Este gajinho faz o que lhe dá na telha e empanca como gente grande. Vai daí... nem sequer me apetece ligá-lo. Depois, ó senhores do Sapo, que tal criarem uma plataforma catita para edição via telemóvel, hum? Isso é que era! Se desse para postar via Android, eu postava all day long... no intervalo dos enjoos, bem entendido.

 

Bom, adiante. Encontro-me benzinho. Cá vamos andando... nem bem nem mal, é como Deus quer. Enjoada na quarta casa (quando era na quinta era mais grave). Sem conseguir comer nada de jeito (saldo: menos 4kg do que no dia 0 da gravidez). Com azia o dia todo. Sem beber café, portanto completamente prostrada e sem reacção para nada. Durmo muito e muito mal. Ou é o calor, ou é a azia, ou é a minha filha em cima de mim, porque ainda não percebeu o conceito de fronteira que já lhe tentei explicar diversas vezes. Enfim... Já passaram quase 12 semanas, o que significa que, na mais remota das hipóteses, faltam mais... 29 semanas (ouch!).

 

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